Quando se olha para grandes exposições de sedimentos aos lados de vales, nem sempre nos damos conta se falta alguma camada nas sucessivas camadas geológicas. As partes que possam faltar só serão notadas se estivermos familiarizados com as camadas geológicas. Como ilustração, podemos representar uma série completa na coluna pelas letras do alfabeto. Se, num lugar, encontrarmos apenas a, d, e, podemos correctamente concluir que b e c faltam entre a e d. Nós sabemos isso, porque as camadas b e c faltam, não estão no seu respectivo lugar. As camadas acima e abaixo nas lacunas (isto é, a e d no nosso exemplo) estão frequentemente em contacto directo uma com a outra. De acordo com a escala de tempo geológico padrão, a quantidade de tempo que está ausente, representada numa lacuna, está baseada no longo tempo representado necessário para o desenvolvimento das camadas ausentes, tais como b e c no exemplo acima.
O Grande Canyon no Arizona (USA) é um lugar privilegiado de estudo em todo o mundo. Significativas camadas estão ausentes (hiatos ou lacunas) na coluna geológica indicadas pelas setas na Figura 1. De cima para baixo, as lacunas representam aproximadamente 6, 14 e mais de 100 milhões de anos de camadas ausentes da escala de tempo geológico padrão. Os períodos Ordoviciano e Siluriano inteiros faltam na seta inferior. Sabe-se que esta lacuna existe porque os depósitos Ordoviciano e Siluriano estão presentes noutras partes do mundo. Num contexto evolutivo, estes depósitos exigiriam um longo tempo para a sua formação e para a evolução dos organismos fossilizados característicos dessas camadas. A determinação das partes que estão ausentes é feita principalmente pela comparação dos fósseis das camadas sedimentares com sequências completas da coluna geológica.
Os geólogos há muito sabem dessas lacunas e chamam a esta ausências, descontinuidade, embora o termo seja usado de maneiras diferentes em diferentes países. Há vários tipos de descontinuidades. Se a camada acima está em ângulo em relação à camada de baixo, o termo descontinuidade angular é usado. Se elas estão em paralelas mas com alguma evidência de erosão entre as camadas, o contacto é às vezes chamado simplesmente desconformidade. Nessa discussão, estamos especialmente interessado nestes dois tipos.
A questão importante é: Por que não vemos um padrão irregular de erosão da camada inferior nessas lacunas se elas representam períodos de tempo tão longos? Muita erosão deveria ter ocorrido enquanto essa camada inferior esteve exposta, antes que a camada acima da lacuna se depositasse. O mínimo que deveríamos esperar, em circunstâncias normais, seria uma média regional de mais de 100 m de erosão, num período de 4 milhões de anos. O geólogo Ivo Lucchitta, que não é Criacionista, e que passou grande parte da sua vida a estudar o Grande Canyon, sugere que "a maioria dos cortes do cânion ocorreram num período fenomenalmente curto de 4 a 5 milhões de anos". A ausência de erosão na camada inferior sugere pouco ou nenhum tempo nas lacunas.
Ao longo da costa leste da Austrália estão excelentes exposições de jazidas de carvão. Entre as rochas de cobertura e a jazida Bulli Coal está uma lacuna de mais ou menos 5 milhões de anos. Esta lacuna, que se estende além dos depósitos Bulli Coal, cobre ao redor de 90.000 km2 da região. Onde a Bulli Coal está presente, é especialmente difícil imaginar como a jazida de carvão, ou a vegetação que a produziu, permaneceu ali por 5 milhões de anos sem ser destruída.
Os Alpes Europeus são, em parte, um complexo de gigantescos deslizamentos e de camadas dobradas chamadas de "nappes". Entre as camadas com esses "nappes" há supostas lacunas que mostram a mesma ausência de erosão notada em qualquer outra parte. No vale do rio Rone na Suíça estão exposições relevantes dos "Morcles Nappe". Entre as camadas desse "nappe" está uma suposta lacuna de aproximadamente 45 milhões de anos (Cretáceo superior e mais acima). No entanto, a erosão é mínima.
Norman Newell, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, dá a seguinte explicação:
"Um aspecto marcante das sub-camadas em sequência de rochas calcárias é uma falta geral de evidência de erosão (erosão provocada pela lixívia) da camada abaixo da superfície. Solos residuais e superfícies erodidas, que deveriam apresentar uma significativa erosão dada a longa exposição sub-aérea, faltam ou são irreconhecíveis".
