São 13 de abril de 1970, dois dias depois que o comandante
da missão Jim Lovell e dois outros astronautas saíram da atmosfera terrestre na
Apollo 13. Eles estão agora voando no espaço a mais de 3 mil quilómetros por
hora, ansiosamente esperando por uma caminhada que apenas alguns homens
fizeram: andar na superfície da Lua. Tudo está saindo conforme a planejada em
sua nave espacial tão magnificamente projetada. Nas palavras do própria Lavell,
ele e sua equipe estão "felizes da vida'. Mas tudo isso está prestes a
mudar.
Depois de 55 haras e 54 minutos do início da missão, logo.
depois de completar uma transmissão de televisão para a Terra, Lavell está
arrumando alguns fios quando ouve um barulho muito forte. Num primeiro momento,
acha que é apenas a piloto Jack Swigert fazenda uma brincadeira ao acionar
secretamente uma válvula barulhenta. Mas, quando ele vê a expressão de
preocupação no rosto de Swigert — aquela expressão que diz "Não fui eu!"
-, Lavell rapidamente percebe que não é uma piada.
O diálogo entre as astronautas Lavell, Swigert, Fred Haise e
Charlie Duke (Duke está na Terra, em Houston) é mais ou menos assim:
Swigert: — Houston, temos um problema.
Duke: — Aqui é Houston. Repita, por favor.
Lovell: — Houston, houve um problema. Tivemos uma queda de
voltagem na linha B.
Duke: — Entendido. Queda de voltagem na linha B.
Haise: — O.k. Neste momento, Houston, a voltagem parece ...
estar boa. Ouvimos um barulho bastante forte, juntamente com sinais de alerta
aqui no painel. Até onde me lembro, a linha B foi aquela que apresentou um pico
algum tempo atrás.
Duke: — Entendido, Fred.
Haise: — Esse solavanco deve ter abalado o sensor de oxigénio
número 2. Ele estava oscilando para baixo, em torno de 20 a 60%. Agora ele está
no ponto máximo.
Nesse momento, as astronautas não estão totalmente cientes
do que está acontecendo. Os sensores dos tanques de oxigénio parecem trabalhar
de maneira errática. Estão mostrando que a quantidade de oxigénio nos tanques
está variando de 20% até a impossível quantidade de 100%. Enquanto isso, a
despeito da observação inicial de Haise de que "a voltagem parece estar
boa", diversas luzes de advertência na categoria "Avisos
Principais" do sistema elétrico do espaço nave estão dizendo o contrário.
Dentro de poucos minutos, a terrível natureza do problema
torna-se aparente. A Apollo 13 não tem apenas um problema nos sensores. Ela tem
um problema real. A nave — localizado agora a mais de 200 mil milhas náuticas
da Terra e afastando-se de casa — está rapidamente perdendo oxigénio e força.
Duas das três células de combustível estão inativas e a terceira está deteriorando-se
rapidamente. Haise notifica Houston sobre a situação da energia:
Haise: — AC 2 está vazia ... Temos agora uma queda na
voltagem do circuito A. .. Está mostrando 25 e meio. circuito B está zerado agora.
Então Lovell relata o problema do oxigénio:
Lovell: — ... e a quantidade de 02 no tanque 2 está marcando
zero. Entenderam?
Houston: — Quantidade de 02 no tanque 2 é zero.
Então, quando olha por uma escotilha, Lovell vê aquilo que
parece ser um gás escapando para o espaço pela parede lateral da nave espacial.
Lovell: — Está me parecendo, ao olhar pela escotilha, que
alguma coisa está escapando.
Houston: — Entendido.
Lovell: — Estamos ... estamos perdendo alguma coisa, algo
está vazando para o espaço.
Houston: — Entendido. Copiamos, algo está vazando.
Lovell: É algum tipo de gás.
Mais tarde, confirmou-se que o gás era oxigénio. Embora a
tripulação não soubesse disso ainda, o tanque de oxigénio número 2 havia
explodido e danificado o tanque 1 no processo. Lovell não podia ver o dano,
apenas o gás escapando.
