quarta-feira, 27 de março de 2013

A Recriação da Nova Terra

VERSO A ESTUDAR: “Nós, porém, segundo a Sua promessa, esperamos novos céus e nova Terra, nos quais habita justiça” (2Pe 3:13).

Em 2 Pedro 3:10-13, o apóstolo descreve o destino do céu e da Terra. Ambos, com tudo o que contêm, serão destruídos. Mas isso não será o fim da história, de maneira nenhuma, porque um novo céu e uma nova Terra serão criados em seu lugar. Considere o contraste entre as duas existências. O pecado tem o domínio na antiga existência. Na nova, habita a justiça. A morte reina na antiga, e a vida, na nova. O contraste não poderia ser mais marcante nem mais absoluto.
 Como podemos ver nessas promessas, também, a função de Deus como Criador não terminou com a primeira criação da Terra. Ela tampouco termina com a obra que Ele faz em nós, para nos tornar novas criaturas em Cristo. Não, ela continua. O mesmo Senhor que pelo poder sobrenatural da Sua Palavra criou o mundo uma vez, vai criá-lo novamente e, de igual maneira, com Seu poder sobrenatural.
 De fato, sem esse último ato de criação, todos os anteriores seriam inúteis. Os novos céus e a nova Terra são o ponto mais elevado das promessas de Deus para nós.
Um novo começo
Uma coisa que a ciência e a Bíblia têm em comum é a crença de que a Terra, como a conhecemos agora, não durará para sempre. Para a ciência (pelo menos algumas versões dela), as forças frias e sem sentido do acaso, que trouxeram à existência a Terra e a vida que nela existe, são as mesmas forças que irão, finalmente, destruí-la. A Bíblia também ensina que a Terra não durará para sempre, mas, de fato, será destruída. No entanto, no cenário oferecido pela ciência, essa destruição será o fim de tudo “para sempre”. Em contraste com isso, no cenário bíblico, será o início de algo novo e maravilhoso, e que durará “para sempre”.
1. Leia Apocalipse 21:1-5. Que quadro do futuro é apresentado aqui? Que promessas maravilhosas nos esperam? Por que isso é algo que só Deus pode fazer por nós?
Sem dúvida, uma das melhores promessas da nossa nova existência é que a morte e o sofrimento
desaparecerão para sempre. É claro que Deus não considera positivas essas experiências. Elas não estavam na criação que Deus declarou “muito [boa]” (Gn 1:31). Elas são intrusas; nunca foram planejadas como parte da criação original, e tampouco farão parte da nova criação. Jesus veio para destruir essas coisas, e não teremos que experimentá-las novamente.
 A nova criação traz um novo começo. A experiência miserável com o pecado terá fim. Os resultados do pecado existem e são claros: morte e sofrimento. A lei de Deus é a lei da vida.
 
