terça-feira, 28 de agosto de 2012

A GEOLOGIA E O DILUVIO BIBLICO

Reflexão:
Mapas da Formação Serra Geral: (a) Localização
 na Bacia do Paraná (seg. BELLIENE et al., 1986a):
1 - embasamento cristalino;
2 - sedimentos pré-vulcânicos;
3 - formação Serra Geral;
4 - sedimentos pós-vulcânicos;
5 - estrutura tipo sinclinal;
6 -estrutura tipo arco;
7 - flexura;
8 - alinhamentos tectónicos e;ou magnéticos;
A origem da Terra, fenómenos endógenos e exógenos atuando ao longo de sua tumultuosa história, os processos dinâmicos de formação e transformação das rochas e a interação de todos estes fatores com os seres vivos antigos cujos vestígios estão tão claramente registrados nas rochas sedimentares, constituem alguns dos fascinantes temas a bordados pela Geologia.

Manifestações vulcânicas intensas e extensas (vulcanismo fissural) desenvolveram-se no passado, originando as rochas basálticas. Estes e outros fenómenos geológicos de igual magnitude ocorreram rapidamente e são melhor representados em uma coluna geológica demarcada por períodos curtos (meses), e não pelos longos intervalos de tempo (milhões de anos) preconizados pela geologia convencional.

Os objetos de estudo da Geologia são extremamente complexos e abrangentes. Os fenómenos geológicos compreendem ordens de grandeza, no espaço, bastante variadas desde o defeito cristalino, da ordem do mícron, até aos invólucros concêntricos da Terra, da ordem de milhares de quilómetros. Ao procurar decifrar a história geológica de nosso planeta o pesquisador, necessariamente, irá confrontar-se ainda com o fator tempo; comparando os fenómenos atuais com aqueles possivelmente ocorridos no passado, ele será naturalmente induzido a aceitar a hipótese mais popular, em que os períodos de tempo geológico correspondem a intervalos de milhões ou mesmo bilhões de anos. Escalas de tempo e espaço extraordinariamente amplas, parecem compatíveis entre si e exercem uma atracção irresistível à mente humana moderna.

A hipótese evolucionista, que considera vastos períodos de tempo para o desenvolvimento dos processos geológicos, tem efectivamente conseguido elucidar as principais questões pertinentes a origem e a história do planeta Terra? As características mineralógicas, texturais e estruturais das rochas apontam para processos lentos e extremamente prolongados? A fossilização de plantas e animais, desenvolvida em larga escala no passado, está sendo verificada no presente? Como responder a estas indagações e a muitas outras que a geologia nos apresenta? Existiria algum outro modelo conceitual, apoiado por evidências de campo e testes de laboratório, capaz de fornecer maior luz ao sincero pesquisador que defronta-se com as referidas questões?

A experiência académica e profissional adquirida durante duas décadas, em geologia pura e aplicada, permite-nos afirmar que os fatos geológicos tornam-se mais compreensíveis e harmonizam-se mutuamente, de forma muito mais coerente, quando analisados sob uma perspectiva bíblica. O Livro Sagrado, muito embora não deva ser considerado um compêndio científico, seus princípios quando compreendidos e vividos fornecem, claramente, as diretrizes básicas para toda a atividade humana, incluindo a pesquisa científica. Dentre aqueles que assim pensam encontram-se vários cientistas (criacionistas) que, no desenvolvimento normal dos seus trabalhos de campo e experiencias laboratoriais, defrontaram-se com fortes evidências de que um grande cataclisma de amplitude mundial, o dilúvio bíblico, ajusta.se perfeitamente aos hiatos geológicos.

Dentre os fenómenos geológicos, observados atualmente, as erupções vulcânicas constituem, provavelmente, o processo natural que mais desperta nossa atenção, pela sua magnitude, abrangência e efeitos, geralmente danosos ao meio ambiente. O estudo detalhado das rochas permite-nos decifrar com boa precisão, em alguns casos, os processos responsáveis por sua formação. As rochas basálticas apresentam evidências mais que suficientes para caracterizá-las como rochas ígneas efusivas, ou seja, rochas formadas como resultado do esfriamento e cristalização de extensos corpo de lava, que se extravasaram abundantemente sobre a superfície da Terra, no passado. As principais características geológicas dos basaltos apontam para uma origem remota ou recente? Pesquisas científicas, envolvendo as rochas basálticas da Formação Serra Geral (sul do Brasil), desenvolvidas durante 12 anos, nos possibilitaram acumular um significativo acervo de dados e, consequentemente, nos permite responder com segurança a questão acima formulada.

