terça-feira, 17 de junho de 2008

A EXISTÊNCIA DE DEUS

A comunicação significa que uma ideia que a ideia que tenho em mente passa pela minha boca, ou dedos (nas diferentes formas de arte) e alcança a mente da outra pessoa. Comunicação adequada significa que, quando ela alcança a mente do receptor, é substancialmente a mesma que saiu da minha mente. Isto não significa que será inteiramente a mesma, mas que a pessoa terá contudo entendido substancialmente o ponto que eu quero comunicar. As palavras que usamos são meramente instrumentos para transmitir ideias que queremos comunicar; não se pretende produzir unicamente uma série de sons verbais, mas, comunicar.
A Bíblia assume e declarar a existência de Deus sem empreender prová-la. Isto é um facto digno de nota. Ao comentá-lo, diz J. M. Pendleton em "Christian Doctrines": "Moisés, sob inspiração divina, teve, sem dúvida, as melhores razões para o curso adoptado por Moisés; a saber: Génesis 1:1 - ´NO princípio criou Deus os céus e a terra.´

Moisés não só exprime as suas ideias, mas, ele comunica com Alguém que ele compreende e o relato que deixou nos cinco primeiros livros da Bíblia são o resultado de uma comunicação entre ele e Deus. Para Moisés isto é tão óbvio que não se dá ao trabalho de argumentar, simplesmente, transmite na plena consciência da evidência do que está criado tem naturalmente um principio e esse começa com Aquele que com ele fala.

1. O propósito de Moisés, foi mais prático que teológico, não erigiu uma discussão de provas da existência de Deus.
Assim, foi necessário, mesmo para a raça humana como um todo, que um discurso prático tratasse das evidências da existência de Deus. Mas o nosso estudo é teológico bem como prático; logo, é-nos oportuno notar estas evidências visíveis e vigorosas. Elas nos vêem da: Criação Inanimada

A. A matéria não é eterna e, portanto deve ter sido criada.
George McCready Price, autor de "Fundamentals of Geology" e outros livros científicos, diz: "Os factos da radioactividade proíbem muito positivamente a eternidade passada da matéria. Daí, a conclusão é silogística: a matéria deve ter-se originado ao mesmo tempo no passado..." (Q. E. D., pág. 30). O Professor Edward Clodd diz que "tudo aponta para uma duração finita da criação actual" (Story of Creation, pág. 137). "Que a forma presente do universo não é eterna no passado, mas começou a ser, atesta-nos não só a observação pessoal senão também o testemunho da geologia" (A. H. Strong Sistematic Theology, pág. 40).

B. A matéria deve ter sido criada por outro processo que não os naturais; logo, a evidência de um Criador pessoal.
Diz o Prof. Price.: "Há uma ambiguidade de evidência. Tanto quanto a ciência moderna pode lançar luz sobre a questão, deve ter havido uma criação real dos materiais de que se compõe o nosso mundo, uma criação inteiramente diferente de qualquer processo agora em voga, tanto em qualidade como em grau". (Q. E. D. pág. 25).
Darwin foi obrigado a dizer: "Estou num lamaçal desesperado." Alguém podia falar tanto de livros serem escritos pelas leis da soletração e da gramática como do universo ser feito pela operação da mera casualidade.

C. A Matéria viva não pode provir da inexistência.
No "London Times", disse Lord Kelvin: "Há quarenta anos perguntei a Liebig, enquanto caminhávamos pelo campo, se ele acreditava que o capim e as flores que víamos ao nosso redor cresciam por meras forças químicas". Ele respondeu: "Não mais do que eu possa crer que um livro de botânica que as descrevesse pudesse crescer por meras forças químicas". Numa prelecção perante o Instituto Real de Londres, Tyndall afirmou convictamente os resultados de oito meses de árduas experiências como segue: "Do princípio ao fim do inquérito não há, como vistes, uma soma de evidência a favor da doutrina de geração espontânea... Na mais baixa como na mais elevada das criaturas organizadas o método da natureza é: que a vida será o produto de vida antecedente".
O Professor Conn diz: "Não há a mais leve evidência de que a matéria viva possa surgir da matéria morta. A geração espontânea está universalmente vencida" (Evolution of Today, pág. 26).
E o Sr. Huxley foi forçado a admitir: "A doutrina que a vida somente pode vir da vida é vitoriosa em toda a linha" (The Other Side of Evolution, pág. 25).

