quinta-feira, 2 de julho de 2009

REFERÊNCIAS ASTRONÓMICAS

Existem certas coordenadas, criadas para facilitar a localização dos corpos celestes, que serão de grande utilidade em futuros estudos desta série. Por isso, não seria adequado encerrar o presente estudo sem que tais coordenadas fossem apresentadas e conceituadas. Antes, porém, algumas ideias fundamentais precisam ser esclarecidas, a fim de que o leitor possa tirar melhor proveito do assunto.
Observação: o conteúdo dos itens a seguir foi extraído e adaptado do livro Conceitos de Astronomia, do Prof. Roberto Bozco.
1) Visualizando as Referências Fundamentais.
Uma pessoa que estiver num deserto bem plano ou numa ilha circundada de um mar que possa ser considerado calmo verá que o céu e a terra parecem se encontrar, muito ao longe. À linha que aparenta ser essa intersecção, dá-se o nome de “linha do horizonte”; e ao plano que contém essa linha, de “plano do horizonte”.
Como é mais provável que a grande maioria das pessoas não esteja assim num lugar tão favorável (plano), impedindo a visualização dessa linha, deve-se definir o plano do horizonte de outra forma.
Suspendendo-se um fio-de-prumo, a direcção indicada por ele será chamada de “vertical”. Ao plano perpendicular à vertical do local, dá-se o nome de “plano do horizonte”. Essa vertical, que passa pelo observador, parece furar o céu num ponto muito acima de sua cabeça denominado de “zénite”. O ponto oposto ao zénite, com relação ao observador, é o “nadir”.
2) Conceito de Esfera Celeste.
Como todos os astros que podem ser contemplados estão muito distantes de qualquer observador da Terra, perde-se a noção de “profundidade” e têm-se a impressão de que eles estão dispostos sobre uma grande esfera, que circunda a Terra, chamada de “esfera celeste”. Os pólos da Terra passam a ser considerados, então, como os pontos da esfera celeste que não giram, pelos quais passa o “eixo de rotação”. O plano perpendicular ao eixo de rotação e que passa pelo centro da Terra é denominado de “plano do Equador”. A grande circunferência que se forma na interseção desse plano com a esfera celeste é chamada de “Equador celeste”.
3) Plano Meridiano, Meridiano Local e Plano Vertical.
Outro conceito relevante é o do “plano meridiano”. Pode ser definido como o plano que contém a linha norte-sul e que passa pelo observador e pelo zénite. A intercessão desse plano com a esfera celeste define uma circunferência chamada de “meridiano local”. Qualquer semi-plano definido pela vertical do local se chama “plano vertical” ou “o vertical” do local e corresponde à metade de um plano meridiano.

4) Paralelos Celestes e Círculos Horários.
Todos os planos paralelos ao Equador celeste, ao interceptarem a esfera celeste, definem circunferências chamadas de “paralelos”. As semicircunferências cujo centro é o mesmo da esfera celeste e que passam por seus pólos determinam os “meridianos”. Visto que o Equador celeste e o Equador terrestre se encontram no mesmo plano e que o centro da esfera celeste é o mesmo da Terra, pode-se dizer que os paralelos e os meridianos celestes coincidem com os geográficos. O meridiano celeste é denominado de “círculo horário”.
5) Conceito de Elíptica.
Ao caminho percorrido pelo Sol entre as constelações zodiacais, dá-se o nome de “Elíptica”. O plano da Elíptica possui uma inclinação de cerca de 23º 27’ em relação ao plano do Equador. Por causa disso, durante sua trajectória anual, o Sol, na Elíptica, cruza o Equador apenas 2 vezes. Uma, próxima a 21 de Março, estando na constelação de Peixes, quando o Sol se desloca para o hemisfério norte; a esse ponto se dão os nomes de “ponto gama”, “ponto vernal” ou “ponto equinocial da primavera boreal”. O outro ponto, oposto ao “gama”, que representa a passagem do Sol para o hemisfério sul, denomina-se “ponto libra” e ocorre próximo a 23 de Setembro. Nessa época, o Sol se encontra na constelação de Virgem.
6) Coordenadas Astronómicas.
Com base nessas informações, podem ser definidas as 4 coordenadas principais para a localização de qualquer astro:
A) Azimute: é o ângulo medido no plano do horizonte, desde a direcção norte, no sentido para leste, até o vertical do astro. Varia entre 0 e 360º.
B) Altura: é o ângulo contado no plano vertical do astro, medido a partir do horizonte. Por convenção, é admitido positivo acima do horizonte e negativo abaixo dele. Dessa forma, varia entre –90º e +90º.
C) Ascensão Reta: é o ângulo, medido sobre o Equador, entre o meridiano que passa pelo ponto gama e o círculo horário que passa pela estrela. A contagem é efectuada no sentido anti-horário quando vista desde o pólo norte. Varia entre 0 e 360º, embora seja mais comum a utilização da medida em horas (entre 0 e 24 h).
D) Declinação: é o ângulo, medido sobre um círculo horário, entre o Equador e o paralelo que passa pela estrela. A declinação é positiva para estrelas do hemisfério norte e negativa para as do sul. Varia entre –90º e +90º.

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