sábado, 11 de maio de 2013

Evolução pelo faro – isso não me cheira bem


A revista Ciência Hoje* publicou matéria na qual sustentava que o fato de os mamíferos (especialmente o ser humano) terem cérebro maior em relação ao corpo do que outros seres vivos pode estar relacionado ao olfato. Os cientistas usaram uma nova técnica de tomografia computadorizada para “enxergar” dentro da cavidade craniana de fósseis de mamíferos que eles acreditam serem “ancestrais evolutivos” dos animais que vivem hoje.
“Depois de recriar em 3D a cavidade craniana de mais de 2 mil fósseis de mamíferos e pré-mamíferos [sic], os cientistas decidiram estudar os crânios de duas espécies precursoras dessa classe, Morganucodonoehleri e Hadrocodiumwui, que viveram há 190 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] onde hoje é a China”, informa a revista. “Ao comparar a cavidade craniana desses fósseis com a de outros animais mais antigos, os pesquisadores perceberam que as regiões do cérebro ligadas ao olfato, como o bulbo e o córtex olfativo, eram as que mais tinham se desenvolvido. ‘A cavidade craniana desses animais provê a primeira evidência sólida dos estágios de evolução do cérebro mamífero’, diz Zhe-Xi Luo, paleontólogo do Museu de História Natural de Carnegie e um dos autores do estudo. ‘Saber que mamíferos com grandes cérebros já existiam há tantos anos põe um marco nos estudos sobre a nossa evolução.’”
Ainda segundo Ciência Hoje, os pesquisadores não sabem afirmar por que somente os pré-mamíferos (sic) desenvolveram essa habilidade olfativa. “Uma possível explicação é que a capacidade tenha surgido como uma adaptação para que esses animais, que tinham hábitos noturnos, sobrevivessem em um ecossistema dominado por dinossauros.”
Os pesquisadores sugerem que esse avanço evolutivo teria sido possibilitado pela presença de pelos corporais nas duas espécies de animais analisadas. “Mais do que esquentar o corpo dos mamíferos”, explica a matéria, “o pelo teria sido responsável por tornar o tato mais sensível, o que estimulou a formação de novos campos sensoriais no neocortex e o desenvolvimento de uma melhor coordenação motora.”
Segundo os pesquisadores, todos esses indícios levam a crer que os cérebros mamíferos passaram por três etapas de evolução: a primeira marcada pela melhora da capacidade olfativa, a segunda por um aumento da sensibilidade tátil e a terceira pelo aumento da coordenação neuromuscular. “Nossos ancestrais mamíferos não desenvolveram um cérebro tão grande para contemplação, mas sim para o aperfeiçoamento da sua capacidade de sentir cheiros e toques”, afirma Lou. “Graças a esse avanço, nós humanos podemos hoje pensar sobre questões como esta.”
É interessante notar como cada nova descoberta transforma as certezas anteriores em “apenas especulações”. Baseado nisso, creio que seja melhor esperar o desenvolvimento de novas tecnologias antes de aceitar a atual possibilidade. A reportagem da Ciência Hoje tem a estrutura (i)lógica comum a muitos textos evolucionistas: inicia com uma possibilidade (“pode estar”) e depois trata o tema como fato (o cérebro avantajado dos mamíferos “se deve a anos de evolução”; o texto que começa com o “pode” termina com uma declaração totalmente afirmativa no último parágrafo).
Os cientistas reproduziram o formato dos crânios de alguns animais, utilizando tecnologia 3D, e estudaram o crânio de supostos precursores desses animais. Note que a ideia de precursores provém da filosofia darwinista não testável. Assim, a pesquisa parte de uma premissa para investigar o que já se considera fato: que alguns animais evoluíram para outros e que o cérebro teria essa capacidade intrínseca de aumentar de tamanho e complexidade (quando, na verdade, se sabe que o cérebro está diminuindo).
O texto assume que a capacidade olfativa teria surgido, pura e simplesmente, mas não explica como (pra variar). Pergunto: O que teria surgido primeiro: as complexas células específicas que captam os odores e enviam estímulos para o cérebro ou os neurónios especializados que interpretam as sensações olfativas? Para que serviria um sem o outro? Ou todo o mecanismo teria surgido de uma única vez, como um verdadeiro “milagre darwiniano” que torna os darwinistas muito mais “crentes” do que os criacionistas? Além disso, a matéria e a pesquisa não dedicam uma linha sequer para tratar da dificuldade intransponível de explicar o aumento de informação genética necessária para o “surgimento” de novos órgãos e novas funções. É o tipo de texto/pesquisa que não me cheira bem.
Michelson Borges

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