VULCANISMO FISSURAL
Coluna crono-estratigráfica da Bacia do Paraná:
distribuição temporal e espacial da principais
unidades litológicas em uma seção
hipotética SSE-NNW (seg. Zalanm et.al., 1990).
A Bacia Sedimentar do Paraná constitui a província estrutural da Plataforma Sul Americana, que sediou a mais extensa manifestação vulcânica de natureza continental, na superfície terrestre. Observando-se a figura 1 nota-se que, da porção brasileira da bacia (1.100.000 km2), dois terços (734.000 km2) são cobertos pelos derrames de lava basáltica da Formação Serra Geral que corresponde, por sua vez, à penúltima unidade litológica na história de posicional da bacia.

As fissuras que permitiram a ascensão de grandes volumes de magma basáltico, correspondem a fraturas e falhas de distensão que originaram, consequentemente, centenas de diques (dutos de ascensão do magma, com formato tabular). A magnitude extraordinária deste vulcanismo pode ser avaliada pelos seguintes valores: os referidos diques podem atingir mais de 100 km de extensão e até centenas de metros de espessura (ALMEIDA, 1986); a espessura máxima do pacote magmático se aproxima dos 2.000 m; estimando-se o valor de 660 m para espessura média e 1.200.000 km2 para a área total, incluindo porções do Paraguai, Uruguai e Argentina, atinge-se a impressionante cifra de 750.000 km3 de volume de matenal extrusivo (PEATE et alii, 1988).

O tectonismo responsável pelo fraturamento da crosta e ascensão de grandes volumes de magma, na "era mesozóica" da Bacia do Paraná, está intimamente associado a fragmentação do antigo mega-continente Gonduânico, que corresponde atualmente às províncias geográficas da América do Sul, Africa, Antártida, Madagáscar, Austrália e India. Para a área do Atlântico Sul, venefica-se que o vulcanismo fissural da Bacia do Paraná ocorre imediatamente antes do início da separação dos continentes Sul Americano e Africano (PlCCIRILLO & MELFI, 1988).

Mapa da parte Noreste da América do Norte,
indicando a área abrangida pelos
derrames basálticos do Grupo Rio Columbia.
(seg. Waters, 1961ç McDougall, 1976)
Fenómenos vulcânicos, com esta intensidade e abrangência, não estão ocorrendo nos dias atuais. Os derrames basálticos do Hawaí são insignificantes se comparados com os derrames da Bacia do Paraná, muitos dos quais percorreram distâncias superiores a 100 km e atingiram, individualmente, l00 m de espessura. Eventos catastróficos parecem conter uma resposta mais condizente com a realidade dos fatos geológicos, do que o tão propalado "uniformitarismo" tendo em vista não somente o vulcanismo Serra Geral, mas os Derrames "Deccan" na India, o Grupo Rio Colúmbia (EUA),..., apenas para citar os mais expressivos dentre vários outros exemplos.

O Grupo Rio Columbia, constitui um dos exemplos clássicos de vulcanismo fissural, do tipo continental. Os derrames basálticos Rio Columbia distribuem-se em vasta área, na porção noroeste da América do Norte, abrangendo o sudeste do Estado de Washington, norte de Oregon e oeste de Idaho (figura 3). A intensidade do correspondente evento magmático, desenvolvido à "época do Mioceno", pode ser avaliada pela expressiva área envolvida (200.000 km2), onde foram acumuladas 325.000km3 de lavas basálticas (REIDEL, 1983; MANGAN et alii, 1986). Próximo ao centro do Platô Colúmbia Verificou-se, por meio de sondagem, espessuras em tomo de 3.000 m para o pacote de derrames basálticos (HOOPER, 1982).

O de talhamento to geológico do Grupo Rio Columbia, desenvolvido ao longo de aproximadamente três décadas, possibilitou a sua subdivisão estratigráfica em várias mudasses, atingindo-se o nível de "Membro", que pode corresponder, em algumas situações, a um único derrame, características do derrame "Pomona", apenas um Membro do Grupo Rio Columbia, constitui um exemplo de extraordinária manifestação de energia vulcânica. Este derrame, com de espessura média, percorreu a impressionante distância de 550 km, abrangendo uma área de 18.000 km2, o que corresponde, em termos volumétricos, a 540 km3 (SCHMINCKE, 1967; SWANSON et alii, 1975; HOOPER, 1982). A magnitude deste evento, considerado isoladamente, por si só nos fornece uma prova de que "o presente não é a chave do passado".

Os eventos tectónicos que afetaram a área, durante o vulcanismo Rio Columbia, estão associados a movimentos regionais envolvendo as placas litosféricas da América do Norte e do Pacífico (BARRASH et alii, 1983); semelhantemente ao verificado na Formação Serra Geral, porém, neste caso as placas litosféricas seriam ourras (Sul Americana e Africana). Podemos então admitir um estreito vínculo entre o vulcanismo fissural e a Tectónica de Placas (expansão do assoalho oceânico). Em verdade, a análise petrográfica em amostras de basaltos oceânicos e continentais, denominados basaltos eolíticos, revela uma notável semelhança. Alguns cientistas consideram ainda a possibilidade de os platôs basálticos (vulcanismo continental) e os assoalhos oceânicos (sucessivos acréscimos laterais de lava basáltica, a partir de uma gigantesca fissura central) serem o resultado de um único processo geológico, ocorrido de maneira violenta e repentinamente - impactos de grandes meteoritos (ALT el alii, 1988).

TEMPO DE SOLIDIFICAÇÂO DOS DERRAMES
O magma basáltico é originado nas profundezas da crosta, provavelmente na interface manto/crosta., Ao atingir a superfície extravasa-se em extensos derrames de um material incandescente (em tomo de 1.000°C), já em franco processo de resfriamento. Este processo de resfriamento e solidificação, embora relativamente lento, pode ser significativamente acelerado pela presença da água. Algumas estruturas secundárias, observadas nos basaltos da Formação Serra Geral (FSG) e do Grupo Rio Columbia (GRC), constituem evidências da participação de águas continentais (fluvial e lacuste) no referido processo de resfriamento; dentre estas estruturas secundárias, destacam-se:

-" Pillow Lava (lavas em almofadas - feição typica de derrames submarinos)

FSG: MANO (1987)
GRC: WATERS (1960)

-."Basaltic Ring Structures (estruturas circulares emissões secundárias de lava)

FSG: ARAÚJO (1982)
GRC: HODGES (1978)

-"Spiracle (espiráculos - explosões de vapor resultantes da presença de sedimentos saturados de água, sob o derrame)

FSG: MOLLER & CABRERA (1976)
GRC: WATERS (1900)

A marcante influência da água, nos processos de resfriamento de derrames de lava basáltica, fica ainda mais realçada quando consideramos uma determinada estrutura primária, presente na grande maioria dos derrames "Rio Colúmbia". Trata-se do "entablature" (entablamento). Os derrames que apresentam esta estrutura solidificaram-se quando submersos em extensos corpos de água. O entablamento corresponde, basicamente, a uma feição estrutural de derrames basálticos, em que a rocha encontra-se seccionada por densa rede de juntas de resfriamento com orientação subvertical predominante. Em análise petrográfica, contesta-se ainda uma granulação extremamente fina e abundante matriz vítrea. O entablamento foi também descoberto no Brasil (SOUZA Jr., !986a), nos derrames "Serra Geral", e detalhadamente caracterizado quanto a suas propriedades geológicas e geotécnicas (SOUZA Jr, 1992a, l 992b, 1993a, 1993b, 1994a, 1994b). .

Esta feição estrutural, muito embora apresente um alto grau de fraturamento, não se encontram distribuídas aleatoriamente. E possível distingir um padrao de fraturamento (figura 3), que se revela útil na caracterização genética desta rocha singular. O entablamento geralmente ocorre associado em um mesmo derrame, ä outro tipo de estrutura denominada "collonade" (colunata), cuja principal característica refere-se ao fraturamento mais espaçado e relativamente regular, formando em alguns locais perfeitas colunas verticais e sextavadas (figura 1c).

Os processos de solidificação de derrames sob a influencia da água, ou não, estão bem representados no modelo da Figura 3: derrames tipo I (posicionados em paleodeclives, não foram inundados); derrames tipo II (múltiplos eventos de inundação alternados por períodos de seca); derrames tipo III.(inundação permanente até completar-se a solidificação), poderíamos ainda acrescentar o tipo IV como sendo aquele derrame, observado frequentemente em entablamentos no Brasil, onde a colunata está ausente. Neste último tipo, o processo de resfriamento inicia-se imediatamente após o extravasamento, com o corpo de lava já submerso (ausência de colunata superior), a isoterma superior de fracturamento move-se tão rapidamente, em sentido descendente, que não há tempo para formação da colunata inferior.

A seguinte questão pode então ser formulada: haveria alguma possibilidade definir o quão rapidamente se solidificaram os derrames tipo entablamento, ou mesmo, qual o tempo necessário para o empilhamento dos derrames do Grupo Rio Columbia? Um fenómeno recentemente ocorrido na Islândia, pode nos auxiliar nesse sentido. Trata-se da erupção "Heimaey" observada na Islândia em 1973 (BJÖRNSSON, 1982). Água, em grande quantidade, foi bombeada sobre o derrame de lava basáltica, na tentativa de impedir seu fluxo e desviá-lo para fora do povoado local; a área submetida a este processo (7.000 m2) ficou envolvida por vapor d'água; furos de sondagem revelaram, posteriormente, que após 2 semanas de "irrigação", a solidificação da lava havia progredido até profundidade de, aproximadamente, 12 metros; após a completa consolidação da lava, verificou-se que a parte inferior do derrame apresentava estrutura tipo colunata e a parte superior (afetada pela água) correspondia, exatamente, ao entablamento. Um derrame, efetivamente, submerso apresentaria taxas maiores de consolidação? Provavelmente, sim.

Além do intenso fraturamento, outras características evidenciam o resfriamento, em condições subaquáticas, dos derrames que ostentam estrutura tipo entablamento:
-granulação extremamente fina e abundante matriz vítrea (textura hialofítica)
-morfologia dendrítica dos cristais de magnetita
-cristais de plagioclásio com "cavidades" e apresentando em suas extremidades o formato de "cauda de andorinha".
-juntas tipo I (ver figura 4) apresentam halo de alteração e preenchimento composto por minerais secundários de origem hidrotermal, em uma determinada sequência. Assim, as juntas tipo I encontravam-se submersas, por ocasião da formação do halo de altera não e colmatagem (microzona) das fissuras.
-observa-se em juntas tipo II (ver figura 4), as mesmas características geométricas (segmentos de junta e estruturas em pluma) verificadas na colunata, que evidenciam o sentido de propagação da junta. No caso específico das juntas tipo II, a propagação rena se desenvolvido no sentido descendente

 DURAÇAO DOS PROCESSOS DE SUPERPOSIÇAO DOS DERRAMES
Modelo estrutural do entablamento:
a - bloco diagrama;
b. - disposição das juntas em seção horizontal;
c. - perfil em junta tipo II;
d. - formato dos blocos produzidos em desmontes á fogo.
(SOUZA, Jr., 1992a)
Se adicionarmos às evidências de rápida consolidação dos derrames de lava, alguma outra evidência que indique uma alta velocidade de superposição destes mesmos derrames, não precisaríamos dos milhões de anos ou mesmo centenas de milhares de anos, tradicionalmente considerados, para o empilhamento dos extensos derrames basálticos (FSG e GRC).

O magma basáltico no processo de migração em direção à superfície, aproveitasse fraturas, falhas ou outras descontinuidades que constituirão os próprios condutos de ascensão do magma. Neste processo, ocorreu com frequência, à época da Formação Serra Geral, a penetração do magma em contatos litológicos, originando corpos intrusivos denominados "sills" (soleiras). Desta forma, conclui-se que estes corpos se silicificaram em sub-superfície, sendo denominadas soleiras de diabásio.

Devido aos sucessivos levantamentos de determinadas porções da crosta, o material rochoso sobrejacente às soleiras foi removido por processos erosivos, possibilitando então que estes corpos rochosos, outrora intrusivos, aflorassem à superfície. Assim, o geólogo em seus trabalhos de campo pode encontrar maciços de diabásio, separados por pequenas distâncias de maciços basálticos. As diferenças texturais e estruturais entre diabásios e basaltos deveriam, à princípio, ser notável; ou seja, diabásios apresentando texturas grosseiras e fracturas mais espaçadas (resfriamento mais lento em sub-superfície), e os basaltos apresentando texturas mais finas e uma densidade maior de juntas (resthamento mais rápido em superfície).

Entretanto, o que se verifica é que apenas os diabásios obedecem a referida descrição; já os basaltos (que não apresentam estruturas tipo entablamento), possuem uma textura grosseira e um fracturamento irregular muito semelhantes ao observado nas soleiras dibásicas. Não se verificam diferenças químicas e mineralógicas entre os diabásios e os basaltos estudados. Assim, só é possível uma conclusão (SOUZA Jr. 1985, 1986a):

Os derrames solidificaram-se quando já haviam sido sobrepostos por vários outros subsequentes. É exatamente este o motivo da aparência de corpos intrusivos, apresentada pela maioria dos derrames Serra Geral.

Praticamente todos os derrames (excluindo aqueles que ostentam a feição "entablamento") da Bacia Paraná apresenta, no seu núcleo, uma estrutura denominada "junta-falhas". Esta feição geológica foi exaustivamente estudada por este autor (SOUZA Jr. 1986b, 1987a, 1987b, 1989, 1990a, 1990b). Trata-se de uma descontinuidade sub-horizontal, ora com aparência de junta, ora assemelhando-se a uma falha; está associada a taxas de textura mais grosseira, apresentando ainda, localmente, estrutura fluidal.

A medida que os derrames foram se sobrepondo rapidamente, os sismos provocados pela ascensão do magma formação de pequenos desníveis topográficos e o movimento dos próprios derrames, foram suficientes para gerar deslocamos diferenciais no núcleo (ainda não consolidado) de derrames subjacentes.

Não teríamos dificuldade em afirmar então que as 4 etapas, desenvolveram-se rapidamente. A ausência de vestígios de alteração intempérica (os basaltos alteram-se rapidamente - SOUZA Jr, 1988), nos contatos entre derrames, constitui mais uma evidência do curtíssimo tempo de exposição de cada derrame, antes de ser coberto pelo derrame seguinte.

Tendo em vista o anteriormente exposto, destacando se a erupção"Heimaey" a semelhança entre soleiras dibásicas e derrames basálticos; e a origem das "juntas-falhas", não teríamos dificuldade em afirmar que nas grandes províncias basálticas continentais, o empilhamento de derrames basálticos desenvolveu-se em questão de semanas. A. consolidação pode ter-se completado nos meses, ou mesmo anos subsequentes. Um processo de resfriamento ainda mais eficiente, semelhante ao considerado para o entablamento, é apresentado por LISTER (1977). O fenómeno, neste caso, teria lugar nas proximidades de centros de separação de placas tectónicas oceânicas. Analogamente ao mencionado para os platôs basálticos continentais, no que diz respeito ao fator tempo, aplicaríamos aos processos da "deriva dos continentes" ou "expansão do assoalho oceânico". Todas estas conclusões poderiam ajustar-se harmonicamente em um único modelo geológico?

MODELO DO DILÚVIO BÍBLICO
Derrame de lava recém-extravasado (á extrema esquerda)
 originando, dependendo das condições climáticas,
três distintas histórias de resfriamento ou consolidação:
derrames typo I, II e III.
(adap. de Long and Wood, 1986;
De Graff & Ayden, 1987; McMillan et.al.,
1987 e 1989; De Graff et.al,. 1989)
Como pode ser observado no quadro 1, as colunas estratigráficas que, por tradição são demarcadas temporalmente a partir da geocronologia evolucionista, representam, na realidade, episódios de uma grande catástrofe, o dilúvio bíblico. Assim, as centenas de milhões de anos, convencionalmente atribuídos ás eras geológicas, deverão ser reduzidos a meses (pouco mais de 1 ano), o que corresponde ao período do dilúvio propriamente dito. No período pós-dilúvio que inclui o "pleistoceno" e o "holoceno", as centenas de milhares de anos deverão converter-se, ainda, em dezenas ou centenas de anos, período este em que a terra se recuperou lentamente dos efeitos do grande cataclisma.

O detalhamento de cada fiem do modelo em apreço, pode ser encontrado em SOUZA Jr. (1993c) e, com alguns acréscimos e modificações nos anais deste evento (SOUZA Jr, 1996). Questões quanto a origem e a idade da Terra e outros fenómenos geológicos apresentadas na última coluna (descrição geológica) do quadro 1, são também consideradas nas mesmas referências, portanto, não serão repetidas no presente trabalho. Os fenómenos geológicos, comentados neste trabalho, estão realçados na última coluna do quadro 1.

Para alguns, talvez, pareça difícil conciliar a geologia, ou qualquer área da ciência, com a Bíblia ou com a religião. Infelizmente, situações diversas e adversas, presenciadas nos dois últimos séculos de nossa história, assemelham-se a uma planejada conspiração que, em muitos casos, dificulta grandemente o honesto pesquisador em sua tentativa de conciliar as descobertas científicas com sua fé religiosa. Por um lado, podemos afirmar com segurança que as leis naturais, dissociadas da Razão Maior -"O EU SOU". o Criador e Mantenedor das leis e da vida, jamais serão compreendidas plenamente. Por outro lado, temos observado que a religião, desvirtuada pelas concepções e filosofias meramente humanas, contribui para um conflito ainda maior entre o conhecimento científico e as convicções religiosas.

Na verdade, a ciência e a fé podem conviver harmoniosamente. O crer e o conhecer são conceitos perfeitamente compatíveis. Ao nos envolvermos com as geociências, tenhamos sempre em mente os seguintes princípios: "A Bíblia é a palavra de Deus escrita; os relatos das origens e do dilúvio, como descritos no livro de Génesis, constituem verdades históricas" (Folha Criacionista - no 1).

"A ciência está sempre a descobrir novas maravilhas; mas nada traz de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito com a revelação divina"


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SOUZA JR., N.N.; PARAGUASSU, A.B. (1992b) - O Entablamento em Maciços Basálticos da Bacia do Paraná. 37° Congresso Brasileiro de Geologia. Vol 2, p. 196,197, S. Paulo(SP).

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A Capa (darwinista e infeliz) da Revista Veja

Num texto publicado no site Observatório da Imprensa, o jornalista Veludo Amando de Barros escreveu: “Foi com surpresa – mais que surpresa, com estupefação – que vi a capa da revista Veja desta semana (edição nº 2266, de 25/4/2012) e li a manchete ‘Do alto, tudo é melhor’. Ainda na capa, a chamada da matéria afirma: ‘A evolução tecnofísica explica por que as pessoas mais altas são mais saudáveis e tendem a ser mais bem-sucedidas.’ E a imagem estampada diz tudo. Um sujeito alto, muito bem composto, bem vestido, ao lado de um baixinho ridicularizado, com a camisa meio para fora, numa evidente cena de depreciação, de deboche mesmo.

“‘Quanto maior a altura de um homem, mais feliz ele é.’ Ou seja, a revista decretou que as pessoas abaixo de certa altura devem se considerar feias, infelizes e fracassadas. Pelo menos foi isso que meu cérebro deduziu. Mais: decretou o fracasso de grande parte da população brasileira. Não tem como não seguir essa dedução.

“A revista, no limiar do século 21, nos devolve a um determinismo genético de arrepiar, todos que temos tristes lembranças de determinismos genéticos em passado recente. Fiquei temeroso de que numa edição próxima a revista possa dizer que os morenos são menos competentes do que os loiros. Ou que os pardos têm menores chances de ser felizes. Para ser correto, vou mencionar que no miolo da matéria o semanário diz que a população brasileira aumentou sete centímetros em sua altura nas últimas décadas. Até aí tudo bem. Mas daí a inferir que os altos estão com o sucesso e a felicidade garantidos, faz uma enorme diferença. Ou, por dedução, que os abaixo de 1,70 m devem ficar em casa chorando seu azar genético.

“O texto causa ainda maior perplexidade, uma vez que a revista da Editora Abril ainda é o carro-chefe da empresa. Ao fazer a declaração tão categórica, deve estar a ferir moralmente milhares de assinantes, uma vez que é difícil crer que todo o seu público leitor já tenha atingido a maioridade de estatura capaz de assegurar um ticket para, o paraíso. Tanto se fala em bullying nos dias atuais e, no meu entendimento, essa matéria ‘especial’ pode se encaixar numa tentativa de bullying coletivo. Também não consegui achar na ‘reportagem’ uma base científica realmente convincente que nos possa fazer concordar com uma assertiva tão questionável do ponto de vista de pesquisas idóneas.

“Com isso, perde a imprensa brasileira por ver uma publicação de respeitabilidade no passado incorrer num deslize desse e perde o leitor, encharcado por um determinismo biológico mais próximo do fim do século 19. E entristece aqueles que, por boa-fé ou ingenuidade, possam ficar se lamentando por não terem se submetido a um eficaz tratamento para crescer durante a adolescência.”

Nota: O texto da Veja é realmente preconceituoso e a capa reforça um estereótipo negativo. Mas o que se poderia esperar de uma das grandes divulgadoras em nosso país do darwinismo e do ateísmo militante “chique”? De uma revista que não poucas vezes vem chamando criacionistas de “ignorantes” e “obscuros”, ofendendo, assim, outra significativa parcela de seus leitores? Na verdade, deixei de ser assinante da Veja (e da Superinteressante, também) faz um bom tempo, justamente porque cansei de pagar para ser agredido sem direito de resposta. Que os “menos evoluídos” baixinhos e gordinhos façam o mesmo.[MB]

Michelson Borges – Criacionismo

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Não vai acreditar no que acreditam os Evolucionistas

Os evolucionistas discutem sobre muitas coisas, mas uma coisa que eles concordam é que a ideia deles é um fato científico. É a única posição definitiva, de consenso dentro do pensamento evolucionário. Os evolucionistas dizem que a sua tese só é comparável à gravidade, a esfericidade de Terra e o heliocentrismo. Essas afirmações começaram logo após o livro de Charles Darwin sobre a evolução ter sido publicado, e apesar de faltar muito elos para demonstrar a evidência da evolução, eles acreditam apesar de tudo e de todos.

Estas afirmações são como uma lanterna de luz vermelha indicando um problema. Pois, é claro, a evolução não é um fato científico. Na verdade, há problemas científicos tremendos com a noção de que algo veio do nada, ou no caso da evolução biológica, que as milhões e milhões de espécies da natureza, com seu design profundo, surgiram espontaneamente estritamente de acordo com a lei natural. A evolução, de uma forma ou de outra, pode, de alguma maneira, ser verdade. Esta é uma questão difícil, pois quem realmente sabe como surgiu realmente o mundo e toda a biologia?

Todavia, o que não é uma questão difícil é se a ideia ser admitida (por eles como) um facto científico. Pois a afirmação de que a evolução é um facto não é uma afirmação sobre o passado distante, mas uma afirmação sobre o nosso conhecimento do passado distante. Nós podemos não saber com certeza o que aconteceu no passado distante, mas não sabemos com certeza que o que sabemos. Se alguma coisa, nós sabemos é que a ideia é grandemente desafiada pela ciência. Ela certamente não é um facto científico. E assim a certeza do evolucionista de que a evolução é um facto concreto é um sinal de metafísica subjacente.

Quando as pessoas acreditam em coisas que elas não entendem e, além disso, insistem em dizer que elas estão certas e todo mundo está errado, e quem ousar questionar a evolução deve ser boicotado, então há um problema. Infelizmente, é isso exactamente que descreve a evolução. Então eis aqui uma pequena amostra das afirmações dos evolucionistas sobre “o fato” da evolução que você nem irá acreditar.

Aproximadamente 30 anos após ter sido publicado o livro de Darwin, o professor de evolução Joseph Le Conte escreveu isto:

“A evolução é, certamente, uma legítima indução a partir dos fatos da biologia. Mas nós estamos preparados para ir muito além. Nós estamos confiantes que a evolução é absolutamente certa. Não, na verdade, a evolução como uma teoria especial —Larmarckista, Darwinista, Spenceriana—pois todas essas são maneiras mais ou menos exitosas de explicar a evolução … mas a evolução como uma lei de derivação de formas a partir de formas prévias; a evolução como uma lei de continuidade, como uma lei universal de vir a ser. Neste sentido ela não somente é certa, ela é axiomática. …

Assim também, as origens de novas formas orgânicas podem ser obscuras ou até inexplicáveis, mas nós não devemos por conta disso duvidar que elas tiveram uma causa natural, e surgiram por um processo natural; pois fazer isso é duvidar também da validade da razão, e a constituição racional da Natureza orgânica. A lei da evolução é nada mais do que científica ou, na verdade, o modo racional de pensar sobre a origem das coisas em cada departamento da Natureza. … a lei da evolução é tão certa quanto a lei da gravitação. Nada, ela é muito mais certa …”

Mais recentemente, o evolucionista R. C. Lewontin escreveu isto em uma publicação científica:

“É um fato que todas as formas vivas vieram de formas vivas precedentes. Portanto, todas as formas de vida atuais surgiram de formas ancestrais que eram diferente. As aves surgiram de não aves, e humanos de não humanos. Nenhuma pessoa que pense ter qualquer entendimento do mundo natural pode negar esses fatos mais do que ela ou ele possa negar que a Terra é redonda, gira em seu eixo, e em torno do Sol.”

O evolucionista Neil Campbell escreveu isso no seu livro didáctico de Biologia:

“O termo teoria não é mais apropriado, excepto quando se referir aos vários modelos que tentam explicar como a vida evolui … é importante entender que as atuais questões sobre como a vida evolui, de moo algum implica qualquer desacordo sobre o fato da evolução.”

Eis aqui outro exemplo, do livro didáctico de Douglas Futuyma:

“Algumas poucas palavras precisam ser ditas sobre a “teoria da evolução,” que a maioria das pessoas consideram significar a proposição de seu os organismos evoluíram de ancestrais comuns. Na linguagem do dia-a-dia, “teoria” frequentemente significa uma hipótese ou até mesmo uma mera especulação. Mas em ciência, “teoria” significa “uma declaração do que é considerado ser as leis gerais, os princípios, ou as causas de algo conhecido ou observado” como o Oxford English Dictionary define teoria. A teoria da evolução é um corpo de declarações interconectadas sobre a selecção natural e outros processos que são considerados como causando a evolução, assim como a teoria atómica da Química e a teoria mecânica newtoniana são corpos de declarações que descrevem as causas dos fenómenos químico-físicos. Em contraste, a declaração de que os organismos descenderam com modificações de ancestrais comuns -a realidade histórica da evolução- não é uma teoria. É um fato, tão plenamente verdadeiro quanto é o fato da Terra girar em torno do Sol. Assim como o sistema heliocêntrico, a evolução começou como uma hipótese, e atingiu o status de “fato” quando a evidência em seu favor se tornou tão forte que nenhuma pessoa instruída e imparcial poderia negar sua realidade. Hoje, nenhum biólogo pensaria submeter um artigo intitulado “Nova evidência a favor da evolução”, pois isso simplesmente não tem sido uma questão há um século.”

Até a National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos] declara que a evolução é um fato. Eles explicam que em ciência a palavra “fato” pode ser usada “para significar algo que tem sido testado ou observado tantas vezes que não existe mais razão convincente para continuar testando ou procurar por exemplos. A ocorrência da evolução neste sentido é um fato. Os cientistas não questionam mais se a descendência com modificação ocorreu porque a evidência apoiando a ideia é muito forte.”