Constante antrópica 1: Nível de oxigénio. Aqui na Terra, o oxigénio
responde por 21 % da atmosfera. Esse número preciso é uma constante antrópica
que torna possível a vida no planeta. Se o oxigénio estivesse numa concentração
de 25%, poderia haver incêndios espontâneos; se fosse de 15%, os seres humanos
ficariam sufocados. Lovell e sua equipe precisavam encontrar uma maneira de
manter o nível correto de oxigénio dentro da nave espacial.
Mas o oxigénio não era o único problema. Do mesmo modo em
que acontece na atmosfera da Terra, qualquer mudança em uma das constantes
dentro da nave espacial pode afetar as várias outras que também são necessárias
à vida. A explosão gerou um decréscimo não apenas no oxigênio, mas também na
eletricidade e na água. Na Apollo 13, a água e a eletricidade são produzidas ao
combinar-se oxigénio com hidrogénio em células de combustível. Sem oxigénio,
não haveria maneira de produzir ar, água e energia. Uma vez que eles estão no
vácuo do espaço, não existe nenhuma fonte de oxigénio do lado de fora.
A situação é tão inimaginável que Jack Swigert diria mais
tarde: "Se alguém colocasse um acidente como esse no simulador",
significando uma falha quádrupla das células de combustível 1 e 3 e dos tanques
de oxigénio 1 e 2, "nós diríamos 'escute aqui, pessoal, vocês não estão
sendo realistas' ".
Infelizmente não estavam no simulador, mas enfrentavam uma
emergência real numa espaço nave a dois terços do caminho para a Lua. O que
eles podem fazer? Felizmente existe um bote salva-vidas. O módulo lunar (ML)
tem provisões que podem ser usadas numa emergência. O ML é a nave acoplada na
parte superior do módulo de comando (MC) que, controlada por dois dos
astronautas, descerá na Lua, enquanto o terceiro astronauta permanece em
órbita. É óbvio que descer na Lua é uma atividade que está prestes a ser
cancelada: salvar a vida dos astronautas é a nova missão da Apollo 13.
Num esforço de economizar energia para a reentrada, os
astronautas rapidamente desligam o módulo de comando e sobem para o ML. Mas não
é por estarem no ML que os astronautas estão fora de perigo. Eles ainda
precisam circundar a Lua para conseguir voltar para a Terra. Isso vai levar
tempo — um tempo que não têm. O ML tem condições de sustentar dois homens por
cerca de 40 horas, mas precisa sustentar três homens por quatro dias!
Como resultado disso, todo esforço é feito para economizar
água, oxigénio e eletricidade. Todos os sistemas não essenciais são desligados
— incluindo o aquecimento -, e os astronautas diminuem o consumo de água para apenas
um pequeno copo por dia. Sentindo-se mal, Haise logo começa a ter febre, e os
outros astronautas lentamente ficam desidratados. Isso torna a concentração
ainda mais difícil.
Infelizmente, pelo fato de todos os sistemas automáticos
estarem desligados, a situação exige uma grande concentração por parte dos
astronautas. Além de circundar a Lua, a tripulação precisa fazer várias
correções de curso manuais para assegurar que atinjam o ângulo correto de
reentrada e aumentem a velocidade de sua viagem de volta para casa. Para fazer
isso, eles terão de navegar manualmente pelas estrelas. Uma vez que os
escombros da explosão continuam em volta da nave espacial no vácuo do espaço,
os astronautas não podem distinguir as estrelas da luz do Sol refletida nos
escombros. Consequentemente, só lhes resta usar a Terra e o Sol como pontos de
referência navegáveis observáveis pela escotilha da espaço nave.
