VERSO A REALÇAR: “O meu Deus, segundo a Sua riqueza em
glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp
4:19).
Deus mantém a criação de maneira tão regular que, muitas
vezes o Universo é comparado a uma máquina que Deus deixou para funcionar por
si mesma. No entanto, em lugar de uma máquina, a metáfora melhor é que a
criação é como um instrumento musical que Deus usa para produzir a desejada
“melodia”. Ou seja, Ele está constantemente envolvido na manutenção de tudo que
criou.
No Universo, nada
existe independentemente do Senhor. Ele criou tudo: “Todas as coisas foram
feitas por intermédio d´Ele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo
1:3). Não só isso, mas Ele é quem sustenta tudo. Ainda mais surpreendente é
saber que Aquele que criou e tudo mantém foi crucificado por nós.
“O apóstolo Paulo, escrevendo pelo Espírito Santo, declarou
acerca de Cristo: ‘Tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas
as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele’ (Cl 1:16, 17, RC). A mão que
sustém os mundos no espaço, a mão que conserva em seu ordenado arranjo e
incansável atividade todas as coisas através do Universo de Deus, é a que na
cruz foi pregada por nós” (Ellen G. White, Educação, p . 132).
O Mantenedor
1. Qual é a função de Jesus na existência contínua do
Universo? Hb 1:3; Cl 1:16, 17
A implicação aqui é que Jesus continua a manter a existência
do Universo, pelo Seu poder. O Universo não é independente. Sua existência
depende do exercício contínuo da vontade divina. Essa é uma refutação ao
deísmo, filosofia segundo a qual Deus criou o mundo para que governasse a si
mesmo e, em seguida, o deixou para que evoluísse sem qualquer ação adicional
dEle. A Bíblia exclui tal teoria.
Além disso, Deus não
está na criação, constantemente criando-a, como nas falsas teorias do panteísmo
(Deus e o Universo são a mesma coisa) ou panenteísmo (Deus habita o Universo
como se fosse seu próprio corpo). Ele não é dependente do Universo de maneira
nenhuma. Ele é separado do Universo; existiu e continua a existir
independentemente dele. O Universo depende de Deus, mas o Criador não depende
do Universo.
2. Como Paulo descreve nosso relacionamento com Jesus? 1Co
8:6; At 17:28
Dependemos do poder mantenedor de Deus, momento a momento,
dia após dia. É por causa do Seu amor que continuamos a existir e somos capazes
de agir e formar relacionamentos. De modo especial, isso é verdade para os que
se entregaram a Deus e que estão, como Paulo descreve, “em Cristo” (2Co 5:17;
Ef 2:10; observe as referências à criação nesses textos). Outra verdade é que
mesmo os que rejeitam a salvação dependem do poder sustentador de Deus para sua
existência. Daniel apresentou esse ponto de modo muito incisivo ao rei
Belsazar, quando disse: “Mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os
teus caminhos, a Ele não glorificaste” (Dn 5:23).
Com tudo isso em mente, como podemos entender a realidade do
livre-arbítrio e livre escolha? Por que esses elementos da nossa existência são
tão importantes para o conjunto das nossas crenças?
Generoso Provedor
Génesis 1:29, 30 mostra que, quando Deus criou os seres
viventes, também providenciou alimento para eles. Ervas, frutas e sementes
foram os alimentos escolhidos tanto para os seres humanos quanto para os
animais. Nada é dito sobre violência contra outros seres viventes ou competição
por recursos. O generoso Provedor criou muita comida para que todos pudessem
participar sem necessidade de violência.
Há um contraste muito
grande em relação aos modelos comuns para a existência, propostos pela teoria
evolucionista, segundo a qual a vida humana, de fato toda vida, existe
unicamente através de um violento processo de predação e sobrevivência do mais
apto. Os primeiros capítulos de Génesis não reconhecem nada disso. Ao
contrário, eles revelam um mundo que era, literalmente, um paraíso desde o
princípio. Por isso, quando o Senhor acabou de criá-lo, a Bíblia registra as
seguintes palavras: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.
Houve tarde e manhã, o sexto dia” (Gn 1:31).
3. O que a Bíblia indica sobre o interesse especial de Deus
em prover para Adão e Eva? Gn 2:8, 9
Já observamos que Deus havia providenciado alimento para
todas as Suas criaturas, incluindo os seres humanos. Então, vemos Deus indo um
passo adiante. Ele não somente proveu generosamente alimento por toda a Terra,
mas preparou um jardim especial para Adão e Eva, com árvores agradáveis aos
olhos e boas para a alimentação (Gn 2:9). O jardim, com sua beleza e variedade
de alimentos, foi uma provisão do extraordinário amor e graça de Deus. Um dom
da graça porque Adão e Eva não haviam feito nada para merecer, mas o Senhor
lhes ofereceu gratuitamente e o preencheu generosamente.
Conforme demonstrado
em lição anterior, estamos muito longe da criação original. Nosso mundo está
muito danificado. Parece que nada na Terra foi poupado. No entanto, mesmo em
meio ao dano, existe uma poderosa evidência do amor de Deus.
