
Porque razão Deus está presente no pensamento do homem em todo o lugar, mesmo nos não missionados?
Estará o nosso cérebro programado para acreditar?
A fé, remédio milagroso contra a ansiedade?
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Esta descoberta deve-se a meia dúzia de neurobiólogos que, após cerca de cinco anos de pesquisa, conseguiram levantar o véu sobre essa "unio mystica" que Santa Teresa de Ávila, no século XVI foi provavelmente a primeira a descrever em pormenor: «É uma espécie de desfalecimento que retira a pouco e pouco a respiração e todas as forças do corpo. É em vão que queremos falar, não conseguimos formar uma palavra e, se conseguimos, não teremos força para a pronunciar. Toda a força exterior se esgota, mas a força interior engrandece. É assim o estado de duas coisas que estavam divididas e que agora são só uma.»
Mas esta extática sensação de fusão com Deus não é apanágio dos cristãos: os monges budistas também entram em transe quando meditam, assim como os místicos muçulmanos, que quando comungam com o divino fazem-no em transe. Apesar de extremos, estes fenómenos de «fusão mística» são universais e, daí, terem começado a ser estudados como qualquer outra manifestação humana. Uma pesquisa que se inscreve nas investigações mais gerais sobre os sentimentos religiosos e que abriram o caminho, há dez anos, à criação de uma nova disciplina, chamada «neuroteologia», cujo «objectivo é identificar os mecanismos cognitivos que regem a crença em Deus», explica o neurobiólogo Andrew Newberd, director da clínica de medicina nuclear da Universidade da Pensilvância (EUA) e pioneiro neste novo campo científico. «É claro que a definição de Deus que nós utilizamos não é a mesma que usam os teólogos, que reflectem de forma precisa sobre a natureza e os atributos de Deus. Para nós, este é simplesmente definido como uma entidade superior, quase sempre invisível, que está na origem do mundo.»
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