Usando esse método bastante rudimentar, verificam seus
cálculos repetidas vezes para assegurar-se de que estão certos. Há pouca margem
para erro. O fato é que eles precisam colocar a espaço nave num ângulo de
entrada que não pode ser menor que 5,5 graus e não maior que 7,3 graus abaixo
da linha do horizonte da Terra (do ponto de vista da nave espacial). Qualquer
desvio dessa faixa fará a nave ricochetear para o espaço, para fora da
atmosfera terrestre, ou ser queimada durante a descida.
Constante antrópica 2: Transparência atmosférica. A pequena
janela que os astronautas devem atingir reflete os padrões perfeitos pelos
quais o Universo foi planejado. Enquanto a atmosfera apresenta-se como um
problema de entrada para os astronautas, ela também mostra qualidades que são
absolutamente essenciais para a vida aqui na Terra. O grau de transparência da
atmosfera é uma constante antrópica. Se a atmosfera fosse menos transparente,
não haveria radiação solar suficiente sobre a superfície da Terra. Se fosse
mais transparente, seríamos bombardeados com muito mais radiação solar aqui em
baixo (além da transparência atmosférica, a composição da atmosfera, com níveis
precisos de nitrogénio, oxigénio, dióxido de carbono e ozónio, é, por si só,
uma constante antrópica).
Constante antrópica 3: Interação gravitacional entre a Terra
e a Lua. Enquanto começam a se preparar
para circundar a Lua, os astronautas deparam-se com outra constante antrópica. Essa constante está relacionada à interação gravitacional que a Terra tem com a Lua. Se essa interação fosse maior do que é atualmente, os efeitos sobre as marés dos oceanos, sobre a atmosfera e sobre o tempo de rotação seriam bastante severos. Se fosse menor, as mudanças orbitais provocariam instabilidades no clima. Em qualquer das situações, a vida na Terra seria impossível.
para circundar a Lua, os astronautas deparam-se com outra constante antrópica. Essa constante está relacionada à interação gravitacional que a Terra tem com a Lua. Se essa interação fosse maior do que é atualmente, os efeitos sobre as marés dos oceanos, sobre a atmosfera e sobre o tempo de rotação seriam bastante severos. Se fosse menor, as mudanças orbitais provocariam instabilidades no clima. Em qualquer das situações, a vida na Terra seria impossível.
Após seu encontro com a Lua, os astronautas são finalmente
direcionados para a Terra. Contudo, surge ainda outro problema. As delicadas
condições de vida dentro da nave espacial estão ficando contaminadas. À medida
que o oxigénio é consumido, os astronautas geram um novo problema simplesmente
por exalar, ou seja, o dióxido de carbono está começando a alcançar níveis
perigosos dentro da nave espacial. Se não conseguirem achar uma maneira de
filtrar o dióxido de carbono no ML, os três astronautas serão envenenados por
sua própria respiração!
O Controle da Missão pede que os astronautas desembalem
filtros extras criados para o módulo de comando (a parte da nave espacial que
foi descartada e que teve sua energia desligada) para verificar se eles podem
ser usados no ML. Contudo, em vez de receberem as tão esperadas boas notícias,
os astronautas logo percebem que os filtros do MC são de tamanho e forma
diferentes dos usados no ML! O fornecedor A aparentemente não estava de acordo
com o fornecedor B! Frustrado, o diretor de voo Gene Krantz — que pronunciou a
famosa frase "O fracasso não é uma opção!" no Controle da Missão —
vocifera: "Isso não pode ser um projeto do governo!".
Revirando-se em busca de uma solução, os engenheiros da NASA
em terra começam a trabalhar freneticamente: procuram uma maneira de encaixar
os filtros quadrados do MC nos buracos redondos do ML apenas com os materiais
que podem ser encontrados na espaçonave. Eles descobrem uma maneira de fazê-lo
e começam a explicar o processo de montagem para a tripulação. Esse processo
engenhoso envolve o uso de papelão, pedaços da, roupa dos astronautas, sacos
para acondicionamento de materiais e fita crepe (sim, ela também conserta
qualquer coisa no espaço — não deixe de ter uma em sua casa!).
