Este é um assunto sempre actual.
Há sempre alguém, jovens, intelectuais, ou simplesmente profissionais;
professores, pastores e por aí adiante. Muitos negam pura e simplesmente a
existência destes animais. Só que, e ainda esta semana surge a notícia da
descoberta em Portugal da ossada (ou parte) de um dinossauro: “Nova espécie de
dinossauro descoberto em Portugal é o maior dinossauro carnívoro do Jurássico e
o maior predador terrestre conhecido na Europa. A revista científica PLOS One
acaba de publicar um artigo da autoria de dois paleontólogos que colaboram com
o Museu da Lourinhã, onde se explica que Torvosaurus gurneyi, um primo distante
do Tyrannosaurus rex, estava no topo da cadeia alimentar na Península Ibérica
há 150 milhões de anos.…” fonte http://www.museulourinha.org/pt/Noticias/Noticias_2014-03-05_TorvosaurusGurneyi.htm
Como explicar este assunto? 150 milhões de anos!
No entanto, é possível estudar os
fósseis e as rochas sem renunciarmos à nossa fé. Se quisermos apreciar a beleza
e o mistério da Criação da Terra e da sua história subsequente, uma boa parte do
nosso sucesso depende do que é transmitido pelos nossos professores e pastores
nas nossas escolas e igrejas.
O dinossauro de museu
Se já alguma vez visitou um museu
de História Natural, provavelmente já viu alguns esqueletos maciços e
espataculares de dinossauros. Noutros locais, pode ver reproduções animadas de
dinossauros, os quais, no caso dos documentários televisivos, parecem estar
vivos e de boa saúde. Quando contempla estas animações, o visitante deve ter em
conta vários detalhes.
Primeiro que tudo, devemos
aceitar que os dinossauros existiram durante um certo período de tempo na Terra
e que, em certos locais, eles parecem ter sido numerosos. Os paleontólogos
encontraram provas da sua existência em sedimentos presentes em todos os
Continentes, incluindo na Antártida. Estas provas incluem ossos, ovos, ninhos,
pegadas e dentes. Estes dentes, pegadas e trilhos são abundantes e não podem
ser associadas com qualquer outra criatura, a não se aquelas a que chamamos
hoje “dinossauros”.
Em segundo lugar, devemos ter
consciência de que os esqueletos que se veem em museus, por norma, não são
formados por ossos verdadeiros, mas réplicas. Os ossos verdadeiros, mas
réplicas. Os ossos originais são valiosos e delicados de mais para estarem
expostos ao público em geral, por isso, estão normalmente armazenados em locais
seguros dentro do museu. Além do mais, os esqueletos “completos” nos museus são
frequentemente montados a partir de réplicas de ossos de vários espécimes, os
quais, em certas ocasiões, vêm de lugares muito distantes. Isto não significa
que os esqueletos sejam apenas “remendados”. Os paleontólogos são capazes de
compor a arquitetura corporal dos dinossauros mesmo se não possuem todos os
elementos do esqueleto da mesma criatura, pelo que as réplicas nos museus são
razoavelmente merecedoras de confiança. Alguns espécimes quase completos que
foram desenterrados, incluindo o Tyrannosauros rex são exibidos no Museu Field
de Chicado, nos EUA. As animações que se veem na televisão, no entanto, são
muito mais espetaculativas, especialmente no que toca à cor da pele, à
fisiologia, ao comportamento, e assim por diante.
Os dinossauros desapareceram
Na coluna geológica, os vestígios
de dinossauros aparecem em camadas de rochas das eras a que os paleontólogos
chama Triásicos, Jurássico e Cretáceo. Estas camadas de rocha sedimentar,
empilhadas umas nas outras, revelam características de certas espécies fósseis,
tais como moluscos, répteis, peixes, dinossauros e organismos microscópicos
(diátomos e algas, entre outros) que, no passado, povoaram os Oceanos. Alguns
paleontólogos crêem que os dinossauros, bem como outros grupos de animais e
plantas, desapareceram subitamente em consequência de um gigantesco impacto de
um meteorito há 65 milhões de anos. Outros põem em dúvida este modelo
explicativo, invocando várias razões.
A maioria dos cientistas
criacionistas crê que os dinossauros desapareceram juntamente com outras
espécies durante o Dilúvio mundial descrito no livro de Génesis. Este cenário
pode incluir atividade meteorítica que daria origem a tsunamis gigantescos, atividades
vulcânicas e emissão para a atmosfera de dióxido de carbono, sulfuretos e
outros químicos perniciosos para animais e plantas. Portanto, a ideia de que um
meteorito teria chocado contra a Terra não é necessariamente incompatível com o
modelo bíblico do Dilúvio.