Numa outra publicação T.H.van Andel, da Universidade de Stanford, afirma:
"Fui muito influenciado, no princípio da minha carreira, por reconhecer que duas finas jazidas de carvão na Venezuela, separadas por 30 cm de argila cinzenta, e depositadas num pântano costeiro, eram respectivamente do Paleoceno Inferior e do Eoceno Superior. Os afloramentos eram excelentes, mas, mesmo com uma inspecção muito detalhada, não foi possível determinar a posição precisa daquela lacuna de 15 milhões de anos"
Poderia bem ser o caso de que esse período de 15 milhões de anos nunca ocorreu. Seguramente!
A questão das supostas lacunas planas nas camadas sedimentares testemunha a nosso ver de um passado que foi diferente do presente. Esta diferença é facilmente conciliada com modelos catastróficos, tais como o dilúvio de Génesis, que propõe uma deposição rápida dessas camadas, onde não haveria tempo longo entre as camadas.
FIGURA: Vista do Grande Canyon do Rio Colorado, no Arizona, USA. As setas de cima para baixo apontam para 3 supostas lacunas (camadas que estão faltando) de aproximadamente 6, 14 e 100 milhões de anos. A ausência de erosão nestas lacunas sugere que nunca ocorreram os longos períodos de tempo postulados.
CONCLUSÃO
Enquanto a interpretação geológica geral para a deposição das camadas sedimentares da terra é a de que bilhões de anos se passaram durante a sua formação, há algumas questões muito simples que desafiam esta interpretação. Podemos citar, entre muitas que poderiam ser dadas: Como poderiam os animais sobreviver, durante milhões de anos, sem as plantas necessárias para sua nutrição adequada? Por que nossos continentes ainda estão aqui se a taxa de erosão deveria tê-los nivelado mais de cem vezes em sua suposta idade geológica? Se a escala de tempo geológica está correcta, por que não vemos a esperada erosão nas grandes lacunas entre as camadas sedimentares? Essas questões desafiam qualquer sugestão para aceitação das longas eras geológicas.
O Grande Canyon no Arizona (USA) é um lugar privilegiado de estudo em todo o mundo. Significativas camadas estão ausentes (hiatos ou lacunas) na coluna geológica indicadas pelas setas na Figura 1. De cima para baixo, as lacunas representam aproximadamente 6, 14 e mais de 100 milhões de anos de camadas ausentes da escala de tempo geológico padrão. Os períodos Ordoviciano e Siluriano inteiros faltam na seta inferior. Sabe-se que esta lacuna existe porque os depósitos Ordoviciano e Siluriano estão presentes noutras partes do mundo. Num contexto evolutivo, estes depósitos exigiriam um longo tempo para a sua formação e para a evolução dos organismos fossilizados característicos dessas camadas. A determinação das partes que estão ausentes é feita principalmente pela comparação dos fósseis das camadas sedimentares com sequências completas da coluna geológica.
Os geólogos há muito sabem dessas lacunas e chamam a esta ausências, descontinuidade, embora o termo seja usado de maneiras diferentes em diferentes países. Há vários tipos de descontinuidades. Se a camada acima está em ângulo em relação à camada de baixo, o termo descontinuidade angular é usado. Se elas estão em paralelas mas com alguma evidência de erosão entre as camadas, o contacto é às vezes chamado simplesmente desconformidade. Nessa discussão, estamos especialmente interessado nestes dois tipos.
A questão importante é: Por que não vemos um padrão irregular de erosão da camada inferior nessas lacunas se elas representam períodos de tempo tão longos? Muita erosão deveria ter ocorrido enquanto essa camada inferior esteve exposta, antes que a camada acima da lacuna se depositasse. O mínimo que deveríamos esperar, em circunstâncias normais, seria uma média regional de mais de 100 m de erosão, num período de 4 milhões de anos. O geólogo Ivo Lucchitta, que não é Criacionista, e que passou grande parte da sua vida a estudar o Grande Canyon, sugere que "a maioria dos cortes do cânion ocorreram num período fenomenalmente curto de 4 a 5 milhões de anos". A ausência de erosão na camada inferior sugere pouco ou nenhum tempo nas lacunas.
