quinta-feira, 5 de junho de 2008

A FÉ, REMÉDIO CONTRA ANSIEDADE

Recentemente encontrei numa revista portuguesa e algumas francesas com reportagens que me suscitaram algumas reflexões que se seguirão. Dessas reportagens destaco três perguntas que estão na base dessas apreciações.

Porque Deus nunca desaparecerá?

Estará o nosso cérebro programado para acreditar?

A fé, remédio milagroso contra a ansiedade?
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Porque dá resposta às dúvidas existencias e cria um sentimento de segurança, na medida em que ajuda a fortalecer a sensação de pertença a uma comunidade, pode dizer-se que a religião é um verdadeiro ansiolítico. Que até age sobre a saúde!

Parece um paradoxo: acreditar em Deus aumenta... a esperança de vida na Terra! É esta inusitada conclusão de trabalhos que, após uma década, mostra que os indivíduos que crêem na existência de uma entidade divina aumentam a sua longevidade. E de modo considerável, ainda por cima! Em 2002, o professor de psiquiatria David B. Larson, da Universidade Luke, na Carolina do Norte (EUA), estimava que os crentes viviam em média 29 por cento mais tempo que do que os não crentes. Fruto da síntese de 42 estudos médicos realizados entre 1977 e 1999 e envolvendo cerca de de 126 mil pessoas, esta cifra, pela sua amplitude, põe desde logo uma questão: em que é que o facto de acreditar pode ter uma influência na nossa esperança de vida? A resposta dá-se numa palavra: ansiolítico. É que, se as religiões têm uma virtude, é a de serem um remédio contra a angústia.
Os atentados de 2001 contra o World Trade Center foram a ocasião de confirmar exemplarmente esta ideia. Nos meses que se seguiram ao fatídico 11 de Setembro, as autoridades sanitárias norte-americanas constataram, com efeito, um claro aumento da ansiedade no seio da população; ora, ao mesmo tempo, muitos americanos decidiram entregar-se a práticas religiosas que, até então, lhes eram indiferentes...

O CRENTE APRESENTA UM NÍVEL DE ANGÚSTIA INFERIOR
Mais claro ainda: psicólogos da Univerisade de Washington revelaram no início de 2005 os resultados de um estudo levado a cabo na época com 453 estudantes de todas as confissões. Do qual se destaca que os que recorreram a comportamentos religiosos como rezar para gerir o trauma conseguiram acalmar a sua angústia muito mais eficazmente do que os outros. Um resultado que vem ao encontro de estudos realizados em contextos completamente diferentes. Em 2002, por exemplo, o psicólogo Victor G. Cicirelli, da Universidade Purdue, em Indiana (EUA), submeteu um grupo de 388 pessoas, desta vez entre os sessenta e os cem anos, à «Escala multidimensional do medo da morte», um teste psicológico, frequentemente utilizado pelos geriatras para medir o nível de ansiedade dos seus pacientes face à morte. Veredicto: os sujeitos crentes apresentavam um nível de angústia inferior ao dos indivíduos não crentes.

É portanto uma certeza científica: a crença em Deus permite reduzir a angústia. Porquê? Porque as religiões dão precisamente as respostas às interrogações mais profundas do homem. O sentido da vida, a questão das origens, a angústia da morte...Pouco importa o nome do deus que adoram, a génese que descrevem ou a natureza do paraíso que prometem, todas, cada uma à sua maneira, produzem um discurso que dá uma resposta ao que angustia o homem quando pensa na sua condição. Uma resposta em que cada um pode desde logo encontrar refúgio, na medida em que adoptar durante a sua vida um comportamento conforme às leis ditadas pela religião que abraça.

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