 Como Deus criou os céus e a Terra no princípio, Ele criará um novo céu e uma nova Terra, e com eles um novo começo nos será concedido. Somente Deus, o Criador, pode fazer isso por nós. E tudo isso ocorrerá por meio da obra de Jesus em nosso favor. Sem o plano da salvação, não teríamos nenhuma esperança de algo além do que esta vida oferece agora, um pensamento bastante desanimador.
Por que essas promessas de uma nova existência são tão importantes para nós? Sem elas, o que seria da nossa fé?
Do pó à vida
2. Leia Génesis 2:7 e 3:19 Do que Adão foi feito, e qual foi o resultado de seu pecado?
Deus criou Adão do pó, e ele se tornou um ser vivente. Enquanto ele mantivesse seu relacionamento com Deus, sua vida continuaria. Quando Adão pecou, separou-se da fonte da vida. Como resultado, ele morreu e voltou ao pó.
3. Leia Isaías 26:19 e Daniel 12:2. O que acontecerá com os que dormem no pó?
A promessa da ressurreição traz esperança ao cristão. Jó expressou essa esperança, ao dizer: “Depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19:26, RC). Para o fiel, a morte é apenas temporária. O Deus que formou Adão do pó e soprou nele a vida não Se esqueceu de como criar os seres humanos a partir do pó. A ressurreição será um ato de criação, tanto quanto foi a criação original de Adão.
4. Leia 1 Coríntios 15:52-58. Que ensinamento nesse texto está ligado ao relato de Génesis?
A ressurreição dos justos na segunda vinda de Jesus acontecerá instantaneamente. Assim como aconteceu com a primeira criação da humanidade, este será um evento sobrenatural, no qual Deus fará tudo. Esse conceito está em evidente contradição com a evolução teísta. Afinal, se Deus não usará milhões de anos de evolução para nos recriar, mas fará isso num instante, então Ele certamente poderia nos haver criado sem a evolução na primeira criação. Assim, como ocorre com todas as outras coisas na Bíblia, a esperança da ressurreição é mais uma evidência bíblica que refuta a evolução teísta.
A ciência nos apresenta pouca luz a respeito da ressurreição, um assunto crucial e fundamental. O que isso deve nos dizer sobre os limites da ciência?
Restauração do domínio humano
5. Compare Génesis 1:28 com João 12:31. Qual era a posição de Adão e Eva no mundo recém-criado? Quem se apoderou do poder e se tornou o príncipe deste mundo?
Adão recebeu a responsabilidade de ser o governante do mundo. Quando ele pecou, seu domínio foi comprometido. Satanás passou a exercer seu poder na criação, produzindo a corrupção e a violência que vemos em toda parte.
 No entanto, após a cruz, Jesus reconquistou a Terra livrando-a do domínio de Satanás (Mt 28:18; Ap 12:10; Jo 12:31). Embora ao inimigo ainda seja permitido atuar na Terra e causar destruição, podemos nos alegrar com o conhecimento de que os dias dele estão contados: a vitória de Cristo na cruz garante isso.
6. Que verdades encontramos na Bíblia sobre a recuperação do reino de Deus? 2Tm 2:11,12; Ap 5:10; 1Co 6:2,3.
 Os salvos receberão autoridade como reis e sacerdotes. A ideia de realeza implica algum tipo de autoridade; a ideia de sacerdócio traz consigo a implicação de proporcionar a comunicação entre Deus e as outras criaturas, talvez até com as criaturas de outros mundos criados, que nunca conheceram a experiência do pecado nem a miséria que ela traz.
“Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus. Livres da mortalidade, alçarão voo incansável para os mundos distantes – mundos que fremiram de tristeza ante o espetáculo da desgraça humana, e ressoaram com cânticos de alegria ao ouvir as novas de uma pessoa resgatada. Com indizível deleite os filhos da Terra entram de posse da alegria e sabedoria dos seres não caí­dos” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 677). O que significa “[entrar] de posse da alegria e sabedoria dos seres não caídos”? O que podemos aprender com os seres não caídos? E eles conosco?
Mais restauração
No mundo que conhecemos, a predação (matar outra espécie para se alimentar dela) é uma forma de vida comum entre os animais. A expressão “cadeia alimentar” é um lembrete familiar sobre a importância da predação em nossa ecologia e temos dificuldade de imaginar um mundo sem ela. Mas, no princípio, todas as criaturas terrestres comiam ervas verdes (Gn 1:30). Nenhum animal se alimentava de outros animais. Génesis 1:30 não menciona o alimento das criaturas do mar, mas os mesmos princípios provavelmente possam ser aplicados a eles, de modo que Deus pudesse avaliar toda a criação e declará-la “muito [boa]”.
7. Leia Génesis 6:11-13 e 9:2-4. No tempo do Dilúvio, que mudanças haviam ocorrido na natureza? Após o Dilúvio, que outra deterioração aconteceu no relacionamento entre homens e animais?
O que havia começado como um reino de paz se tornou cheio de corrupção, violência e perversidade. Esses são os resultados do pecado. O mundo que antes era “muito bom” se tornou tão ruim que sua própria destruição foi necessária.
 Depois do Dilúvio, os animais ficaram com medo dos seres humanos. Isso incluiu as criaturas da terra, do ar e do mar. Isso está, obviamente, em contraste com a situação anterior. Parece que, nesse tempo, o domínio dos seres humanos sobre os animais foi reduzido.
8. Leia Isaías 65:25 e 11:6-9. Qual é a diferença entre os relacionamentos das criaturas no nosso mundo atual e os relacionamentos prometidos por Deus para o futuro?
Por meio da beleza dessa linguagem poética, Isaías mostra que não haverá violência no novo mundo. Corrupção e violência, as características do mundo antediluviano que exigiram sua destruição, não existirão na Nova Terra. Será um mundo de harmonia e cooperação, um reino de paz. Estamos tão acostumados com violência, predação e morte que é difícil imaginar algo diferente.
Como podemos ver, o evangelho está muito relacionado com restauração. Embora só Deus possa realizar a restauração final, que escolhas podemos fazer que podem ajudar a promover uma restauração necessária agora?
A restauração do relacionamento com Deus
Antes que o pecado entrasse no mundo, Adão vivia em plena comunhão com seu Criador” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 7). No entanto, depois da queda esse relacionamento íntimo foi radicalmente alterado, em muitos aspectos.
9. Leia Génesis 3:24, Êxodo 33:20 e Deuteronómio 5:24-26. Qual foi o efeito do pecado sobre o relacionamento estreito que havia entre a humanidade e Deus?
O pecado havia rompido o relacionamento entre Deus e a humanidade. O Senhor afastou o casal de Sua presença para sua própria proteção. Os seres humanos não mais podiam ver a face de Deus e viver.
O Senhor, porém, por Sua iniciativa, apresentou o plano da salvação, por meio do qual o relacionamento quebrado poderia ser restaurado, mesmo a um custo terrível para Si mesmo.
10. Leia João 14:1-3 e Apocalipse 22:3-5. Que promessa Jesus estendeu a Seus discípulos antes de ser crucificado e qual será o resultado?
Deus e a humanidade precisam ser reconciliados e estar mais uma vez face a face. A Terra ficará sem maldição nenhuma e tudo o que foi perdido será restaurado. Os remidos receberão um novo ambiente, nova vida, novo domínio, nova paz com o restante da criação e novo relacionamento com Deus. O propósito original por trás da criação da humanidade será então cumprido. Deus, a humanidade e a criação estarão em harmonia. Essa harmonia durará para sempre.
 