Apesar da falta de consenso entre
os cientistas acerca da causa por detrás do desaparecimento dos
dinossauros, os meios de comunicação e a imprensa pseudocientífica já decidiram que a teoria do impacto de um meteoro é a única explicação válida. De facto, os dinossauros desapareceram, mas não sabemos exatamente quando ou porquê. No entanto, a possibilidade de a sua extinção ter ocorrido durante o Dilúvio relatado em Génesis (com ou sem o impacto associado de um meteoro) pode ser considerada uma hipótese científica plausível e que merece se tida em conta.
dinossauros, os meios de comunicação e a imprensa pseudocientífica já decidiram que a teoria do impacto de um meteoro é a única explicação válida. De facto, os dinossauros desapareceram, mas não sabemos exatamente quando ou porquê. No entanto, a possibilidade de a sua extinção ter ocorrido durante o Dilúvio relatado em Génesis (com ou sem o impacto associado de um meteoro) pode ser considerada uma hipótese científica plausível e que merece se tida em conta.
Os dinossauros e os seres humanos
Muito tem sido escrito e debatido
sobre certas evidências que, supostamente, apontavam para a associação de
vestígios de dinossauros e de seres humanos. Estas supostas evidências incluem
o que é interpretado como sendo pegadas humanas junto de pegadas de
dinossauros, bem como pinturas pré-históricas em cavernas ou em cerâmica, em
que figuras humanas aparecem junto de criaturas execionais, muito semelhantes
às correntes reconstruções répteis gigantescos. No entanto, estudos científicos
rigorosos mostraram que estas evidências foram mal interpretadas.
Analisemos, por exemplo, as
alegadas pegadas “humanas” junto de pegadas de dinossauros descobertas no leito
do rio Paluxy, no Texas. Há algumas décadas, alguns cientistas entusiasmados
proclamaram que esta era uma prova segura contra a teoria da evolução e a prova
da ocorrência de um Dilúvio mundial. Intrigados por estas afirmações, vários
cientistas evolucionistas e criacionistas estudaram em detalhe as marcas
descobertas na rocha. Naquele lugar específico, o leito do rio e a sua margem
têm muitas marcas devidas à erosão pela água. Podemos distinguir entre
verdadeiros trilhos de dinossauros e as pseudomarcas devido às marcas deixadas
na rocha pela água em circulação. Com “pegadas” semelhantes às de qualquer
outro animal.
Também foram feitos estudos de
laboratório. Quando uma pegada é autêntica, podemos esperar ver as camadas de
sedimento na rocha comprimidas sob a pegada transversalmente e observaram que
não estava presente a dita deformação. Eles concluíram que a forma da “pegada”
não era uma verdadeira pegada humana, mas era o resultado da erosão, feita ou
pela Natureza ou por um falsificador humano.
Estudos posteriores mostraram que
certas “pegadas” e desenhos foram forjados por defensores fanáticos da ideia de
coexistência de seres humanos e dinossauros. Este tipo de contrafação pode ser
produzida por aqueles que estão cheios de vontade de encontrar apoio para a sua
crença na Criação e no Dilúvio. Outros podem fazê-lo apenas para explorar, de
algum modo, os crentes ou para fazer dinheiro à sua custa.
Noutras ocasiões, foram os que
não acreditam no relato bíblico que se aproveitaram da ingenuidade destes
fanáticos para criar falsas provas e, assim, provocar o escárnio e a sua
rejeição no mundo académico. Falsificar fósseis e outras “provas” prejudica a
verdadeira investigação realizada por cientistas criacionistas. A maioria
destes investigadores aprendeu a ser cuidadoso quanto à exatidão das suas
afirmações.
Os dinossauros e a Bíblia
A história da Criação em Génesis
1 fala-nos de um Deus que criou a vida marinha e as aves no quinto dia e o
resto dos animais no sexto dia. Embora os répteis estejam mencionados entre os
animais criados, os dinossauros não estão especificamente nomeados. Isto não nos deve surpreender, porque, no tempo de
Moisés (o autor do livro de Génesis), a palavra “dinossauro” não existia, nem
estava ele sob a obrigação de especificamente os mencionar; ele também não
mencionou outros numerosos grupos de animais. Por exemplo, Génesis não menciona
os besouros, os tubarões, as estrelas-do-mar, o musgo, as algas ou outros
agrupamentos de organismos.
O facto de que, na Bíblia, os
dinossauros não são mencionados pelo nome não prova que Deus não os tenha
criado; tal como não o prova a sua estranha aparência nas réplicas dos museus.