D. Desde que a matéria não é eterna, a vida física, que envolve a matéria viva, não pode ser eterna.
O facto de a matéria não ser eterna proíbe a suposição que a vida física é o resultado de uma série infinita de gerações. E desde que, como vimos, a matéria não pode provir do não-criado, somos forçados a aceitar o facto de um Criador pessoal.
Para fins práticos, a consciência pode ser definida como a faculdade ou poder humano de aprovar ou condenar as suas acções numa base moral. O apóstolo Paulo, um dos maiores eruditos do seu tempo, afirmou que os pagãos, que não tinham ouvido falar de Deus ou da Sua lei, mostravam "a obra da lei escrita nos seus corações, testificando juntamente a sua consciência e seus pensamentos, ora acusando-se, ora defendendo-se" (Romanos 2:15). Paulo está a dizer que homens que não aprenderam de um padrão moral autorizado e tinham um sentido comum do direito e do errado. Eruditos modernos dizem que os povos mais rudimentares da terra têm consciência.
Não se pode dizer, portanto, que o homem tem consciência por causa dos ensinos morais que ele recebeu. Não se pode duvidar que a instrução moral refina a consciência e a torna mais sensível; mas a presença da consciência no pagão ignorante mostra que a educação moral não produz consciência.
A consciência, então, capacita-nos da existência da lei da criação. A existência da lei implica a existência de um legislador; logo a consciência humana confirma esta evidência da existência de Deus.

E. Ordem, desígnio e adaptação permeiam o universo. "Desde que a ordem e a colocação útil permeiam o Universo, deve existir uma inteligência adequada para dirigir esta colocação a fins úteis" (Strong, Systematic Theology, pág. 42).
Vemos ordem maravilhosa nos movimentos dos corpos celestes. Observamos desígnio admirável no facto do homem respirar ar, tira muito do oxigénio e devolve o ar carregado de dióxido de carbono, que é inútil ao homem. As plantas, por sua vez, tomam o dióxido de carbono, um alimento essencial da planta, do ar, e deitam oxigénio. Temos admirável adaptação no ajuste do homem para viver sobre a terra e no ajuste da terra para lugar de habitação do homem.
Tudo isto evidencia um Criador inteligente. É o suficiente para convencer a qualquer cuja z mente não esteja cega pelo preconceito. Alguém podia crer do mesmo modo que é por acidente que os rios nos países civilizados banham povoações e cidades como crer que a ordem, o desígnio e a adaptação no Universo são produtos de mero acaso.

