Para dar início a este tema vamos
ler esta afirmação: “O Astrónomo (profissional de Astronomia) é o cientista que
estuda o Universo e todo o tipo de acontecimento que se dá fora da terra.
Como não é possível ainda viajar
pelo universo para pesquisar pessoalmente, grande parte da ciência da
Astronomia é construída com base na observação.
A astronomia, palavra que vem do
Grego e significa “Lei das Estrelas”, busca entender e explicar os fenómenos do
universo sempre com o objetivo de aplicar estes conhecimentos aqui na terra e
também no futuro, quem sabe, usa-los para poder explorar e colonizar o espaço.
Considerada uma ciência
generalista (que envolve muitos ramos diferentes de conhecimento), a Astronomia
é baseada principalmente na física, química e matemática. (
clicar)
Nesta primeira abordagem a este
tema do “Big Bang”, iniciamos uma discussão sobre a posição criacionista com
respeito à Criação do Universo. Esclarecemos que Génesis 1 fala sobre a criação
da Terra e na Terra sem dar detalhes ou datas absolutamente precisas sobre a
criação do Universo.
Ao longo de anos (especialmente
durante o tempo em que trabalhei com jovens) preocupei-me em aprofundar Génesis
1, conclui que muitos criacionistas divulgam opiniões e argumentos sobre a
origem do Universo sem ter um conhecimento de causa apropriado. Conclui também
que, de acordo com a Bíblia, fé e Ciência devem andar de mãos dadas; partir do
pressuposto de que são antagónicas é um pensamento incorreto. Realço também que
não se pode ter competência criacionista sem conhecer a teoria científica nem
muito menos, confundir `Ciência` com `Filosofia da Ciência´. Indico ao leitor
algumas áreas estratégicas nas quais é necessário um aprofundamento antes que
seja viável uma discussão mais adequada sobre a origem do Universo.
Introdução
Muitos criacionistas não têm dúvidas
de que é incompatível com a Bíblia a ideia de que o Universo teria surgido numa
grande explosão inicial, conhecida como `Big Bang'.
Surge então a questão: com que
argumentos se pode combater a ideia do Big Bang"? Talvez, procurando
inconsistências no modelo do ´Big Bang´. Os que aprenderam um pouco mais sobre
Deus, sabem o quanto Ele é metódico e que tudo o que Ele faz é coerente, esses
podem argumentar que deve também existir evidências físicas que apoiem a posição
criacionista.
Seguindo esta linha, muitos
artigos foram publicados por autores de diversas áreas. Um dos grandes
problemas fundamentais com esses artigos é o fato de que demonstram falta de
conhecimentos em algumas áreas grandemente estratégicas para esta questão.
Em suma, combatem o ´Big Bang´,
na minha opinião, sem saber do que se trata. Com perdão da franqueza,
aparentemente o que esses autores pensam ser a teoria do ´Big Bang´ é apenas
uma ideia simplista baseada essencialmente em boatos sobre o assunto. Faz-se
grande confusão entre as informações divulgadas ao público leigo e a informação
usada pelos cientistas.
O problema é que linguagens não
matemáticas não podem expremir de maneira funcional uma série de coisas
fundamentais sobre a Natureza, obrigando os cientistas que divulgam essas
informações a buscar analogias e outros e comparações na tentativa de tornar os
temas das suas pesquisas acessíveis ao público leigo.
É claro que essa falta de
distinção entre Ciência e divulgação bem como a falta de preparação técnica
sobre temas vitais aos assuntos tendem a gerar confusões ao Criacionismo, tanto
no confronto com o Evolucionismo quanto no que se refere à harmonia lógica
interna dos dados ou explicação criacionista da própria Criação.
Ao ler-se artigos de vários
cientistas e criacionistas tenho sentido um grande desconforto de parte a parte
e tudo isso por causa da linguagem ou da argumentação equivocada e, muitas
vezes, suicida adoptada tão amplamente por ambas as partes.
