sábado, 26 de janeiro de 2013

A CRIAÇÃO E A BÍBLIA

VERSO AVALIAR: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:6, 7).
O relato de Génesis 1:1–2:3 é a base para muitos textos acerca da criação encontrados nas Escrituras. Algumas referências a Génesis 1 são claras, outras mais indiretas. As referências mais indiretas muitas vezes envolvem a repetição de certas palavras ou ideias sem citar diretamente o texto, como em 2 Coríntios 4:6: “Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo”. Por outro lado, uma referência direta é a de Hebreus 4:4: “Em certo lugar, assim disse [Deus] no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera”, uma citação de Génesis 2:2.
 Nesta semana, estudaremos várias referências que apontam para o relato de Génesis e mostram como outros escritores da Bíblia o entendiam como uma descrição literal das origens humanas.
 A criação em Génesis 2
“Estas são as origens dos céus e da Terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a Terra e os céus” (Gn 2:4, RC).
Génesis 1–2:3 é o primeiro relato da criação do nosso mundo. Ele é o fundamento de todas as outras verdades nas quais acreditamos. Mas o relato da criação não termina ali. De Génesis 2:3 até o fim do capítulo, mais detalhes são apresentados, especificamente sobre a criação de Adão e Eva. Assim, devemos interpretar Génesis 2:4 como a introdução a uma história mais detalhada sobre a criação de Adão e Eva, um ato brevemente resumido em Génesis 1:26-29. Alguns estudiosos modernos argumentam que existe um conflito entre Génesis 1 e 2, mas isso teria sido uma surpresa para Moisés e os outros escritores bíblicos. Moisés nunca teria escrito dois relatos contraditórios. O conflito não está com os textos, mas com quem pretende achar conflito neles.
1. Como Jesus confirmou a verdade histórica de Génesis 1 e 2? Mt 19:4-6
Em resposta à pergunta dos fariseus sobre o divórcio, Jesus citou Génesis 1:27 e 2:24, mostrando que para Ele, ambos os relatos falavam sobre o mesmo evento histórico, a criação do mundo e da humanidade. De quantas provas ainda precisamos sobre o fato de que Génesis 1 e 2 são relatos harmoniosos da criação, doutrina que forma a base da nossa existência e propósito? Não estamos aqui por acaso, nem por acidente. Fomos criados à imagem de Deus, e o relato da criação em Génesis, revelado nos capítulos 1 e 2, é a revelação especial dEle para nós acerca de nossas origens.
Como Génesis 2 nos ajuda a entender melhor o que significa ser humano, criado à imagem de Deus e dotado de livre-arbítrio?
 A criação nos Salmos
2. Que ligações você encontra entre o Salmo 8 e Génesis 1?
3. Leia o Salmo 104. Note como esse salmo louva a Deus por Sua bondade, percebida na criação e na manutenção das criaturas. Identifique as ligações com Génesis 1 nos seguintes versos do Salmo 104:
Note como a sequência temática desse salmo parece ter sido feita de acordo com a sequência temática de Génesis 1. Imagens poéticas são vividamente apresentadas ao longo dos versos, e sua mensagem claramente inclui o poder, sabedoria e bondade de Deus, bem como a dependência de toda a criação em relação ao Criador. Nada no salmo sugere que o relato de Génesis não deva ser considerado literalmente.
4. Que outros exemplos dos Salmos estão relacionados com Génesis 1?
Os Salmos estão cheios de louvor ao Criador. Às vezes, isso é expresso em linguagem que lembra Génesis 1, outras vezes a linguagem é mais geral, mas em todos os casos, a descrição da criação se harmoniza com Génesis 1 e nos lembra do papel fundamental do Génesis em nossa compreensão das nossas origens como filhos e filhas de Deus.
 A criação no livro de Jó
5. Ler Jó 38:1-21. Que assuntos da criação aparecem nos versos seguintes?
 