Mesmo agora, antes da recriação do céu e da Terra, como podemos aprender a desfrutar comunhão íntima com Deus? Quais escolhas que fazemos afetam nosso relacionamento com Deus, seja de maneira positiva ou negativa?
 Estudo adicional
A o transcorrerem os anos da eternidade, eles trarão mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais os homens aprenderem acerca de Deus, mais Lhe admirarão o caráter. Ao revelar-­lhes Jesus as riquezas da redenção e os estupendos feitos do grande conflito com Satanás, o coração dos resgatados vibrará com mais fervorosa devoção e com mais arrebatadora alegria eles dedilharão as harpas de ouro. [...]
“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonia e júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 678).
Perguntas para reflexão
1. Reúna tantos textos quanto possível, especialmente do livro do Apocalipse, que mostrem como será a Terra restaurada. Quais aspectos da Terra restaurada você acha mais atraentes? Que aspectos são mais difíceis de entender?
 2. Como a doutrina da criação, revelada em Génesis 1 e 2 está relacionada com a doutrina da recriação dos céus e da Terra? Essa recriação seria possível se a evolução teísta fosse verdade?
 3. Leia Romanos 8:18 e 2 Coríntios 4:16, 17. O que Paulo disse nesses textos e como podemos encontrar conforto nessas palavras?
 4. Pense mais no conceito do evangelho como “restauração”. O que essa palavra significa? O que deve ser restaurado? Qual é a nossa função nesse processo?
 5. O que a promessa de um novo céu e uma nova Terra revela sobre Deus?
Respostas sugestivas:
1. Um novo céu e uma nova Terra; o mar já não existe;
A santa cidade preparada como noiva adornada para seu esposo. Deus habitará com Seu povo. Ele enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor. Só Deus poderá realizar esses milagres.
2. Adão foi feito do pó da terra combinado com o fôlego de vida. O pecado fez com que o homem voltasse ao pó da terra.
3. Ressuscitarão, alguns para a vida eterna e outros para a condenação.
4. Os mortos ressuscitarão incorruptíveis e os vivos serão transformados. O pecado do ser humano trouxe corrupção e morte. Jesus Cristo acabará com a morte e o pecado. Viveremos eternamente.
5. Adão e Eva receberam o domínio sobre o ambiente e os animais, mas perderam esse domínio para Satanás, por causa do pecado.
6. Reinaremos com Cristo e julgaremos o mundo.
7. A Terra estava corrompida e cheia de violência. Os seres viventes se haviam corrompido. Depois do Dilúvio, os animais ficaram com medo do ser humano, os homens passaram a se alimentar dos animais.
8. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, o leão comerá palha como o boi, não haverá o mal, as crianças guiarão esses animais, os quais serão inofensivos, ao contrário da realidade deste mundo violento.
9. O homem foi expulso do Jardim do Éden e perdeu a comunicação face a face com Deus. O ser humano ficou com medo da presença gloriosa de Deus.
10. Jesus foi preparar um lugar e voltará para nos levar para a casa de Seu Pai a fim de que estejamos para sempre com Ele. Nesse lugar não mais haverá maldição. Ali veremos o Senhor face a face e reinaremos com Ele.

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