Constante antrópica 4: Nível de dióxido de carbono. É claro
que esse tipo de implementação não é necessária aqui na Terra porque a
atmosfera terrestre mantém o nível correto de dióxido de carbono. Essa é outra
constante antrópica. Se o nível de CO2 fosse mais alto do que é agora, teríamos
o desenvolvimento de um enorme efeito estufa (todos nós seríamos queimados). Se
o nível fosse menor, as plantas não seriam capazes de manter uma fotossíntese
eficiente (todos nós ficaríamos sufocados — o mesmo destino que os astronautas
estavam tentando evitar).
Felizmente os filtros adaptados trabalham bem e dão à
tripulação um tempo valioso (além de fornecer ar respirável). Logo chega o
momento de se livrar do módulo de serviço danificado. Quando o módulo de
serviço se afasta, a tripulação vê pela primeira vez a extensão dos danos: a
explosão do tanque de oxigénio arrancou um pedaço da cobertura do módulo de
serviço com uma área de cerca de 3,5 m por 2 m, atingiu as células de
combustível e danificou uma antena. Se uma explosão com a metade da intensidade
tivesse acontecido perto do escudo do módulo de comando, o resultado seria um
problema catastrófico para a nave espacial e a perda da tripulação.
Ao se aproximarem da reentrada, a tripulação volta para o
módulo de comando para tentar religá-lo. Essa é sua única esperança de chegar
em casa (o ML não possui um escudo para proteção contra o calor). Mas com as
três células de combustível inoperantes e tendo apenas a eletricidade fornecida
por uma bateria, o procedimento normal de ligação do MC não funcionaria. Não é possível
religar todos os sistemas simplesmente porque não existe força suficiente nas
baterias! Como resultado, precisam confiar em um novo procedimento de ligação
que os engenheiros e astronautas da NASA haviam acabado de desenvolver na
Terra.
Para complicar, a água condensada está agora pingando dos
painéis de controle do Me, onde a temperatura abaixou, atingindo 3,30 C. Será
que os painéis poderiam entrar em curto-circuito? Os sistemas necessários
entrariam em funcionamento? Esse é um ambiente perigoso para usar eletricidade,
mas eles não têm escolha.
Apesar do perigo, a nova sequência de ligação dos sistemas é
bem-sucedida, e os astronautas colocam o cinto de segurança para a reentrada.
De volta à Terra, o mundo está de olho no destino daqueles três homens. Novos
boletins e coletivas de imprensa fornecem informações atualizadas. O Congresso
emite uma resolução pedindo que o povo norte-americano ore, o papa pede ao
mundo que faça o mesmo, enquanto a bordo de uma cápsula espacial danificada
aqueles três bravos norte-americanos aceleram rumo à atmosfera terrestre com
grande velocidade. Dentro de instantes, serão puxados pela gravidade da Terra
para uma velocidade máxima de aproximadamente 40 mil quilómetros por hora. Isso
equivale a pouco mais de 11 quilómetros por segundo!
Constante antrópica 5: Gravidade. A gravidade que está
puxando os astronautas de volta para casa é outra constante antrópica. Sua
força pode ser impressionante, mas não poderia ser em nada diferente para que a
vida existisse aqui no planeta. Se a força gravitacional fosse alterada em
0,00000000000000000000000000000000000001 por cento, nosso Sol não existiria e,
portanto, nós também não. Isso é que é precisão!
Enquanto nossos astronautas se encaminham para a Terra em
sua espaço nave avariada, ninguém tem certeza se sobreviveriam à violenta e
intensamente quente reentrada. Muitas perguntas permaneciam sem resposta: O
escudo térmico está intacto? A nave está realmente no ângulo de entrada
correto? As baterias do MC funcionariam durante a reentrada? Os pára-quedas
abririam corretamente? Para deixar as coisas ainda piores, havia um alerta de
furacão na área de recuperação da cápsula.
