“Depois de recriar em 3D a cavidade craniana de mais de 2
mil fósseis de mamíferos e pré-mamíferos [sic], os cientistas decidiram estudar
os crânios de duas espécies precursoras dessa classe, Morganucodonoehleri e
Hadrocodiumwui, que viveram há 190 milhões de anos [segundo a cronologia
evolucionista] onde hoje é a China”, informa a revista. “Ao comparar a cavidade
craniana desses fósseis com a de outros animais mais antigos, os pesquisadores
perceberam que as regiões do cérebro ligadas ao olfato, como o bulbo e o córtex
olfativo, eram as que mais tinham se desenvolvido. ‘A cavidade craniana desses
animais provê a primeira evidência sólida dos estágios de evolução do cérebro
mamífero’, diz Zhe-Xi Luo, paleontólogo do Museu de História Natural de
Carnegie e um dos autores do estudo. ‘Saber que mamíferos com grandes cérebros
já existiam há tantos anos põe um marco nos estudos sobre a nossa evolução.’”
Ainda segundo Ciência Hoje, os pesquisadores não sabem
afirmar por que somente os pré-mamíferos (sic) desenvolveram essa habilidade
olfativa. “Uma possível explicação é que a capacidade tenha surgido como uma
adaptação para que esses animais, que tinham hábitos noturnos, sobrevivessem em
um ecossistema dominado por dinossauros.”
Os pesquisadores sugerem que esse avanço evolutivo teria
sido possibilitado pela presença de pelos corporais nas duas espécies de
animais analisadas. “Mais do que esquentar o corpo dos mamíferos”, explica a
matéria, “o pelo teria sido responsável por tornar o tato mais sensível, o que
estimulou a formação de novos campos sensoriais no neocortex e o desenvolvimento
de uma melhor coordenação motora.”
Segundo os pesquisadores, todos esses indícios levam a crer
que os cérebros mamíferos passaram por três etapas de evolução: a primeira
marcada pela melhora da capacidade olfativa, a segunda por um aumento da
sensibilidade tátil e a terceira pelo aumento da coordenação neuromuscular.
“Nossos ancestrais mamíferos não desenvolveram um cérebro tão grande para
contemplação, mas sim para o aperfeiçoamento da sua capacidade de sentir
cheiros e toques”, afirma Lou. “Graças a esse avanço, nós humanos podemos hoje
pensar sobre questões como esta.”
É interessante notar como cada nova descoberta transforma as
certezas anteriores em “apenas especulações”. Baseado nisso, creio que seja
melhor esperar o desenvolvimento de novas tecnologias antes de aceitar a atual
possibilidade. A reportagem da Ciência Hoje tem a estrutura (i)lógica comum a
muitos textos evolucionistas: inicia com uma possibilidade (“pode estar”) e
depois trata o tema como fato (o cérebro avantajado dos mamíferos “se deve a
anos de evolução”; o texto que começa com o “pode” termina com uma declaração
totalmente afirmativa no último parágrafo).
Os cientistas reproduziram o formato dos crânios de alguns
animais, utilizando tecnologia 3D, e estudaram o crânio de supostos precursores
desses animais. Note que a ideia de precursores provém da filosofia darwinista
não testável. Assim, a pesquisa parte de uma premissa para investigar o que já
se considera fato: que alguns animais evoluíram para outros e que o cérebro
teria essa capacidade intrínseca de aumentar de tamanho e complexidade (quando,
na verdade, se sabe que o cérebro está diminuindo).
O texto assume que a capacidade olfativa teria surgido, pura
e simplesmente, mas não explica como (pra variar). Pergunto: O que teria
surgido primeiro: as complexas células específicas que captam os odores e
enviam estímulos para o cérebro ou os neurónios especializados que interpretam
as sensações olfativas? Para que serviria um sem o outro? Ou todo o mecanismo
teria surgido de uma única vez, como um verdadeiro “milagre darwiniano” que
torna os darwinistas muito mais “crentes” do que os criacionistas? Além disso,
a matéria e a pesquisa não dedicam uma linha sequer para tratar da dificuldade intransponível
de explicar o aumento de informação genética necessária para o “surgimento” de
novos órgãos e novas funções. É o tipo de texto/pesquisa que não me cheira bem.
Michelson Borges
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