E, notem: argumentação equivocada
tanto biblicamente como cientificamente. Estão a defender uma posição que não é
bíblica e em nome do Criacionismo. Concordamos que algo deveria ser feito para
esclarecer esta questão. Depois de muito ter lido sobre esta matéria e escrito
pretendo expor uma atitude imparcial sobre o assunto.
Neste post, vou apenas fazer uma
introdução ao assunto da origem e evolução do Universo no contexto dos objetivos
já mencionados. Apenas uma introdução por tratar-se de um assunto profundo e
complexo, cuja compreensão é extremamente exigente.
Evidentemente, não estou a pensar
que este assunto interesse a todos, mas estou certo que muitos desejam ter mais
conhecimento sobre este tão importante assunto.
Ao longo destes posts, farei referências
a nomes de áreas do conhecimento e de teorias associadas a cada um dos
principais assuntos para que o leitor interessado possa analisar per si (por
exemplo, fazendo buscas por palavras-chave) se tiver interesse.
Lembro que postulados científicos
autênticos não são meras conjecturas. São modelos matemáticos.
E não basta introduzir algumas
pequenas fórmulas solitárias a nível do Ensino Médio, como fazem muitos autores
que combatem o modelo da grande explosão e como o fazem também muitos autores
evolucionistas.
Mesmo tendo em mente que não sou
um cientista da astronomia ou físico pretendo oferecer um tratamento adequado
do problema em si sem abordar aspectos técnicos inacessíveis, precisamos ainda assim
esclarecer equívocos, trazendo à luz alguns pontos importantes e ideias com as
quais possamos lidar sem ter de fazer um curso de oito anos de Matemática (o
que, aliás, seria quase indispensável para lidar com algumas questões sobre as
origens).
A Matemática não é meramente uma
linguagem, ou uma mera construção da mente humana como imaginam alguns. É algo que
está intimamente ligado ao funcionamento da Natureza, mas transcende-a, pois é
obra de Alguém que é infinitamente superior à Natureza. O que o homem faz ao
tentar sistematizar esses padrões naturais e, nessa busca, encontra uma forma
de linguagem ou linguagens para representar, relacionar e aprofundar que tenta traduzir
por fórmulas matemáticas. Estas linguagens não são a Matemática, mas fazem
parte dela.
Feitas estas considerações
preliminares, trataremos de apresentar uma discussão introdutória a respeito da
posição bíblica sobre a origem do Universo.
Prosseguiremos com uma série de
questões que devem ser consideradas com respeito à possível veracidade desta grande
explosão inicial e sobre os modelos que tentam descrever a mesma.
1. As Origens
Uma ideia comum a muitos
criacionistas é a de que Génesis 1 mencionar a criação do Universo (“os céus e
a terra").
O texto hebraico original não nos
permite argumentar sobre “os céus e a terra”. As palavras traduzidas como
“céus” e “terra” em Génesis 1:1, possuem um significado um tanto vago. A
palavra traduzida como “terra” indica essencialmente solo, podendo também
significar uma região. Considerando o contexto do capítulo, contudo, é
perfeitamente aceitável entender esta palavra como aplicando-se à parte sólida
ou, possivelmente a parte sólida e líquida do planeta.
A palavra traduzida como “céus”
indica o que está por acima da nossa cabeça, a região em que flutuam as nuvens
e na qual os pássaros voam. Pelo contexto, podemos entender esta palavra como
significando a atmosfera da Terra, podendo incluir algo mais.
À priori, não há como saber quão além
da atmosfera pode estar incluído neste significado. De qualquer forma, não se
pode ter certezas de que este significado abranja o Universo. De fato, esse
sentido seria incompatível com outros textos bíblicos.
E mesmo que o verso 1 contivesse uma clara referência ao Universo
como um todo, não há forma de saber quanto tempo se passa entre o momento da
criação do Universo e a semana da criação. Em suma, um exame da Bíblia que não seja demasiado
superficial mostra que não há qualquer base bíblica para argumentar que o Universo
tem cerca de seis mil anos de idade ou que Génesis 1 se refere à criação do
Universo. Muito pelo contrário. Certos textos bíblicos (como Job 38:4 (7)
sugerem que, quando o Criador “lançou os fundamentos da Terra", já
existiam seres inteligentes noutras partes do Universo. E, mesmo que não
aceitemos isso por alguma razão, pelo menos precisamos reconhecer que Génesis 1
não nos dá qualquer informação sobre quando e como o Universo foi criado. Este
relato fala da Terra e imediações. O resto é especulação.