À luz de todas essas incertezas, os astronautas elogiaram a
equipe de terra pouco antes do silêncio de rádio de três minutos que acompanha
a reentrada:
Swigert: — Olha, quero dizer que vocês estão fazendo um
ótimo trabalho.
Houston: — Vocês também, Jack.
Swigert: — Sei que todos nós aqui queremos agradecer a todos
vocês aí embaixo o trabalho maravilhoso que fizeram.
Lovell: — É isso aí, Joe.
Houston: — Digo a vocês que foi muito bom fazer tudo isso.
Lovell: — É muito atencioso de sua parte.
Houston: — Essa é a coisa mais amável que alguém já me
disse! Houston: — O.k., perda de sinal em um minuto ... Bem-vindos ao lar.
Swigert: — Obrigado.
Durante a reentrada, um avião militar C-135 está voando em
círculos pela área de recuperação para prover o elo de comunicação necessário
com o centro de controle da missão. Contudo, depois de três minutos, não há
contato com os astronautas. A tensão cresce:
Houston: — A Apollo 13 deveria sair do blecaute agora.
Estamos esperando por algum relatório do ARIA (Apollo Range Instrumentation
Aircraft).
Voo: — Rede, nenhum contato do ARIA?
Rede: — Até agora nada, Voo (longa pausa).
Já se passaram quatro minutos desde a reentrada — ainda não
houve nenhum contato. Nenhuma reentrada durou tanto tempo.
Houston: — Aguardando um relatório sobre captação de sinal
(pausa).
Finalmente o avião recebe um sinal da cápsula:
Houston: — Temos uma informação de que o ARIA 4 captou um
sinal.
Mas ainda não há nenhuma confirmação de que alguém esteja
vivo.
Houston: — Odyssey, aqui é Houston aguardando. Câmbio.
Para o alívio de todos, Swigert finalmente fala:
Swigert: — O.k., Joe.
Houston: — O.k., nós recebemos a transmissão, Jack!
Os astronautas estão vivos, mas ainda há um último
obstáculo: os dois estágios dos pára-quedas, primeiramente o de desaceleração e
depois o principal, precisam funcionar, ou tudo estará perdido. Sem a abertura
correta dos pára-quedas, os astronautas serão esmagados quando a cápsula
atingir o oceano a 480 quilómetros por hora.
Houston: — Menos de dois minutos para a abertura do
pára-quedas.
Momento de espera ...
Houston: — Relatório de que dois pára-quedas de
desaceleração abriram corretamente. Vem agora a abertura dos pára-quedas
principais (pausa). Aguardando confirmação da abertura dos pára-quedas
principais.
Os pára-quedas principais abrem conforme planejado, e
Houston obtém contato visual.
Houston: — Odyssey, Houston. Estamos vendo seus pára-quedas
abertos. Isso é maravilhoso!
Finalmente, depois de quatro dias de um suspense de roer as
unhas, os astronautas, o Controle da Missão e o resto do mundo dão um suspiro
de alívio:
Houston: — Está todo mundo aplaudindo muito aqui no Controle
da Missão! ... muitos aplausos enquanto os pára-quedas principais da Apollo 13
aparecem claramente nos monitores de televisão aqui.
A cápsula toca o oceano às 13h07 (fuso horário do leste dos
EUA) de 17 de abril de 1970.
O PRINCÍPIO ANTRÓPICO: O PROJETO ESTÁ NOS DETALHES!
Quando algumas pessoas do Controle da Missão Apollo 13
começaram a expressar dúvidas de que os astronautas pudessem voltar vivos, o
diretor de voo Cene Krantz respondeu ao seu pessimismo com a seguinte frase:
"Senhores, eu acho que este será nosso momento mais agradável". E
realmente foi. A Apollo 13 ficou conhecida como o "fracasso
bem-sucedido". Os astronautas não puderam caminhar na Lua, mas voltaram
com sucesso à Terra apesar das condições quase letais que enfrentaram.