F. A Bíblia é um livro tal que o homem não o podia ter escrito, se o quisesse, como não o teria escrito, se pudesse. Ela revela verdades que o homem, deixado a si mesmo nunca podia ter descoberto.
F.1 – A profecia cumprida
O cumprimento minucioso de dezenas de profecias do Velho Testamento está arquivado no Novo Testamento, o qual traz a evidência interna de uma história verosímil. O cumprimento da profecia evidencia um Ser Supremo que inspirou a profecia.
F.2 – A Vida de Jesus
Aceitando o testemunho do Evangelho como possuindo as credenciais de uma história incontestável, vemos em Jesus uma vida singular. Nem a hereditariedade, nem o ambiente, as duas forças naturais na formação do carácter, podem dar conta da Sua vida. Assim temos evidência de um Ser divino que habitou Jesus.
F. 3 - A Ressurreição de Jesus
A ressurreição de Jesus, como um facto sobrenatural e bem atestado mostra que Ele era divino. Temos assim subsequente evidência de que há uma intervenção do Ser que comunicou com Moisés e que se revelou aos homens em Cristo.
Prova da ressurreição de Jesus. Depois de ouvir uma conversação num trem entre dois homens que discutiam a possibilidade de ser enganado sobre a ressurreição de Jesus, W. E. Fendley, advogado de Mississippi, escreveu um artigo que foi publicado no "Western Recorder" de 9 de Dezembro de 1920. Ele abordou a matéria como advogado e deu as três seguintes razões para negar a plausibilidade da sugestão que o corpo de Jesus foi roubado: (1) "Não era ocasião oportuna para roubar o corpo". A crucificação ter lugar durante três festas judaicas certifica que as ruas de Jerusalém estariam cheias de gente. Por essa razão o Sr. Fendley diz que não era boa ocasião para roubar-se o corpo. (2) "Havia cinco penalidades de morte ligadas ao roubo do corpo e nenhuma delas foi imposta ou executada". As penalidades são dadas como sendo: primeira, por permitir que o selo fosse rompido; segunda, por quebrar o selo; terceira, por roubar o corpo; quarta, por permitir roubar o copo; quinta, por dormir quando em serviço. (3) "Nego outra vez o alegado sobre o fundamento de testemunho premeditado e não premeditado." E então ele mostra como os soldados vieram do sepulcro e disseram que um anjo lhes aparecera, quando forçados pelos fariseus, disseram que o corpo de Jesus fora roubado enquanto eles, soldados, dormiam.
O Sr. Fendley prossegue dando cinco pontos que se devem crer para aceitar o relatório dos soldados, que são: (1) "Devem crer que sessenta e quatro soldados romanos sob pena de morte dormiram todos ao mesmo tempo". (2) "Devem ser aceite o testemunho de pessoas que dormiam " (3) "Devem crer que os discípulos, que estavam tão medrosos, todos ao mesmo tempo se tornaram tremendamente ousados". (4) "Outra vez, devem crer que os ladrões tiveram bastante tempo de dobrar as roupas mortuárias e colocá-las cuidadosamente a um lado". (5) "Também devem crer que esses discípulos arriscariam as suas vidas por um impostor morto, quando o não fizeram por um Salvador vivo".

G. A EXISTÊNCIA DE DEUS É ACEITE QUASE UNIVERSALMENTE
Esta terceira razão justifica o curso seguido por Moisés em assumir e declarar a evidência da existência de Deus sem oferecer quaisquer provas. Os raros que negam a existência de Deus são insignificantes. "As tribos mais primárias tem consciência, temem a morte, crêem em feiticeiras, propiciam ou afugentam maus destinos. Mesmo o fetichista, que a uma pedra ou a uma árvore chamam deus, mostra que já tem a ideia de Deus" (Strong, Systematic Theology, pág. 31). "A existência de Deus e a vida futura são em toda a parte reconhecidas na África" (Livingstone).
Os homens sentem instintivamente a existência de Deus. Por que, então, alguns a negam? É por causa de falta de evidências? Não, é somente por não lhes agradar este sentimento. Ele os perturba na sua vida pecaminosa. Portanto, conjuram argumentos que erradiquem o pensamento de Deus das suas mentes. Todo o ateu e agnóstico lutam, principalmente para se convencerem a eles próprios. Quando apresentam os seus argumentos a outrem, é em parte por um desejo de prová-los e em parte em defesa própria, nunca pelo sentimento de que as suas ideias podem ser de qualquer auxílio a outros.
Há evidências, contudo, de que a mente do ateu nunca está inteiramente vitoriosa sobre o seu coração. Hume disse a um amigo quando andavam numa noite estrelada: "Adão, há um Deus".
Voltaire, diz-se, orou numa tempestade nos Alpes e, ao morrer, disse: "Ó Deus – se houver um Deus – tem misericórdia de mim". Portanto, pode-se concluir com Calvino: "Os que julgam rectamente concordarão sempre em que há um senso indelével da divindade gravado sobre as mentes dos homens."

Sem comentários: