quinta-feira, 31 de julho de 2014

TÉCNICA ASSÉPTICA

"E qualquer que a tocar será imundo; portanto lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo.” (Levítico 15: 27)
É necessário grande conhecimento e prática para que uma pessoa consiga fazer, com sucesso, uma tarefa num campo esterilizado sem que, acidentalmente, introduza contaminação. Trabalhar assepticamente é uma capacidade que eu ensino aos alunos quando fazerem experiências com batérias e ou quando se fazem culturas de tecidos animais ou vegetais. Em qualquer sala de cirurgia, a técnica asséptica é vital para prevenir a contaminação e uma potencial infecção a seguir à cirurgia.
É que, como sabe, a bactéria, os esporos de fungos, os vírus, e outros contaminantes em potencial estão emboscados em todo o lado à nossa volta, na nossa pele, e até dentro de nós. As novas descobertas sobre bactérias sugerem que casa um de nós e o número total de pessoas que já alguma vez viveram no mundo. Felizmente, contudo, Deus deu-nos várias linhas de defesa que mantém as bactérias “em sentido”.
“Esterilizado” ou “asséptico” são palavras que significam, simplesmente, a ausência de vida numa superfície ou no campo operatório. A presença de bactéria chama-se septicemia. Com a septicemia, as bactérias estão presentes, a crescer rapidamente, a proliferar, a segregar toxinas, a causar destruição e, eventualmente, pus e putrefacção. Os estudantes descobrem rapidamente que não existe algo como quase esterilizado ou quase asséptico. A esterilização não é um assunto de grau. É, antes, uma situação de tudo ou nada. Todos os meus alunos também têm de aprender a estar hiperconscientes de todos os movimentos. Têm de saber sempre o que é sujo (séptico) e o que é limpo (asséptico) e nunca deixarem que os dois se toquem. Esta lei rígida de não deixar o sujo tocar o limpo tem de ser cumprida, porque sempre que o sujo toca o limpo, o limpo torna-se sujo. No laboratório de cultura de tecidos ou numa mesa de operações, quando o limpo toca o sujo, o sujo nunca se torna limpo – é o limpo que quase sempre se torna sujo.
A minha exceção favorita a esta regra é a história que Lucas conta perto do fim do capítulo 8. A mulher que avançava com dificuldade, por entre a multidão, estava ritualmente impura devido a hemorragia constante que há anos a atormentava, sair de si, a pessoa estava impura. Não podia tocar em ninguém, porque o tornaria impuro, também. Consegue imaginar o seu isolamento, a sua solidão, a falta de um toque humano? A mulher quebrou a lei ao tocar na orla das vestes de Jesus. E nesta bela história de fé, a pureza de Jesus limpou instantaneamente a mulher. Aconteceu a exceção. O sujo tocou o limpo e tornou-se limpo também. Como anseio que isso me aconteça a mim!

Jesus, preciso do Teu toque de purificação. Purifica o meu coração neste momento.
O DEUS das Maravilhas - Dr. David A. Steen

quinta-feira, 24 de julho de 2014

…AINDA É DEUS QUEM GOVERNA

"…Pois Deus reina sobre toda a terra, cantai louvores com inteligência, Deus se assenta sobre o trono da sua santidade.” (Salmos 47:7, 8)
Afinal quem, ou o quê, está aqui no controlo? Um terrível acidente deixa uma pessoa ensanguentada à beira da estrada. A perda de sangue é significativa. Os tecidos do corpo não estão a receber oxigénio suficiente. Nas células, as mitocôndrias não conseguem produzir ATP suficiente para sustentar a vida. Elas compensam isso mondando para  a respiração anaeróbica, que fazia subir o ácido láctico, resultando na queda do pH no sangue. O baixo oxigénio no sangue faz com que a as membranas das células fiquem mal ventiladas. Fluidos extra celulares entram nas células. Os importantes centros que regulam os neurónios e os químicos procuram ganhar o controlo da situação. A respiração torna-se mais rápida para livrar o corpo do dióxido de carbono numa tentativa para elevar o pH no sangue. Os sensores de pressão nas carótidas respondem à baixa pressão sanguínea, promovendo a libertação de adrenalina e norepinefrina. A adrenalina apressa o ritmo cardíaco. A norepinefrina aperta as vias sanguíneas – medidas que, normalmente, fazem subir a pressão sanguínea. Os níveis de hormona antidiurética no sangue aumentam para permitir que os rins retenham água na circulação sanguínea e também para desviar sangue dos órgãos não críticos e manter o sangue a fluir para o coração, os pulmões e o cérebro. Durante este tempo crítico, o controlo á absolutamente importante. Se a ambulância chegar suficientemente depressa, a vítima poderá viver.
Enquanto a vítima está ali deitada a sangrar, esperando por ajuda, os próprios mecanismos de controlo começaram a falhar por falta de sangue nos tecidos. Os iões de sódio fluirão para as células enquanto os iões de potássio se escapam para fora, exactamente o oposto do que deveriam fazer. O pH do sangue continua a descer, os pequenos esfíncteres em cada capilar perdem a sua força para que o sangue pare de fluir através deles, e o fluido e as proteínas começam a vazar, fazendo com que o sangue se torne mais espesso e reduza ainda mais a pesagem pelos capilares. Como os mecanismos de controlo falaram, a morte da vítima é iminente. Está alguém ou alguma coisa ao controlo? Se perceber de medicina, reconhecerá o que está a acontecer. O fenómeno chama-se choque hipovolémico ou simplesmente choque. Aproxima-se o ponde de não regresso, quando, mesmo que a ambulância chegue, é demasiado tarde. Já houve demasiado dano.
Os sistemas biológicos requerem sistemas de controlo delicados. Quando estes falham, acontece a morte. Agora, vamos imaginar os sistemas de controlo que são necessários para manter o Universo a funcionar bem. Felizmente, o Projetista e Criador de todos os grandes sistemas está no controlo. Deus ainda governa. Recorde-se do espanto dos discípulos: “Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?” (Lucas 8:25)
Governador deste vasto domínio, toma a minha vida e que ela possa se consagrada a Ti, Senhor.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

HÁ DOR POR TODO O LADO, SOFRIMENTO E DISCÓRDIA

"Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” (Eclesiastes 12 : 14)
Uma das lições mais duras que tive de aprender é que a vida, pura e simplesmente, não é justa. Coisas más acontecem a pessoas boas. Coisas boas acontecem a pessoas más. E coisas horríveis, inexplicavelmente, abatem-se sobre as crianças mais pequenas, mais fracas, e mais inocentes. E o que fizeram elas para merecer isso? Não é justo!
Especialmente quando dirigidos a bebés e crianças muito pequenas, matar, abuso sexual, abuso físico, abuso emocional e negligência são a prova mais forte de que o mal existe no nosso Planeta. Que maior demonstração poderia haver de que Satanás odeia o que Deus ama e está a usar todos os meios possíveis para matar, estropiar e marcar emocionalmente para toda a vida, perpetuando a dor e destruição geração após geração? O meu coração de pai enche-se de justa indignação e grita: Chega! Para!
Conheci pessoas trabalhadoras, bondosas, honestas, tementes a Deus, que viverem durante décadas numa comunidade. Servindo desinteressadamente os outros, dão do seu tempo e recursos para construir a comunidade. Depois, acontece o desastre. Cheias, um tornado, talvez um deslizamento de terras. Ao princípio sentem-se abençoadas por terem sobrevivido e louvam o Senhor por ter tomado conta delas. Mas estão agora sem nada e tiveram de começar do zero. Isto é justo?
Conheci muitas famílias que perderam bebés, crianças, mães, pais, que sucumbiram à devastação do cancro. Demasiado jovem para morrer. No vigor da vida. Apagados! Que injusto!
Conheci demasiados trabalhadores dedicados, em instituições, firmas e outras organizações que foram despedidos por chefes demasiado controladores, inseguros e incompetentes. Todas as razões das queixas foram cuidadosamente consideradas para evitar uma falha da justiça – mas sem sucesso. Essas pessoas perderam o seu trabalho, a sua dignidade, o seu valor próprio e a sua pensão. Ocasionalmente, esses chefes são promovidos, mostrando que coisas boas também acontecem a pessoas más. A vida é justa.
O meu ri com satisfação. Há dor por todo o lado, sofrimento e discórdia. Mas, no fim, o julgamento. Os campos de batalha serão nivelados. Todas as acções serão julgas – com justiça.

Que grande dia para a justiça será esse, Senhor. Recorda-me, uma vez mais, para não me vingar daqueles que me maltratam. Abençoado sejas, meu justo e reto Juiz.

domingo, 13 de julho de 2014

Há milagres HOJE?

Sua pergunta: “Por que não existem milagres visíveis hoje em dia que gritem — sem a menor sombra de dúvida — ao mundo: ‘Existe um Deus!’?”

Nossa resposta: Muitos de nós queremos razões fortes, e até mesmo mais do que suficientes para acreditar em Deus. Algumas pessoas crêem na existência de Deus por fortes razões factuais e filosóficas. Outras crêem em Deus por causa de orações respondidas, direção que Ele tem dado às suas vidas, ou por causa de como Deus transformou as suas vidas.

Mas por que Deus apenas não se manifesta de uma maneira vocifera e faz com que as pessoas TENHAM que acreditar que Ele existe? Uma boa resposta é apresentada por Philip Yancey no seu livro, O Jesus que eu nunca conheci (particularmente pp. 74-80).