“A natureza é um poder, mas o Deus da natureza é um poder
ilimitado. Suas obras representam Seu caráter. Os que O julgam a partir de Suas
obras, e não a partir das suposições dos grandes homens, verão Sua presença em
tudo” (Ellen G. White, The Signs of the Times [Sinais dos Tempos], 13 de março
de 1884).
Ao observar a natureza, você consegue perceber “Sua presença
em tudo”?
Mal natural
Uma das grandes questões com as quais os crentes em um Deus
amoroso têm que lidar é a questão do mal, não apenas a maldade humana, mas o
que é chamado “mal natural”. Isto é, quando coisas ruins acontecem na natureza
(inundações, furacões, secas, terremotos, etc.), que causam tanta dor e
sofrimento, não apenas para os seres humanos, mas também para os animais.
Como devemos entender
essas coisas? Afinal, se Deus está no controle da criação, por que essas coisas
acontecem? Um dos mais antigos livros da Bíblia é o de Jó, no qual essas
questões (e outras) se tornaram dolorosamente reais para ele.
4. Leia Jó 42. O que esse capítulo nos responde? Que
perguntas permanecem sem resposta?
Quem já leu o livro de Jó talvez obteve mais perguntas do
que respostas. O livro revela verdades importantes sobre o grande conflito (Ap
12:12), que ajudam a formar um pano de fundo decisivo para começarmos a
entender a existência do mal. O cenário do grande conflito, no entanto, não
explica todos os exemplos do mal. De fato, explicar o mal, em certo sentido,
seria justificá-lo, e nunca poderemos fazer isso. O grande conflito pode
revelar as grandes questões por trás do mal, mas não diz muita coisa sobre cada
exemplo do mal.
Jó não entendia, e
nós também não entendemos quando nos deparamos com perdas tão catastróficas.
Embora Deus tivesse falado com Jó, Ele não respondeu às perguntas do patriarca,
nem explicou a causa do que acontecia. Ele simplesmente lembrou a Jó que havia coisas
além do seu conhecimento e que ele precisava confiar em Deus, o que Jó fez.
Nossa experiência é muitas vezes semelhante. Podemos não receber uma resposta
para nossas perguntas. Mas a história de Jó nos dá uma importante compreensão
da natureza do mal, e isso nos mostra que Deus não ignora as lutas que
enfrentamos.
Leia novamente a citação de Ellen G. White, na lição de
sábado. De que maneira ela nos ajuda a lidar melhor com a questão do mal,
sabendo que o próprio Deus também sofreu muito por causa disso?
Governando uma criação danificada
5. Como Deus age na criação a fim de manter Suas criaturas?
O que isso nos diz sobre Seu interesse no mundo criado? Mt 5:45; Sl 65:9, 10
Estamos familiarizados com o Sol e a chuva, e os cientistas
dão explicações para os processos envolvidos em cada um deles. No entanto, há
mais a respeito da história do que a ciência pode dizer. Nos bastidores, Deus
está ativamente suprindo as necessidades de Suas criaturas. Podemos não
entender Seus caminhos, mas sabemos que Ele está no controle. Um hábil músico
pode tocar um instrumento de maneira a atrair a atenção das pessoas para a
música, e não para o músico. Do mesmo modo, Deus organiza a criação de maneira
que vemos, muitas vezes, Suas obras e ficamos impressionados com a
grandiosidade da criação. Ao mesmo tempo, podemos não reconhecer que Deus está
nos bastidores, arranjando os eventos de acordo com Sua vontade e planejando
para que todas as coisas finalmente cooperem para o bem daqueles que O amam (Rm
8:28).
6. Que fenómeno semelhante é observado nos textos seguintes?
Gn 8:1; Êx 10:13; Nm 11:31
O vento é um fenómeno comum e geralmente entendemos sua
causa. Mas nesses textos, o vento ocorre em circunstâncias especiais.
Poderíamos chamá-los de “ventos providenciais”. Eles ocorrem em tempos e
lugares específicos e realizam propósitos específicos. Embora possam parecer
“naturais”, há um Ser invisível realizando os propósitos de Sua vontade, usando
recursos do mundo que Ele criou para cumpri-los.
Em 2 Reis 20:9-11,
vemos um dos milagres mais inusitados de toda a Bíblia. A relação entre o Sol,
a Terra e a duração do dia parece ser uma das características mais estáveis e
previsíveis da experiência humana. Imagine a reação da comunidade científica de
hoje, se um evento semelhante ocorresse em nossos dias. No entanto, devemos
perguntar: “Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18:14).
O que esse e outros milagres devem nos dizer é que existem muitas coisas sobre
a criação, e as ações de Deus em Sua criação, que estão muito além de nosso
entendimento. Por isso é tão crucial que cheguemos a um conhecimento pessoal de
Deus e conheçamos por nós mesmos a realidade do Seu amor. Dessa forma,
aprenderemos a confiar nEle, apesar de tudo o que não entendemos.
Provedor para uma
criação danificada
“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem
ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não
valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt 6:26).