Assim como a tripulação sobreviveu apesar de todas as
dificuldades que enfrentou no meio dessas condições quase mortais, nós também
sobrevivemos contra todas as dificuldades neste pequeno planeta chamado Terra.
Tal como a nossa Terra, as espaço naves da série Apollo foram projetadas para
preservar a vida humana no meio do ambiente bastante hostil do espaço. Uma vez
que os seres humanos só conseguem sobreviver dentro de um estreito espaço de
condições ambientais, essas naves precisam ser planejadas com incrível precisão
e milhares de componentes. Se apenas uma pequena coisa der errado, a vida
humana correrá perigo.
Na Apollo 13, a pequena coisa que colocou a tripulação em
risco parece insignificante demais para ser importante: o tanque de oxigénio
número 2 caiu no chão de uma altura de 5 cm em algum momento antes de sua
instalação. Esses pequenos 5 cm danificaram a fina parede do tanque e deram
início a uma cascata de acontecimentos que culminaram com a sua explosão.
Devido à natural interdependente dos componentes, o problema no sistema de oxigénio
levou à falha os outros sistemas e quase à perda da nave espacial e da
tripulação. Pense nisto: aquela pequena queda de uma altura de 5 cm gerou todos
os problemas que os astronautas precisaram vencer para que pudessem sobreviver.
Isso resultou em pouco oxigénio, pouca água e eletricidade, em muito dióxido de
carbono e em erro de navegação.
Tal como uma pequena mudança numa nave espacial, uma pequena
mudança no Universo resultaria em grandes problemas para todos nós também. Como
já vimos, cientistas descobriram que o Universo — tal como uma nave espacial —
foi projetado com precisão para criar o próprio ambiente que suporta as
condições de vida em nosso planeta. Um pequeno desvio em qualquer um dos
inúmeros fatores ambientais e físicos (que estamos chamando de
"constantes") impediria, até mesmo, que existíssemos. Tal como os
componentes da Apollo 13, essas constantes são interdependentes — uma pequena
mudança em uma delas pode afetar as outras, chegando até mesmo a impedir ou
destruir as condições necessárias à vida.
O alcance da precisão do Universo faz o princípio antrópico
ser talvez o mais poderoso argumento para a existência de Deus. Não se trata de
simplesmente haver algumas constantes definidas de maneira bem aberta que
talvez tenham aparecido por acaso. Não. Existem mais de cem constantes
definidas com bastante precisão que apontam definitivamente para um Projetista
inteligente. Já identificamos cinco delas. Vejamos outras dez:
1.Se a força centrífuga do movimento planetário não
equilibrasse precisamente as forças gravitacionais, nada poderia ser mantido
numa órbita ao redor do Sol.
2.Se o Universo se tivesse expandido numa taxa um
milionésimo mais lento do que o que aconteceu, a expansão teria parado, e o
Universo desabaria sobre si mesmo antes que qualquer estrela pudesse ser
formada. Se tivesse expandido mais rapidamente, então as galáxias não teriam
sido formadas.
3.Qualquer uma das leis da física pode ser descrita como uma
função da velocidade da luz (agora definida em 299.792.458 m por segundo). Até
mesmo uma pequena variação na velocidade da luz alteraria as outras constantes
e impediria a possibilidade de vida no planeta Terra.
4.Se os níveis de vapor d'água na atmosfera fossem maiores
do que são agora, um efeito estufa descontrolado faria as temperaturas subirem
a níveis muito altos para a vida humana; se fossem menores, um efeito estufa
insuficiente faria a Terra ficar fria demais para a existência da vida humana.
5.Se Júpiter não estivesse em sua rota atual, a Terra seria
bombardeada com material espacial. O campo gravitacional de Júpiter age como um
aspirador de pó cósmico, atraindo asteróides e cometas que, de outra maneira,
atingiriam a Terra.
6.Se a espessura da crosta terrestre fosse maior, seria
necessário transferir muito mais oxigénio para a crosta para permitir a
existência de vida. Se fosse mais fina, as atividades vulcânica e tectónica
tornariam a vida impossível.