Ao longo da costa leste da Austrália estão excelentes exposições de jazidas de carvão. Entre as rochas de cobertura e a jazida Bulli Coal está uma lacuna de mais ou menos 5 milhões de anos. Esta lacuna, que se estende além dos depósitos Bulli Coal, cobre ao redor de 90.000 km2 da região. Onde a Bulli Coal está presente, é especialmente difícil imaginar como a jazida de carvão, ou a vegetação que a produziu, permaneceu ali por 5 milhões de anos sem ser destruída.
Os Alpes Europeus são, em parte, um complexo de gigantescos deslizamentos e de camadas dobradas chamadas de "nappes". Entre as camadas com esses "nappes" há supostas lacunas que mostram a mesma ausência de erosão notada em qualquer outra parte. No vale do rio Rone na Suíça estão exposições relevantes dos "Morcles Nappe". Entre as camadas desse "nappe" está uma suposta lacuna de aproximadamente 45 milhões de anos (Cretáceo superior e mais acima). No entanto, a erosão é mínima.
Norman Newell, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, dá a seguinte explicação:
"Um aspecto marcante das sub-camadas em sequência de rochas calcárias é uma falta geral de evidência de erosão (erosão provocada pela lixívia) da camada abaixo da superfície. Solos residuais e superfícies erodidas, que deveriam apresentar uma significativa erosão dada a longa exposição sub-aérea, faltam ou são irreconhecíveis".
Numa outra publicação T.H.van Andel, da Universidade de Stanford, afirma:
"Fui muito influenciado, no princípio da minha carreira, por reconhecer que duas finas jazidas de carvão na Venezuela, separadas por 30 cm de argila cinzenta, e depositadas num pântano costeiro, eram respectivamente do Paleoceno Inferior e do Eoceno Superior. Os afloramentos eram excelentes, mas, mesmo com uma inspecção muito detalhada, não foi possível determinar a posição precisa daquela lacuna de 15 milhões de anos"
Poderia bem ser o caso de que esse período de 15 milhões de anos nunca ocorreu. Seguramente!
A questão das supostas lacunas planas nas camadas sedimentares testemunha a nosso ver de um passado que foi diferente do presente. Esta diferença é facilmente conciliada com modelos catastróficos, tais como o dilúvio de Génesis, que propõe uma deposição rápida dessas camadas, onde não haveria tempo longo entre as camadas.
FIGURA: Vista do Grande Canyon do Rio Colorado, no Arizona, USA. As setas de cima para baixo apontam para 3 supostas lacunas (camadas que estão faltando) de aproximadamente 6, 14 e 100 milhões de anos. A ausência de erosão nestas lacunas sugere que nunca ocorreram os longos períodos de tempo postulados.
CONCLUSÃO
Enquanto a interpretação geológica geral para a deposição das camadas sedimentares da terra é a de que bilhões de anos se passaram durante a sua formação, há algumas questões muito simples que desafiam esta interpretação. Podemos citar, entre muitas que poderiam ser dadas: Como poderiam os animais sobreviver, durante milhões de anos, sem as plantas necessárias para sua nutrição adequada? Por que nossos continentes ainda estão aqui se a taxa de erosão deveria tê-los nivelado mais de cem vezes em sua suposta idade geológica? Se a escala de tempo geológica está correcta, por que não vemos a esperada erosão nas grandes lacunas entre as camadas sedimentares? Essas questões desafiam qualquer sugestão para aceitação das longas eras geológicas.
1 comentário:
Sou doutor em Geografia (UFPE), ensino geologia e geomorfologia. A Bíblia não tem obrigação de tratar de temas científicos,embora as poucas vezes que tratou fez com muita propriedade. O Gênese é um exemplo. O que importa é entender que Moisés nas suas limitações fez um modelo evolutivo em que a sequencia da criação e correta e cientifica. Mas não necessariamente em 7 dias. Afinal no hebraico não se fala em dia, e sim em Períodos. Eu sou cientista, amo e vido da ciência. Mas quando nas minhas angustias, vou ler a Bíblia espero encontrar lá somente a fé e não ciência. Me interessa encontrar um Deus que quebre todas as leis da física. Por isso torço para que a não se encontre nada que prove a existência de Deus, e que a fé continue sendo o único atributo de chegar até ele. Se isso acabar tudo vira ciência. Não preciso ver os pregos ou cruz para crer, quero crer as cegas. Um abraço.
nataliciorm@gmail.com
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