sábado, 11 de julho de 2009

QUAL A RAZÃO PARA NÃO OCORRER UM ECLIPSE SOLAR SEMPRE QUE A LUA SE ENCONTRA EM CONJUNÇÃO COM O SOL?

Ao longo de sua trajectória, vez ou outra a Lua atravessa o segmento de recta que une a Terra ao Sol. Quando isso ocorre, a visão do Sol pode ficar total ou parcialmente obstruída pela Lua. Esse fenómeno é denominado de “eclipse solar” e sua ocorrência só é possível em épocas de lua nova.
Pode acontecer também de a Lua cruzar a reta que passa pelo Sol e pela Terra, estando em sua fase de cheia. Ao passar pelo cone de sombra da Terra criado pelo Sol, ela deixará de receber luz por alguns instantes, perdendo sua visibilidade. A isso se dá o nome de “eclipse lunar”.
Quando um corpo extenso é iluminado por outro, definem-se 2 regiões espaciais: o “cone de sombra”, que constitui o sub-espaço que não recebe luz nenhuma da fonte luminosa, e o “cone de penumbra”, que é aquele que não recebe luz de todos os pontos da fonte luminosa, mas só de alguns. As partes do corpo iluminado que pertencerem a um ou outro sub-espaço serão chamadas de “regiões de sombra” ou “de penumbra”.
Em seu movimento mensal, a Lua pode interceptar os cones de sombra e/ou de penumbra. Vezes há em que a Lua está sobre a elíptica e seu movimento pela sombra e pela penumbra pode ser representado, na figura abaixo, pelas letras A, B, C, D e E. B representa um eclipse lunar penumbra total; C, um eclipse lunar parcial; D é um eclipse lunar total; e E indica um eclipse lunar penumbra parcial. O eclipse que ocorre na sombra é chamado de “eclipse umbral”, mas o termo “umbral” é geralmente subentendido. Deve-se ressaltar também que a olho nu é muito difícil a percepção do eclipse penumbra.
Nas vezes em que a Lua não se encontra sobre a elíptica, sua trajectória pela penumbra e pela sombra difere da anteriormente descrita. Na sequência F, G, H e I, não há nenhum eclipse lunar total, mas apenas um parcial. Em J, L e M, não ocorre sequer um eclipse lunar parcial, mas tão somente um penumbra total. E, por fim, na sequência N, O e P, verifica-se apenas um eclipse penumbra parcial. Caso a trajectória da Lua passe por Q, não acontecerá eclipse nenhum.
Essas diferentes trajectórias da Lua permitem concluir que sua órbita se realiza sobre um plano inclinado cerca de 5º 09’ em relação à elíptica. A linha de intersecção do plano da órbita lunar com a elíptica é denominada de “linha dos nodos”. O ponto dessa intersecção que representa a passagem da Lua do hemisfério elíptico sul para o norte é chamado de “nodo ascendente”; quando ocorre o inverso, isto é, a Lua passa do hemisfério elíptico norte para o sul, o nodo recebe o nome de “descendente”. Para que possa ocorrer um eclipse, é indispensável que a Lua esteja próxima a um dos seus nodos.
Nos casos de eclipse solar, é a Lua que se interpõe entre a Sol e a Terra, fazendo projectar os seus cones de sombra e penumbra. Qualquer pessoa que estiver na região de sombra deixará de ver o Sol. A esse fenómeno dá-se o nome de “eclipse solar total”. Para alguém que estiver na região de penumbra, somente uma porção do Sol deixará de ser visível, o que se denomina de “eclipse solar parcial”. Uma pessoa que estiver fora das áreas de sombra e penumbra não verá nenhum tipo de eclipse.
Com base nessas informações, torna-se fácil concluir por que não ocorre um eclipse solar sempre que a Lua está em conjunção com o Sol. A razão disso é que tal fenómeno só acontece quando a Lua entra em sua fase de nova estando sobre a elíptica.
Bibliografia:
BOZCO, Roberto, Conceitos de Astronomia, São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda., 1.984.

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