A humanidade, assim como a história de sua origem, é rodeada por uma série de mistérios. Muitos deles já foram explorados. Outros vão sendo acrescidos à vasta lista de interrogações que formulamos ao longo do tempo.
Algumas especulações são bastante conhecidas como as que envolvem a construção das pirâmides egípcias. Os números ligados ao empreendimento são intrigantes. Estima-se que na pirâmide de Quéops, a mais famosa delas e a única das sete maravilhas do mundo antigo que resiste até hoje, foram usados cerca de 2,3 milhões de blocos de pedra, cada um com 2,5 toneladas, sem contar os blocos gigantes que chegavam a 80 toneladas. Com 147 metros de altura, o que significa 49 andares e uma área de 13 acres, o que equivale a seis campos de futebol, não há consenso nas explicações para tamanho feito. Sem tecnologia, como tudo foi realizado no ano 2550 a.C.?
E não para aí. Saltando para a América Central, há outro polo de investigação constante: rastos de civilizações antigas ainda são procurados. Há vestígios de cidades, mas pouco ou nada se sabe de quem nelas habitou um dia.
Olhando para cima, o céu atmosférico talvez seja entre todos, o alvo mais enigmático. Os buracos negros, por exemplo, regiões espaciais das quais nem mesmo a luz consegue escapar, mexem com a imaginação dos cientistas. E, de onde vieram as galáxias? Por milénios, povos e gerações procuram desvendar segredos e encontrar respostas ao contemplar o firmamento. Nem as descobertas mais recentes sobrevivem aos apontamentos de que algo misterioso está por trás, e vai além das descrições exatas.
O que há abaixo do mar? Como foram desenhadas as milhares de espécies que, por si mesmas, sabem onde devem morar? Como cada uma delas, até as que nem foram ainda catalogadas, têm sua função específica?
Como se tudo isso não bastasse, dialogamos também com os questionamentos existenciais. Dores, doenças em suas mais variadas aparições, angústias, perdas, morte, espera…. Mas, em outro extremo, uma suposta sorte parece eleger alguns, o amor supera obstáculos, os dons e os talentos aperfeiçoam a vida, a força surge nas emergências e a gratidão emerge em meio à adversidade. Num piscar de olhos, uma flor desabrocha e nem apreendemos seu momento. A preexistência das notas musicais, antes de serem dispostas em símbolos passíveis de estudo…
Se pararmos por um instante e observarmos seja lá o que for, constataremos que os mistérios são incontáveis. Mas, conquanto simulem uma contradição, na mente de Deus eles estão completamente ordenados. Esses pequenos ou magníficos “segredinhos” são declarações abertas, explícitas da presença divina.
O senso de Sua manifestação no que vemos e no que nem sabemos que existe, é o que decifra o sentido da vida. Não importa com quantos códigos ainda teremos que lidar ou quantos por quês teremos que erguer, basta perceber Deus nos mistérios.
A certeza da existência de Deus suprime todas as demais incertezas de nossa trajetória aqui. A certeza de que Ele nos olha, mais que um alerta à obediência, é um convite à paz, ao desfrute da segurança. Cada momento é um convite para fortalecermos a convicção de que Ele nos vê, e por isso é nosso dever e privilégio ter fé na vida.
Se as respostas não chegam à nossa linguagem, creiamos que com o que não entendemos hoje, Deus já fez poesia, e que ela será interpretada no caminho mais adiante, assim que soubermos ler a maneira pela qual Sua providência nos dirige. Deus já fez música com o que hoje nos inquieta, e ela será ouvida tão logo tiremos tempo para afinar os nossos ouvidos.
Mais que belas palavras, esse é o desafio dos seres humanos: aprender o idioma de Deus. Dessa maneira, decodificaremos as marcas de Seu cuidado até nas dificuldades, porque teremos enraizado no nosso coração a certeza de que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, mesmo quando essas coisas fogem da nossa capacidade de explicar Seu modo de Se revelar.
[Fonte: Vida e Saúde – Jun 2011, p.50]
Blog Sétimo Dia
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