No seu livro What Evolution Is, o evolucionista Ernst Mayr escreveu:

“Contudo, por todo o século 19, sempre que as pessoas falavam sobre a evolução, elas se referiam a ela como uma teoria. Na verdade, no começo, o pensamento de que a vida na Terra poderia ter evoluído era meramente uma especulação. Mas, começando com Darwin em 1859, mais e mais fatos foram descobertos que eram compatíveis somente com o conceito de evolução. Eventualmente, foi amplamente considerado que a ocorrência da evolução era apoiada por uma quantidade impressionante de evidência que ela não podia mais ser chamada de teoria. Na verdade, uma vez que ela era tão bem apoiada pelos fatos assim como era a heliocentricidade, a evolução também tinha que ser considerada como um fato, como a heliocentricidade. …

A evolução é um processo histórico que não pode ser provado pelos mesmos argumentos e métodos pelos quais os fenómenos puramente físicos ou funcionais podem ser documentados. A evolução como um todo, e a explicação de eventos particularmente evolucionários, devem ser inferidos de observações. Tais inferências, subsequentemente, devem ser sempre testadas contra novas observações, e a inferência original ou é falsificada ou considerada fortalecida quando confirmada por todos esses testes. Todavia, a maioria das inferências feitas pelos evolucionistas têm sido, por ora, testadas com êxito tão frequentemente que elas são aceitas como certezas.”

Mayr também conclui:

“É muito questionável se o termo “teoria evolucionária” deva ainda ser usada. Que a evolução ocorreu e ocorre a todo o tempo é um fato tão esmagadoramente estabelecido que se tornou irracional chamá-la de teoria. …

A evolução não é meramente uma ideia, uma teoria, ou um conceito, mas é o nome de um processo na natureza, a ocorrência do qual pode ser documentado por montanhas de evidência que ninguém tem sido capaz de refutar. Algumas destas evidência foi resumida nos capítulos 1-3. Na verdade, é realmente enganoso se referir à evolução como uma teoria, considerando-se as grandes quantidades de evidências que foram descobertas ao longo dos últimos 140 anos documentando sua existência. A evolução não é mais uma teoria, ela simplesmente é um fato.”

E no seu livro Why Evolution is True, o evolucionista Jerry Coyne escreveu:

“Bem, quando nós dizemos que a “evolução é verdadeira”, o que nós queremos dizer é que os principais fundamentos do darwinismo foram verificados. Os organismos evoluíram, gradualmente, as linhagens se dividiram em espécies diferentes de ancestrais comuns, e a selecção natural é a principal máquina de adaptação. Nenhum biólogo sério dúvida dessas proposições.”

Estas são citações representativas da posição consensual dos evolucionistas. Seria difícil de se encontrar exemplos mais óbvios de deturpação de ciência.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Ateísmo de Boutique

A estupidez humana não cessa de me espantar. Leio na imprensa que o chefão da BBC, Mark Thompson, (admitiu que a emissora inglesa jamais zombaria de Maomé como zomba de Cristo, justificando que ridicularizar o profeta muçulmano teria o mesmo peso emocional da pedofilia.

No Velho Continente, o assunto ganhou amplitude e ocupou as manchetes dos jornais, uma vez que os cristãos têm enfiado a cabeça na areia quando é essencial que a mostrasse ao mundo.

Os argumentos de Thompson fundamentam-se no sopro da mentira de que cristãos não reagem quando são abordados, suportam tudo e tem pouca relação com as questões étnicas do mundo. Enfim, o diretor da BBC é um desses tipos clássicos que trata Cristo apenas como o herói estampado em camisetas.

Justificativa falível? Um tom vulgar de insulto? Sim. Sobretudo quando a ignorância é atrevida, ou a má-fé intelectual de quem falsifica a história para construir uma narrativa “apropriada”.

Supondo que Mark Thompson está simplesmente mal informado, convém desmontar algumas das suas involuntárias alucinações ao lembrar-lhe que a religião cristã é o pilar que fundamenta a democracia, construiu a base dos valores morais do ocidente e, diferente de outras religiões fundamentalistas, não pune com severidade infiéis por abandonarem a fé.

Hoje, nas conversas cultas da Europa, criticar o cristianismo converteu-se em um novo mantra para celebridades, acostumadas a praticar caridade em países africanos, para depois exibir-se perante as lentes sentimentais do mundo.

Eis o subproduto da sociedade europeia que enriqueceu e atingiu patamares de conforto que convidam ao ócio. E, com o ócio, vem à futilidade e irritabilidade própria de quem procura sair dessa condição com novas formas de incomodar o semelhante.

Isso não significa, ao contrário do que pensa os fanáticos, de que Thompson quer promover a natureza industrial do ateísmo, nem tão pouco está a serviço de uma organização para varrer o cristianismo. Não se trata disso. Ele é, apenas, mais um infeliz dos tantos que andam por ai a emitir opiniões sem fundamento.

Discutir o cristianismo, ao contrário do que pensa Thompson, é um pouco mais complexo do que soltar uns comentários adolescentes que talvez impressionem alguns alunos rebeldes sem causa.

Alexsandro Nogueira é jornalista.