As posições ateístas não se sustentam. Digo isso não por ser
Adventista, mas por acreditar que não há argumentos sólidos no discurso
libertário-religioso dos ateus praticantes, carregados de opiniões
contraditórias que só encontram apoio na literatura militante de Richard
Dawkins, Christopher Hitchens, ou na tróica: Feuerbach, Marx, Freud, que não
passa de uma profissão de fé, impossível e improvável.
Cito o livro de
Hitchens “Deus não é Grande” em que o escritor fala do Deus criado pela
imaginação humana que motiva fatalistas e extremistas religiosos a cometerem
atrocidades em Seu nome, como o atentado de 11 de setembro, na cidade de Nova
Iorque.
Mas esse argumento
não basta porque é impossível condenar toda a religião de origem judaica,
cristã e islâmica organizada levando em conta as suas expressões mais extremas
e totalitárias.
Mais: só um ingénuo
acredita que o problema envolvendo o Estado de Israel e a Palestina é, apenas,
um conflito religioso entre extremistas. A história apresenta outros fatos em
que a ideologia e a política que movimenta o Oriente, desde o fim do Império
Otomano, tiveram uma motivação maior.
Hitchens e Dawkins
também não aceitam o argumento de que os regimes que aboliram a religião
viveram da angústia e acabaram por descer a níveis impensáveis de desumanidade,
mesmo diante dos fatos de que a história apresenta um processo de sensibilização
em relação ao que é real.
Essa crença central
da modernidade de que a razão humana é capaz de desvendar tudo, incluindo
aquilo que não é desvendável, é uma fantasia, delírio e ideologia que talvez
possa convencer pessoas demasiadas cheias de si próprias, ou aqueles que não
aceitam a objeção por pura e patética soberba.
Só um ingénuo
acredita ser possível nós compreendermos tudo. Temos que aceitar uma dose de
mistério e resignarmos da nossa profunda e miserável ignorância diante da
imensidão do universo, porque existem dimensões em nossas vidas que não tem
resolução racional e não vale a pena, mesmo que diante de argumentos
definitivos, questionar essas convicções.
Não é preciso ser
cristão para perceber que o ateu sempre está preocupado em demasia com a
existência Divina. Explico: Não há nada mais irónico e contraditório do que não
acreditar em Deus e passar a vida a abominá-lo. Enfim, eu não creio em gnomos e
não me preocupo com eles, certo?
Por mais irônico que
pareça, o fanático religioso vê o diabo em toda parte e o fanático ateu enxerga
Deus em tudo, e ambos comportam-se como o mesmo homem, só que de lados opostos
do discurso e da linha de frente do fanatismo.
Quando os Homens não
acreditam em Deus, eles não passam a acreditar em nada; eles acreditam, antes,
em qualquer coisa, como dizia o escritor inglês G.K. Chesterton.
Antes de ateus
praticantes festejarem provável inexistência Divina, convém saber aonde isso
vai nos levar.
Alexsandro Nogueira
1 comentário:
Olá, sou ateu e gostei do texto.
Pra mim Deus é igual a gnomos, não creio e não me importo com eles.
Mas q todo fanático, seja lá pra qual lado for, é chato podemos concordar.
Parabéns pela iniciativa de escrever.
Abraço.
Leandro
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