7.Se a rotação da Terra durasse mais que 24 horas, as
diferenças de temperatura seriam grandes demais entre a noite e o dia. Se o
período de rotação fosse menor, a velocidade dos ventos atmosféricos seria
grande demais.
8.A inclinação de 230 do eixo da Terra é exata. Se essa
inclinação se alterasse levemente, a variação da temperatura da superfície da
Terra seria muito extrema.
9.Se a taxa de descarga atmosférica (raios) fosse maior,
haveria muita destruição pelo fogo; se fosse menor, haveria pouco nitrogénio se
fixando no solo.
10.Se houvesse mais atividade sísmica, muito mais vidas
seriam perdidas; se houvesse menos, os nutrientes do piso do oceano e do leito
dos rios não seriam reciclados de volta para os continentes por meio da
sublevação tectónica (sim, até mesmo os terremotos são necessários para
sustentar a vida como a conhecemos!).
O astrofísico Hugh Ross calculou a probabilidade de que
essas e outras constantes — 122 ao todo pudessem existir hoje em qualquer outro
planeta no Universo por acaso (i.e., sem um projeto Divino). Partindo da ideia
de que existem 10 elevado a 22 planetas no Universo (um número bastante grande,
ou seja, um número 1 seguido de 22 zeros), sua resposta é chocante: uma chance
em 10 elevado a 138, isto é, uma chance em 1 seguido de 138 zeros! Existem
apenas 10 elevado a 70 átomos em todo Universo. Com efeito, existe uma possibilidade
zero de que qualquer planeta no Universo possa ter condições favoráveis a vida
que temos, a não ser que exista um Projetista inteligente por trás de tudo!
O ganhador do Prémio Nobel Amo Penzias, um dos descobridores
da radiação posterior ao Big Bang, expõe as coisas da seguinte maneira:
A astronomia nos leva a um acontecimento único, um Universo
que foi criado do nada e cuidadosamente equilibrado para prover com exatidão as
condições requeridas para a existência da vida. Na ausência de um acidente
absurdamente improvável, as observações da ciência moderna parecem sugerir um
plano por trás de tudo ou, como alguém poderia dizer, algo sobrenatural.
O cosmologista Ed Harrison usa a palavra "prova"
quando considera as implicações do princípio antrópico na questão de Deus. Ele
escreve: ''Aqui está a prova cosmológica da existência de Deus — o argumento do
projeto de Paley atualizado e reformado. O ajuste uno do Universo nos dá
evidências face ao projeto deístico".
AQUI PASSEI ARGUMENTAÇÕES PELAS LEI DA FÍSICA, DA
METAFÍSICA, DA LÓGICA E DA RAZÃO, QUE ATESTAM PARA A EXISTÊNCIA DE UM CRIADOR.
OS SEIS CAPÍTULOS DESSE SITE SOBRE A VERACIDADE DA BÍBLIA, ABORDANDO DIFERENTES
TEMAS E REFERENCIAS PARA PROVAR A SUA VERACIDADE, TAMBÉM ATESTAM PARA A
EXISTÊNCIA DO DEUS DA BÍBLIA. MAIS CAPÍTULOS SOBRE O ATEÍSMO E SOBRE ASSUNTOS
NOS QUAIS OS ATEUS GERALMENTE TOCAM (EXEMPLO: POR QUE EXISTE O MAL, COMO PROVAR
QUE O DEUS TEÍSTA É O VERDADEIRO, INCOERÊNCIA DO ATEÍSMO, “QUEM CRIOU DEUS”)
TAMBÉM SÃO ABORDADOS NESTE SITE, NO MENU A ESQUERDA
“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder, como também a própria divindade, claramente se reconhecem, desde o
princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas.
Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Romanos 1:20).
Por: Lucas Banzoli.
Extraído do Livro: “Não tenho fé suficiente para ser ateu”,
de Norman Geisler e Frank Turek
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