É importante lembrar o contexto do livro de Jó. Havia ocorrido uma grande tragédia, e Jó estava lutando para entender como isso tinha acontecido com ele, um fiel seguidor de Deus. Do capítulo 38 até o capítulo 41, o Senhor continua a falar sobre Seu poder criativo, tudo em resposta ao angustiado questionamento de Jó.
6. Leia a resposta de Jó ao Senhor. Por que ele deu essa resposta? O que isso nos diz sobre nossa atitude em relação a Deus, durante nossas tragédias pessoais? Jó 42:1-6
A incapacidade de Jó para explicar as características da criação o levou a reconhecer a grandeza de Deus e a confiar nEle, apesar de tudo que havia acontecido. Nós também não podemos responder a muitas perguntas sobre a criação, e o exemplo de Jó deve nos encorajar a confiar em Deus, não importando o que aconteça. Muitas questões sobre certas coisas da vida permanecerão sem resposta, pelo menos por enquanto. Teremos uma eternidade para obter explicações para o que agora parece incompreensível.
 O ponto é que, por meio das maravilhas da criação, que hoje compreendemos muito mais do que Jó podia entender, devemos aprender a confiar no maravilhoso amor e poder de Deus.
Vivendo depois da cruz, temos uma visão do Criador também como Redentor crucificado, algo que Jó não tinha, pelo menos tão claramente como nós temos. Quanto mais, então, devemos confiar na bondade do Senhor para conosco, sabendo o que Ele fez por nós?
 Os profetas e a criação
 
“Assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a Terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu Sou o Senhor, e não há outro” (Is 45:18).
Isaías 45:18 enfatiza a intenção divina de preparar um lugar para que os seres humanos vivessem. Assim, a adequação da Terra para a vida não é um acidente.
 Considere algumas das características que tornam a Terra um lugar adequado para a vida humana, em contraste com outros planetas do nosso sistema solar. Primeiramente, a água está presente em abundância. Há alguma evidência de atividade de água em Marte, mas não existem massas permanentes de água nesse lugar, nem em qualquer outro planeta, excepto na Terra. Outra característica única da Terra é a composição da atmosfera, com cerca de 21% de oxigénio e 78% de nitrogénio. Outros planetas têm atmosferas dominadas por dióxido de carbono ou hélio, mas só a Terra tem uma atmosfera apropriada para a vida. A variação de temperaturas na Terra é adequada para a vida terrestre, ao contrário de qualquer outro planeta do nosso sistema solar. Isso é devido a uma combinação de fatores, incluindo nossa distância do Sol, a composição da atmosfera, a massa da Terra e a velocidade de sua rotação, que determina a duração dos dias e noites. Todas essas características, e outras mais, tornam a Terra o único planeta conhecido apropriado para manter a vida.
7. Qual é a relação entre os textos a seguir e os eventos descritos em Génesis 1?
Pense nas implicações de nossas origens. Por que entendê-las de modo correto é tão importante para nossa compreensão de quem somos, por que estamos aqui e o que podemos esperar deste mundo? Em quem podemos encontrar esperança?
 A Criação no Novo Testamento
8. Leia Atos 17:22-31. Quais foram as circunstâncias desse sermão? Depois que Paulo introduziu o assunto, qual foi o primeiro tema que ele apresentou àqueles intelectuais? (v. 24, 25). De acordo com Paulo, qual é o relacionamento entre o Criador e os seres humanos? (v. 26-28)
O público ali incluía os dois grupos de filósofos conhecidos como estóicos e epicureus. Os estóicos sustentavam a realidade de um planeamento na natureza, enquanto os epicureus o negavam. Os dois grupos não conheciam o verdadeiro Deus, mas seus argumentos sobre o planeamento na criação eram semelhantes a muitos dos argumentos ainda discutidos em nossos dias.
 O ponto importante aqui é que, em seu testemunho a esses pensadores e intelectuais pagãos, Paulo passou diretamente ao argumento de que o Senhor é o Criador de todas as coisas e de toda a humanidade. Paulo tinha pouco em comum com essas pessoas. Por isso, foi direto ao que havia em comum: o fato de que existiam. A partir dessa realidade inegável, ele procurou construir seu argumento. Assim, mais uma vez vemos a criação como um tema fundamental nas Escrituras.
 Considere os seguintes textos: Mateus 19:4-6; Marcos 2:27; Lucas 3:38; João 1:1-3; 2 Coríntios 4:6; Hebreus 4:4; Tiago 3:9; 2 Pedro 3:5; Judas 11, 14. É fascinante que cada um desses autores do Novo Testamento, direta ou indiretamente tenha feito referência ao relato de Génesis sobre a criação, mais uma evidência de que esse relato realmente era aceito por todos os escritores da Bíblia.
9. O que os seres celestiais dizem sobre capacidade divina de criação? Ap 4:11; 10:5, 6
 