Mesmo depois que Adão e Eva pecaram e já não podiam entrar
no jardim, Deus supriu suas necessidades físicas imediatas (Gn 3:21). O pecado
trouxe uma novidade: a necessidade de vestuário. Adão e Eva tentaram preparar
roupas para si mesmos, mas as roupas de folhas de figueira foram bastante
insatisfatórias. Era necessário algo melhor, o que Deus proveu na forma de
peles (Consideraremos mais acerca do significado das peles em outra lição). O
ponto é que Deus supriu as necessidades deles, embora tivessem caído no pecado.
Esse é outro exemplo da graça de Deus provendo para nós, apesar de nossa
indignidade.
7. Que mensagem importante Jesus nos apresenta sobre o
cuidado de Deus? Como devemos entendê-la, em face das provações e tragédias que
afetam de modo tão significativo a vida das pessoas? Mt 6:25-34
Essas são palavras muito confortadoras, e precisamos nos
apegar a elas com todo o coração, alma e mente, especialmente em tempos de
grande sofrimento, perda e necessidade. Jesus morreu por nós, não pelos lírios
ou pássaros. Podemos ter certeza de Seu amor por nós, independentemente das
circunstâncias. No entanto, as circunstâncias às vezes podem ser bastante
assustadoras. Vemos fome, seca, inundações, epidemias e morte em toda parte, e
os cristãos também não estão imunes a essas tragédias.
Deus não promete a
Seu povo uma vida de luxo, livre de sofrimento, mas promete suprir nossas
necessidades e nos fortalecer, de modo que possamos enfrentar nossos desafios.
Só não podemos esquecer a realidade do grande conflito e o fato de que estamos
em um mundo caído.
Leia Mateus 10:28. Como esse verso, combinado com os versos
de hoje, poderia nos ajudar a lidar melhor com as duras realidades que muitas
vezes enfrentamos?
Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 8, p.
259-261: “Leis da Natureza”.
“Homens de ciência julgam poder compreender a sabedoria de
Deus, aquilo que Ele fez ou pode fazer. Prevalece largamente a ideia de que Ele
é restrito pelas Suas próprias leis. Os homens ou negam ou ignoram Sua
existência, ou julgam explicar tudo, mesmo a atuação de Seu Espírito sobre o
coração humano; e não mais reverenciam Seu nome nem temem Seu poder. Não creem
no sobrenatural, não compreendem as leis de Deus, nem Seu poder infinito para
executar Sua vontade por meio deles. Conforme é usualmente empregada, a
expressão “leis da natureza” compreende o que o homem tem podido descobrir com
relação às leis que governam o mundo físico. Mas quão limitado é o seu
conhecimento, e quão vasto é o campo em que o Criador pode atuar em harmonia
com Suas próprias leis e, todavia inteiramente além da compreensão de seres
finitos!” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 114).
Perguntas para
reflexão
1. Leia atentamente a
citação acima. O que ela está dizendo? Podemos ver os cientistas hoje fazendo
exatamente o que foi descrito?
2. A ciência de
nossos dias é muito melhor do que costumava ser para explicar, através dos
meios naturais, por que certas coisas acontecem ou por que deixam de acontecer.
O problema não está com os “meios naturais” ou “leis naturais”, mas com a ideia
de que esses meios e leis são tudo o que existe, e de que não há forças
sobrenaturais por trás deles. O que há de errado com essa suposição? Por que,
logicamente, isso não faz sentido? (Reflita: De onde surgiram essas leis?) Por
que essa ideia é tão contrária aos ensinamentos mais básicos da Bíblia?
3. Como a imagem da
criação comparada a um instrumento musical oferece um quadro mais preciso do
relacionamento de Deus com a criação do que a imagem da criação como máquina?
4. Que eventos
especiais poderíamos considerar apenas “forças da natureza”? Veja, por exemplo,
1 Reis 19:11, 12.
Respostas sugestivas:
1. O Senhor sustenta todas as coisas pelo poder de Sua palavra. Ele é Criador e
Mantenedor do Universo. 2. Jesus nos criou e mantém a nossa vida; nEle vivemos,
nos movemos e existimos. 3. Deus colocou no jardim árvores belas e boas para
alimentar Adão e Eva. Estava ali também a árvore da vida. 4. Deus mostrou Sua omnipotência
e omnisciência. Ao perceber que o Criador estava perto dele e ao notar como era
o caráter dEle, Jó se arrependeu do que havia dito e pensado, em razão de sua
ignorância. A renovação das bênçãos sobre a família de Jó respondeu uma parte
das perguntas de Jó e trouxe confiança em relação às perguntas não respondidas.
5. Deus envia o Sol e a chuva para prover alimento aos habitantes da Terra. 6.
Deus utilizou o vento de modo sobrenatural, em favor de Seu povo e para mostrar
Seu poder. 7. Se Deus alimenta as aves e veste a erva do campo, devemos confiar
na Sua provisão quanto ao alimento, bebida, vestuário, proteção e vida eterna.
Devemos confiar no Senhor, mesmo nos momentos de aflição.
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