Yancey aponta que Deus nos deu a liberdade de acreditar n´Ele ou não. Ele completa, “Minha fé sofre de muita liberdade e tantas tentações para desacreditar. De vez em quando eu quero um Deus que me supra, que supere as minhas dúvidas com certezas, que me dê provas verdadeiras de Sua existência e Sua preocupação para comigo. Eu quero um Deus sem ambiguidades, Aquele a quem eu possa indicar para o bem de meus amigos.” Mas aí Ele diz, “Quanto mais eu conheço Jesus, mais eu fico impressionado com o que [Dostoevsky] chama do milagre da restrição.”

Jesus poderia ter feito maravilhosas performances, milagres espetaculares que fariam com que as pessoas acreditassem n´Ele. Ele poderia curar cidades inteiras com uma simples declaração em massa. Ele poderia instantaneamente assombrar todo o Israel. Ele podia com um só grito espantar o exército romano. Ele poderia ter feito uma série de milagres onde as pessoas seriam forçadas a acreditar n´Ele. Mas Deus sempre sustenta a ideia de livre arbítrio com a qual Ele nos criou.

Yancey afirma, “Mais maravilhoso é a sua recusa em fazer performances e impressionar. A terrível insistência de Deus na liberdade humana é tão absoluta que Ele nos concede o poder de viver como se Ele não existisse, cuspir na sua face, crucificá-Lo. Acredito que Deus insiste em tal restrição porque nenhum show pirotécnico de omnipotência alcançaria a resposta que Ele deseja. Apesar de que o poder possa forçar a obediência, apenas o amor pode levar a uma resposta de amor, que é a única coisa que Deus quer de nós e a razão pela qual Ele nos criou”.

Se Deus realmente revelasse o Seu poder de uma maneira extravagante, Ele poderia nos forçar a acreditar n´Ele. Ele poderia facilmente nos forçar a obedecer ao Seu incomensurável poder. Ele poderia ordenar o que quisesse. Mas o que Deus quer é que nós o reconheçamos como nosso Pai, Amigo, Consolador, Conselheiro, Senhor – espontaneamente, não sob pressão.

Ele tem-nos dado muito mais que razões amplas para acreditar n´Ele (veja “Mais Que Uma Fé Cega”). Mas Ele não nos força a conhecê-Lo. Mesmo que Jesus diga, “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei…” (Apocalipse 3:20). Ele só entra na nossa vida com a nossa permissão. E se nós sinceramente quisermos descobrir se Ele está lá e como Ele é, Ele permitirá que nós O encontremos e O conheçamos.

Glória, Louvor e Aleluia sem cessar!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

O CASO DOS OVOS FALSOS

“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” Isaías 5:20
Esta história é complexa, por isso tem de se concentrar. Existem, em todo o mundo, cerca de 500 espécies diferentes de plantas de maracujá. Algumas crescem como se fossem ervas, outras são arbustos, mas a maioria são trepadeiras com grandes com grandes flores muito bonitas de onde cresce um fruto do qual se faz um sumo tropical muito agradável. As folhas das trepadeiras de maracujá produzem variadíssimas, interessantes e complexos químicos como favonoides, alcalóides, flavonas e até mesmo alguns glicosídeos venenosos. Aparentemente, o veneno mortal protege as folhas de serem comidas por insectos herbívoros. Mas, algumas espécies de larvas de borboletas longiwing (Heliconius) conseguem ultrapassar a defesa da planta neutralizando o veneno – ou talvez o possam armazenar para sua própria protecção.
Agora é que o enredo se adensa, portanto preste atenção. Não só os adultos da borboleta longwing evitam o veneno das folhas tóxicas, como os adultos põem os seus ovos (num invólucro com pezinhos) nas folhas das trepadeiras. Mas, além de comerem as folhas, as larvas das borboletas são canibalescas. As primeiras a
sair dos ovos tentam comer os ovos que estão por eclodir. E é aqui que a trepadeira de maracujá entra na luta. A trepadeira de maracujá tem um código genético que produz pequenos invólucros que servem de isco (ovos falsos) nas suas folhas. As borboletas longwing passam por alto as folhas que parecem já ter sido povoadas com invólucros de ovos. Mais ainda, os ovos falsos são, na realidade, glândulas da planta que segregam um químico que atrai as vespas que comem larvas de longwing. Como pode ver, a planta tem duas linhas de defesa contra aquilo que a incomoda: recrutar as vespas para matarem o que come as suas folhas e enganar as borboletas fazendo-as pensar que o território já está ocupado.

Isto parece complicado, não acha? Será que o grande enganador está envolvido nisto, de alguma maneira? Talvez. O que eu sei, realmente, é que quero que a minha vida seja autêntica e transparente. Não quero enganar ninguém.