Ainda hoje existem muitos animais de aparência tão estranha quanto a dos
dinossauros. Considere, por exemplo, o diabo-marinho, o ornitorrinco e o
canguru – e eles nem chama assim tanto a atenção. Algumas pessoas acreditam que
os dinossauros apareceram como resultado da maldição após o pecado de Adão e
Eva, mas a Bíblia não o permite afirmar com certeza, nem identifica
explicitamente quais foram os animais modificados como resultado do pecado e
que mudanças foram essas.
A maioria dos cientistas
criacionistas crê que os dinossauros desapareceram durante ou logo após o
Dilúvio narrado em Génesis. Mas, de novo, a Bíblia não nos dá a mais pequena
pista sobre o destino desses animais. O facto de que os dinossauros
desapareceram durante a catástrofe mundial a que chamamos “Dilúvio” é uma
hipótese que deveríamos considerar seriamente, mas apenas através da pesquisa
científica, dado o silêncio da Bíblia sobre o assunto. A demonstração dessa
hipótese deve provir de dados geológicos e paleontológicos, e não por se forçar
a Bíblia a dizer o que ela não diz.
Por último, há pessoas que pensam
que os dinossauros sobreviveram ao Dilúvio, mas que desapareceram pouco tempo
depois porque não puderam adaptar-se ao novo ambiente. Isto também é uma
possibilidade, dado que alguns dinossauros poderiam ter entrado na Arca,
desaparecendo depois durante a colonização que ocorreu após o Dilúvio. A Bíblia
menciona duas estranhas criaturas – Beemoth
(Job 40:15-18 e Leviatã (Job
41:1) -, que alguns interpretam como exemplos possíveis de dinossauros
pós-diluvianos. No entanto, a maioria dos estudiosos da Bíblia não aceita esta
explicação, e as palavras Beemoth e
Leviatã são usualmente traduzidas como “hipopótamo” e “crocodilo”, respectivamente, e portanto não estão relacionadas com
os dinossauros.
Os dinossauros e Ellen White
O termo “dinossauro” foi usado
pela primeira vez pelo zoólogo britânico Richard Owen, em 1842, para nomear um
grupo de fósseis de répteis então recentemente descobertos. O uso do termo
espalhou-se, à medida que ocorreram novas descobertas na Europa e na América do
Norte. Na época em que Ellen White escreveu as suas primeiras afirmações sobre
a Criação, o Dilúvio, a Ciência e a Fé (em 1864), o termo “dinossauro” já era
empregue em livros científicos e em jornais. No entanto, Ellen White nunc usou
este termo ou outro similar que se referissem a este répteis extintos.
Numa breve declaração feita em
1864, ela escreveu: “Todas as espécies que Deus tinha criado foram preservadas
na Arca. As espécies confusas que Deus não criou, que eram o resultado de
amalgamação, foram destruídas pelo Dilúvio.” Ellen G. White, Spiritual Gifts, vol. 3, Battle Creek, MI. Seventh Day
Adventist Publishing Association, 1864, p. 75. Esta tornou-se numa
afirmação favorita para alguns Adventistas, que creem que explica a existência
de fósseis com caraterísticas intermédias e outros organismos extintos,
incluindo os dinossauros. Muitas pessoas lêem nestas palavras de Ellen White a
existência do que conhecemos hoje como sendo engenharia genética, indicando
que, nos tempos pré-diluvianos, as pessoas praticavam cruzamentos de
hibridação, incluindo cruzamentos entre animais e seres humanos, resultando em
estranhas formas biológicas híbridas.
No entanto, esta interpretação
apresenta vários problemas. O primeiro surge da dificuldade em definir o que
Ellen White quis dizer com “amalgamação”. Estudos aprofundados feitos acerca
desta afirmação não permitiram alcançar uma resposta definitiva, pelo que temos
que concluir que não sabemos o que Ellen White queria dizer com a sua
afirmação.
Um segundo problema surge na
aplicação da “amalgamação” a casos reais do registo fóssil. Se “amalgamação”
significa “hibrido”, como poderíamos reconhecer esses híbridos entre os fósseis
ou entre as plantas e os animais dos tempos modernos? Como poderíamos
determinar quais as espécies hibridas antes do Dilúvio, se elas existiram de
todo? Alguns responderam a esta pergunta, dizendo que as espécies híbridas não
sobreviveram ao Dilúvio, precisamente porque Deus não quis que elas
sobrevivessem. Mas este tipo de raciocínio é uma falácia, um círculo vicioso,
porque o critério que usamos para diferenciar os híbridos (extinção) é
precisamente o mesmo que usamos para definir o que gostaríamos de diferenciar
(híbridos). Por outras palavras, as “amalgamações” explicam o seu
desaparecimento e o seu desaparecimento define o que elas são.