A criação não foi um acidente, mas ocorreu pela vontade de Deus. A segunda passagem contém uma clara alusão a Êxodo 20:11. Mais uma vez, como em João 1:1-3, o autor mostra sua familiaridade e confiança em relação à história da criação. Experimentar menos que isso seria muita tolice.
 Estudo adicional
A Bíblia é um livro sobre Deus e Seu relacionamento com os seres humanos e com o mundo. Os eventos da semana da criação são únicos e sobrenaturais. Eles estão fora do domínio da investigação científica, pelo menos, por duas razões. Primeira, eles são singularidades, ou seja, eventos que ocorrem apenas uma vez. A ciência tem dificuldade em lidar com singularidades, porque não podem ser repetidas nem testadas sob circunstâncias diferentes. Em segundo lugar, os eventos da criação foram causados de forma sobrenatural. Eles não foram o resultado natural da maneira pela qual Deus sustenta a criação, mas foram especiais, atos diretos de Deus. A ciência lida apenas com causas secundárias, e não aceita qualquer explicação que dependa da ação direta de Deus (pelo menos da forma pela qual é praticada hoje). Visto que os eventos da criação são únicos e sobrenaturais, eles estão fora do alcance da ciência.
 Entender nossas origens é tão importante que Deus fez com que isso fosse colocado como o primeiro assunto da Bíblia, e a mensagem da Bíblia é fundamentada na historicidade do relato da criação. Alegar que podemos conhecer a verdadeira história do nosso mundo por meio da ciência é afirmar que ela pode ser explicada sem apelar para qualquer ação direta de Deus, um erro que leva a outros erros.
“Os homens se esforçarão para explicar a partir de causas naturais a obra da criação, a qual Deus nunca revelou. Mas a ciência humana não pode pesquisar os segredos do Deus do Céu nem explicar as obras estupendas da criação, que foram um milagre do grandioso poder, antes que possa mostrar como Deus veio à existência” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy [O Espírito de Profecia], v. 1, p. 89).
Perguntas para reflexão
 1. Que razões as pessoas dão para rejeitar a ideia de que a natureza foi projetada?
 2. Jesus apoiou a autoridade de Moisés (Lc 16:29-31), incluindo a história da criação (Mc 2:27, 28;. Mt 19:4-6). Qual deve ser a nossa atitude para com a história da criação?
Respostas sugestivas: 1. Afirmou que, no princípio, Deus criou o homem e a mulher, estabelecendo o casamento, conforme o relato de Gênesis. Jesus concordou com a história da criação. 2. A glória de Deus foi colocada nos céus. Ele criou a Lua, as estrelas e todas as criaturas. Deus criou o homem e lhe deu domínio sobre os animais. 3. Verso 2: Deus é revestido de luz; Ele estendeu os céus como cortina; 5-9: Criou a Terra e separou as águas da parte continental; v. 14: criou a relva para os animais e as plantas para os seres humanos; 19: fez a Lua para marcar o tempo e determinou o tempo de atuação do Sol; 25: criou o mar e os animais marinhos. 4. Sl 24:1, 2: Deus fundou a Terra sobre os mares; Sl 33:6: os céus e todas as suas criaturas foram feitos por Sua palavra; Sl 74:16, 17: Deus criou a luz, o Sol, o dia, a noite, inverno, verão e as fronteiras da Terra; Sl 89:11: os céus e a Terra pertencem ao Senhor. 5. v. 4-7: criação da Terra; 8-11: separação entre a terra seca e os mares; 12: estabelecimento da parte clara e escura do dia; 16: criação dos mares; 19: a luz e as trevas têm o seu lugar na criação divina. 6. Jó entendeu que Deus tem todo o poder e todas as respostas; não podemos explicar as maravilhas da criação e também não conseguimos explicar os mistérios da nossa vida. Por isso devemos confiar no Criador. 7. Deus é o Criador dos céus, da Terra e da humanidade. Ele controla os trovões, os relâmpagos, as chuvas e os ventos; transforma a manhã em trevas. 8. Na discussão entre Paulo e os filósofos atenienses, o primeiro tema foi: Deus, Criador dos céus, da Terra e de tudo que neles há. Ele é o doador da vida a todos, é soberano sobre a Terra e sobre a vida de todas as criaturas. Ele está perto do ser humano. 9. Deus criou todas as coisas; por Sua vontade tudo veio à existência: os céus, a Terra e tudo o que neles há.

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