sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Jesus, Provedor e Mantenedor


VERSO A REALÇAR: “O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4:19).
Deus mantém a criação de maneira tão regular que, muitas vezes o Universo é comparado a uma máquina que Deus deixou para funcionar por si mesma. No entanto, em lugar de uma máquina, a metáfora melhor é que a criação é como um instrumento musical que Deus usa para produzir a desejada “melodia”. Ou seja, Ele está constantemente envolvido na manutenção de tudo que criou.
 No Universo, nada existe independentemente do Senhor. Ele criou tudo: “Todas as coisas foram feitas por intermédio d´Ele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). Não só isso, mas Ele é quem sustenta tudo. Ainda mais surpreendente é saber que Aquele que criou e tudo mantém foi crucificado por nós.
“O apóstolo Paulo, escrevendo pelo Espírito Santo, declarou acerca de Cristo: ‘Tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele’ (Cl 1:16, 17, RC). A mão que sustém os mundos no espaço, a mão que conserva em seu ordenado arranjo e incansável atividade todas as coisas através do Universo de Deus, é a que na cruz foi pregada por nós” (Ellen G. White, Educação, p . 132).
 O Mantenedor
1. Qual é a função de Jesus na existência contínua do Universo? Hb 1:3; Cl 1:16, 17
A implicação aqui é que Jesus continua a manter a existência do Universo, pelo Seu poder. O Universo não é independente. Sua existência depende do exercício contínuo da vontade divina. Essa é uma refutação ao deísmo, filosofia segundo a qual Deus criou o mundo para que governasse a si mesmo e, em seguida, o deixou para que evoluísse sem qualquer ação adicional dEle. A Bíblia exclui tal teoria.
 Além disso, Deus não está na criação, constantemente criando-a, como nas falsas teorias do panteísmo (Deus e o Universo são a mesma coisa) ou panenteísmo (Deus habita o Universo como se fosse seu próprio corpo). Ele não é dependente do Universo de maneira nenhuma. Ele é separado do Universo; existiu e continua a existir independentemente dele. O Universo depende de Deus, mas o Criador não depende do Universo.
2. Como Paulo descreve nosso relacionamento com Jesus? 1Co 8:6; At 17:28
Dependemos do poder mantenedor de Deus, momento a momento, dia após dia. É por causa do Seu amor que continuamos a existir e somos capazes de agir e formar relacionamentos. De modo especial, isso é verdade para os que se entregaram a Deus e que estão, como Paulo descreve, “em Cristo” (2Co 5:17; Ef 2:10; observe as referências à criação nesses textos). Outra verdade é que mesmo os que rejeitam a salvação dependem do poder sustentador de Deus para sua existência. Daniel apresentou esse ponto de modo muito incisivo ao rei Belsazar, quando disse: “Mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste” (Dn 5:23).
Com tudo isso em mente, como podemos entender a realidade do livre-arbítrio e livre escolha? Por que esses elementos da nossa existência são tão importantes para o conjunto das nossas crenças?
 Generoso Provedor
Génesis 1:29, 30 mostra que, quando Deus criou os seres viventes, também providenciou alimento para eles. Ervas, frutas e sementes foram os alimentos escolhidos tanto para os seres humanos quanto para os animais. Nada é dito sobre violência contra outros seres viventes ou competição por recursos. O generoso Provedor criou muita comida para que todos pudessem participar sem necessidade de violência.
 Há um contraste muito grande em relação aos modelos comuns para a existência, propostos pela teoria evolucionista, segundo a qual a vida humana, de fato toda vida, existe unicamente através de um violento processo de predação e sobrevivência do mais apto. Os primeiros capítulos de Génesis não reconhecem nada disso. Ao contrário, eles revelam um mundo que era, literalmente, um paraíso desde o princípio. Por isso, quando o Senhor acabou de criá-lo, a Bíblia registra as seguintes palavras: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia” (Gn 1:31).
3. O que a Bíblia indica sobre o interesse especial de Deus em prover para Adão e Eva? Gn 2:8, 9
Já observamos que Deus havia providenciado alimento para todas as Suas criaturas, incluindo os seres humanos. Então, vemos Deus indo um passo adiante. Ele não somente proveu generosamente alimento por toda a Terra, mas preparou um jardim especial para Adão e Eva, com árvores agradáveis aos olhos e boas para a alimentação (Gn 2:9). O jardim, com sua beleza e variedade de alimentos, foi uma provisão do extraordinário amor e graça de Deus. Um dom da graça porque Adão e Eva não haviam feito nada para merecer, mas o Senhor lhes ofereceu gratuitamente e o preencheu generosamente.
 Conforme demonstrado em lição anterior, estamos muito longe da criação original. Nosso mundo está muito danificado. Parece que nada na Terra foi poupado. No entanto, mesmo em meio ao dano, existe uma poderosa evidência do amor de Deus.
“A natureza é um poder, mas o Deus da natureza é um poder ilimitado. Suas obras representam Seu caráter. Os que O julgam a partir de Suas obras, e não a partir das suposições dos grandes homens, verão Sua presença em tudo” (Ellen G. White, The Signs of the Times [Sinais dos Tempos], 13 de março de 1884).
Ao observar a natureza, você consegue perceber “Sua presença em tudo”?
Mal natural
Uma das grandes questões com as quais os crentes em um Deus amoroso têm que lidar é a questão do mal, não apenas a maldade humana, mas o que é chamado “mal natural”. Isto é, quando coisas ruins acontecem na natureza (inundações, furacões, secas, terremotos, etc.), que causam tanta dor e sofrimento, não apenas para os seres humanos, mas também para os animais.
 Como devemos entender essas coisas? Afinal, se Deus está no controle da criação, por que essas coisas acontecem? Um dos mais antigos livros da Bíblia é o de Jó, no qual essas questões (e outras) se tornaram dolorosamente reais para ele.
4. Leia Jó 42. O que esse capítulo nos responde? Que perguntas permanecem sem resposta?
Quem já leu o livro de Jó talvez obteve mais perguntas do que respostas. O livro revela verdades importantes sobre o grande conflito (Ap 12:12), que ajudam a formar um pano de fundo decisivo para começarmos a entender a existência do mal. O cenário do grande conflito, no entanto, não explica todos os exemplos do mal. De fato, explicar o mal, em certo sentido, seria justificá-lo, e nunca poderemos fazer isso. O grande conflito pode revelar as grandes questões por trás do mal, mas não diz muita coisa sobre cada exemplo do mal.
 Jó não entendia, e nós também não entendemos quando nos deparamos com perdas tão catastróficas. Embora Deus tivesse falado com Jó, Ele não respondeu às perguntas do patriarca, nem explicou a causa do que acontecia. Ele simplesmente lembrou a Jó que havia coisas além do seu conhecimento e que ele precisava confiar em Deus, o que Jó fez. Nossa experiência é muitas vezes semelhante. Podemos não receber uma resposta para nossas perguntas. Mas a história de Jó nos dá uma importante compreensão da natureza do mal, e isso nos mostra que Deus não ignora as lutas que enfrentamos.
Leia novamente a citação de Ellen G. White, na lição de sábado. De que maneira ela nos ajuda a lidar melhor com a questão do mal, sabendo que o próprio Deus também sofreu muito por causa disso?
 