Depois da afirmação já citada,
Ellen White prossegue, afirmando que “desde o Dilúvio tem existido amalgamação
de homem e animal, como se pode ver nas quase intermináveis variedades de
espécies de animais” White, p. 75. Em primeiro lugar, é importante enfatizar
que Ellen White fala-nos de amalgamação de homem e animal e não entre homem e
animal, como alguns interpretam. Em segundo lugar, se “amalgamação” significa
formas intermédias, híbridas ou criaturas estranhas resultantes de engenharia
biológica, qual é o critério que devemos usar para as reconhecer? Se estas
foram formadas após o Dilúvio, provavelmente fossilizaram-se e algumas poderiam
mesmo ter sobrevivido até aos dias de hoje. Como podemos diferenciar estes
animais híbridos dos outros fósseis e organismos vivos que não são híbridos? Ellen
White não nos dá qualquer pista sobre este assunto.
Mais adiante, no mesmo texto já
citado, Ellen White afirma que lhe foi “mostrado que existiam antes do Dilúvio
animais muito grandes e poderosos, que agora já não existem”. Ibid, p. 92. Num
outro texto ela declara que “existiu uma classe de animais muito grandes que
pereceu no Dilúvio. Deus sabia que a força do homem iria decrescer e que estes
animais gigantescos não poderiam ser controlados pela fraco homem”. White Spiritual Gifts, vol. 4,
Battle Creek, MI; Seventh day Adventist Publishing Association, 1864, p. 121.
Esta afirmação, entre outras,
sobre a vida antes do Dilúvio, sugere que a profetisa está a referir-se à
existência de uma ampla variedade de animais que não sobreviveram, entrando na
Arca. No entanto, não estamos seguros quanto ao significado desta afirmação.
Não sabemos o que eram “estes animais muito grandes e poderosos”. No entanto,
as suas afirmações não estão muito distantes da descrição científica dos
dinossauros. Falando-se em termos biológicos, eles podem gerar confusão, não
apenas porque alguns deles são gigantescos, mas também porque as suas partes
corporais (pernas, pescoço, cauda, cérebro, e assim por diante) são, em alguns
caos, desproporcionados. Até os paleontólogos não concordam entre si sobre se
os dinossauros eram criaturas de sangue quente ou frio.
A verdade é que muitas pessoas se
têm debatido para encontrar nas afirmações de Ellen White apoio para a ideia de
que os dinossauros não foram criados por Deus, mas foram o resultado da
hibridação antes do Dilúvio, pelo que estavam condenados a desaparecer nessa
catástrofe mundial. Esta pode ser uma possibilidade, mas, após um estudo
detalhado dos seus escritos, não encontramos apoio inequívoco para uma tal
conclusão. Não sabemos com toda a certeza o que Ellen White quis expressar,
pelo que devemos esperar até alcançarmos uma melhor compreensão das suas
afirmações.
Raul Esperante
Cientista do Geoscience Research
Institue
Revista Adventista portuguesa
Adaptado por José Carlos Costa, pastor
3 comentários:
Associar o termo behemot ao hipopótamo significa afirmar que houve ao menos uma espécie de hipopótamo com cauda comparável ao cedro. Ou seja, em vez de simplificar a questão, agrega-se dificuldades ainda maiores - o que poderia ser evitado pelo simples uso da Navalha de Ockham. Ademais, há inúmeros relatos entre diversas culturas - relatos ilustrados, inclusive - acerca de criaturas que taxonomicamente só poderiam ser descritas hoje como dinossauros. Um deles trata do Grendel, no célebre poema de Beowulf. Não sabemos quantas e quais espécies Deus evitou de conduzir à arca, mas parece provável que várias delas minguaram de tamanho ou mesmo se extinguiram pelas condições pós-diluvianas terem se tornado dramaticamente piores que as dos dias de Noé.
Devemos ter o máximo cuidado de preservar os relatos do Espírito de Profecia das tentativas de blindá-los a partir de especulações assertivas (com o perdão do oximoro). Afirmar que o dilúvio extinguiu os dinossauros apenas por radicalizarmos as palavras de Ellen White pode colidir frontalmente com evidências contrárias ou, pior, com fatos. Vá que se encontre um Mokele Mbembe vivo e saudável na África Subsaariana como já se encontrou cardumes de celacantos...
Kkkkkkk
Enviar um comentário