quarta-feira, 5 de novembro de 2008

ARQUITECTURA DIVINA



No livro Meditações Diárias de 2006, Sobre a Rocha, da Casa Publicadora Brasileira, o pastor e escritor Mark Finley conta que, em 1850, o arquitecto Joseph Patton apresentou o projecto para o edifício que seria a sede da Grande Exposição de Londres de 1851. “Paxton concebeu uma construção de dimensões gigantescas que daria a sensação de harmonia”, diz o escritor. “…imaginou uma estrutura que produzisse um efeito de leveza ou mesmo de ausência de peso.”

O problema que se colocou foi como construir um tal edifício? Naquele tempo, este tipo de edifício exigia grandes estruturas e paredes imensas para o manter de pé. Parecia não haver condições de criar o edifício gracioso e airoso que Paxton tinha em mente. E o prédio não sairia do projecto.

Segundo Finley, Paxton lembrou-se de certa planta com a qual ele trabalhara quando fora jardineiro, o lírio-d’água-real. “As folhas suspensas desse lírio são enormes, com cerca de dois metros de diâmetro, e muito finas”, descreve o escritor. “A despeito disso, elas são bastante estáveis. Elas conseguem essa estabilidade mediante um complicado suporte na lateral inferior. Filetes saem do centro da folha para fora, e dividem-se em muitas ramificações.”

O lírio-d’água-real foi a resposta para o dilema do arquitecto. Imitando um projecto do Arquitecto dos arquitectos, Paxton pôde realizar o seu sonho: a construção do Palácio de Cristal, que até hoje é considerado um marco na história da arquitectura.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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