Governando uma criação danificada
 
5. Como Deus age na criação a fim de manter Suas criaturas? O que isso nos diz sobre Seu interesse no mundo criado? Mt 5:45; Sl 65:9, 10
Estamos familiarizados com o Sol e a chuva, e os cientistas dão explicações para os processos envolvidos em cada um deles. No entanto, há mais a respeito da história do que a ciência pode dizer. Nos bastidores, Deus está ativamente suprindo as necessidades de Suas criaturas. Podemos não entender Seus caminhos, mas sabemos que Ele está no controle. Um hábil músico pode tocar um instrumento de maneira a atrair a atenção das pessoas para a música, e não para o músico. Do mesmo modo, Deus organiza a criação de maneira que vemos, muitas vezes, Suas obras e ficamos impressionados com a grandiosidade da criação. Ao mesmo tempo, podemos não reconhecer que Deus está nos bastidores, arranjando os eventos de acordo com Sua vontade e planejando para que todas as coisas finalmente cooperem para o bem daqueles que O amam (Rm 8:28).
 
6. Que fenómeno semelhante é observado nos textos seguintes? Gn 8:1; Êx 10:13; Nm 11:31
O vento é um fenómeno comum e geralmente entendemos sua causa. Mas nesses textos, o vento ocorre em circunstâncias especiais. Poderíamos chamá-los de “ventos providenciais”. Eles ocorrem em tempos e lugares específicos e realizam propósitos específicos. Embora possam parecer “naturais”, há um Ser invisível realizando os propósitos de Sua vontade, usando recursos do mundo que Ele criou para cumpri-los.
 Em 2 Reis 20:9-11, vemos um dos milagres mais inusitados de toda a Bíblia. A relação entre o Sol, a Terra e a duração do dia parece ser uma das características mais estáveis e previsíveis da experiência humana. Imagine a reação da comunidade científica de hoje, se um evento semelhante ocorresse em nossos dias. No entanto, devemos perguntar: “Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18:14). O que esse e outros milagres devem nos dizer é que existem muitas coisas sobre a criação, e as ações de Deus em Sua criação, que estão muito além de nosso entendimento. Por isso é tão crucial que cheguemos a um conhecimento pessoal de Deus e conheçamos por nós mesmos a realidade do Seu amor. Dessa forma, aprenderemos a confiar nEle, apesar de tudo o que não entendemos.
Provedor para uma criação danificada
“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt 6:26).
Mesmo depois que Adão e Eva pecaram e já não podiam entrar no jardim, Deus supriu suas necessidades físicas imediatas (Gn 3:21). O pecado trouxe uma novidade: a necessidade de vestuário. Adão e Eva tentaram preparar roupas para si mesmos, mas as roupas de folhas de figueira foram bastante insatisfatórias. Era necessário algo melhor, o que Deus proveu na forma de peles (Consideraremos mais acerca do significado das peles em outra lição). O ponto é que Deus supriu as necessidades deles, embora tivessem caído no pecado. Esse é outro exemplo da graça de Deus provendo para nós, apesar de nossa indignidade.
7. Que mensagem importante Jesus nos apresenta sobre o cuidado de Deus? Como devemos entendê-la, em face das provações e tragédias que afetam de modo tão significativo a vida das pessoas? Mt 6:25-34
Essas são palavras muito confortadoras, e precisamos nos apegar a elas com todo o coração, alma e mente, especialmente em tempos de grande sofrimento, perda e necessidade. Jesus morreu por nós, não pelos lírios ou pássaros. Podemos ter certeza de Seu amor por nós, independentemente das circunstâncias. No entanto, as circunstâncias às vezes podem ser bastante assustadoras. Vemos fome, seca, inundações, epidemias e morte em toda parte, e os cristãos também não estão imunes a essas tragédias.
 Deus não promete a Seu povo uma vida de luxo, livre de sofrimento, mas promete suprir nossas necessidades e nos fortalecer, de modo que possamos enfrentar nossos desafios. Só não podemos esquecer a realidade do grande conflito e o fato de que estamos em um mundo caído.
Leia Mateus 10:28. Como esse verso, combinado com os versos de hoje, poderia nos ajudar a lidar melhor com as duras realidades que muitas vezes enfrentamos?
 Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 8, p. 259-261: “Leis da Natureza”.
“Homens de ciência julgam poder compreender a sabedoria de Deus, aquilo que Ele fez ou pode fazer. Prevalece largamente a ideia de que Ele é restrito pelas Suas próprias leis. Os homens ou negam ou ignoram Sua existência, ou julgam explicar tudo, mesmo a atuação de Seu Espírito sobre o coração humano; e não mais reverenciam Seu nome nem temem Seu poder. Não creem no sobrenatural, não compreendem as leis de Deus, nem Seu poder infinito para executar Sua vontade por meio deles. Conforme é usualmente empregada, a expressão “leis da natureza” compreende o que o homem tem podido descobrir com relação às leis que governam o mundo físico. Mas quão limitado é o seu conhecimento, e quão vasto é o campo em que o Criador pode atuar em harmonia com Suas próprias leis e, todavia inteiramente além da compreensão de seres finitos!” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 114).
Perguntas para reflexão
 1. Leia atentamente a citação acima. O que ela está dizendo? Podemos ver os cientistas hoje fazendo exatamente o que foi descrito?
 2. A ciência de nossos dias é muito melhor do que costumava ser para explicar, através dos meios naturais, por que certas coisas acontecem ou por que deixam de acontecer. O problema não está com os “meios naturais” ou “leis naturais”, mas com a ideia de que esses meios e leis são tudo o que existe, e de que não há forças sobrenaturais por trás deles. O que há de errado com essa suposição? Por que, logicamente, isso não faz sentido? (Reflita: De onde surgiram essas leis?) Por que essa ideia é tão contrária aos ensinamentos mais básicos da Bíblia?
 3. Como a imagem da criação comparada a um instrumento musical oferece um quadro mais preciso do relacionamento de Deus com a criação do que a imagem da criação como máquina?
 4. Que eventos especiais poderíamos considerar apenas “forças da natureza”? Veja, por exemplo, 1 Reis 19:11, 12.
Respostas sugestivas: 1. O Senhor sustenta todas as coisas pelo poder de Sua palavra. Ele é Criador e Mantenedor do Universo. 2. Jesus nos criou e mantém a nossa vida; nEle vivemos, nos movemos e existimos. 3. Deus colocou no jardim árvores belas e boas para alimentar Adão e Eva. Estava ali também a árvore da vida. 4. Deus mostrou Sua omnipotência e omnisciência. Ao perceber que o Criador estava perto dele e ao notar como era o caráter dEle, Jó se arrependeu do que havia dito e pensado, em razão de sua ignorância. A renovação das bênçãos sobre a família de Jó respondeu uma parte das perguntas de Jó e trouxe confiança em relação às perguntas não respondidas. 5. Deus envia o Sol e a chuva para prover alimento aos habitantes da Terra. 6. Deus utilizou o vento de modo sobrenatural, em favor de Seu povo e para mostrar Seu poder. 7. Se Deus alimenta as aves e veste a erva do campo, devemos confiar na Sua provisão quanto ao alimento, bebida, vestuário, proteção e vida eterna. Devemos confiar no Senhor, mesmo nos momentos de aflição.

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