2. ´Big Bang.
Existe uma ideia ainda mais absurda nesta área: o modelo do
“Big Bang" seria uma grande explosão que deu origem à vida! Com perdão
pela franqueza, essa ideia apenas demonstra total desconhecimento do assunto.
Por causa deste e de outros equívocos similares, tanto no
que diz respeito às evidências bíblicas como no que tange às evidências físicas,
muitos criacionistas pensam ser da sua obrigação combater a ideia da grande explosão
inicial, a qual, na verdade, significa essencialmente uma criação rápida. Sem
perceber a própria contradição, as mesmas pessoas que julgam um dever combater
o ´Big Bang´ também crêem que Deus criou o Universo numa semana. Há que fazer
diferença entre criação do sistema solar e criação do Universo. A terra entra
no sistema solar de forma rápida ou ´criação explosiva´. Esta criação entra no
sistema solar, o que nela é criado tem a duração de uma semana, tal como a
Bíblia o afirma. Em suma, se cremos numa criação rápida do Universo, cremos numa
grande explosão inicial ou ´Big Bang´.
A esta altura, alguém pode estar a questionar: Um momento! Acredita
no ´Big Bang´? Quando falo em ´Big Bang´ refiro-me a um modelo específico que
tenta descrever os instantes iniciais da existência do Universo, o que, de
acordo com os astrofísicos evolucionistas, teria ocorrido há biliões de anos.
Pois esse é um bom ponto de partida para começarmos a
entender o que os físicos (os que lidam com esta área) querem dizer com ´Big
Bang´. Trata-se de um modelo matemático (ou seja, uma descrição em linguagem matemática)
que se encaixa em dados observáveis.
Os modelos matemáticos costumam conter mais informações e
possibilidades do que outros tipos de modelos.
Um dos motivos disto é que as linguagens matemáticas são
infinitamente mais poderosas do que as linguagens comuns. Geralmente, há uma
tremenda perda (usualmente infinita) de informação quando um cientista
evolucionista tenta traduzir algo de uma linguagem matemática para uma
linguagem coloquial como a língua portuguesa, ou inglesa, ou alemã, ou grega,
..., que são essencialmente equivalentes entre si e não suportam uma série de
possibilidades das linguagens matemáticas. (Não confundir linguagem matemática
com uma sequência de cálculos aritméticos.)
As pessoas (leigas) tendemos a examinar a tradução verbal de
um modelo para tirar as nossas conclusões, até porque quase sempre nos falta os
conhecimentos matemáticos
necessários para entendermos o modelo em si. O modelo da
grande explosão inicial, por exemplo, tem sofrido as maiores calúnias por causa
desse procedimento inadequado.
3. Questões Importantes
As questões que poderíamos levantar em relação a este modelo
são muitas. Podemos citar algumas das mais importantes para os criacionistas.
1. Como é o modelo do ´Big Bang´? (Se não sou capaz de lidar
com a expressão matemática deste modelo, não estou habilitado a apoiar ou negar:
seria necessário consultar especialistas em Relatividade Geral e Cosmologia.
Mas como saber em quem confiar?)
2. Que evidências tendem a apoiar este modelo? De que outras
maneiras elas poderiam ser interpretadas?
3. Que evidências tendem a negar este modelo? Essas evidências
estão bem estruturadas ou são apenas conjecturas qualitativas? Se são evidências
bíblicas, decorrem de métodos rigorosos do estudo da Bíblia ou apenas estão a seguir
um modismo teológico de interpretação?
4. É possível ser
criacionista, crer no relato bíblico da criação especial, considerando literal
a semana de Génesis 1 e ainda assim aceitar a viabilidade do modelo do ´Big
Bang'?
5. Quais são as implicações de considerar a semana de Génesis
1 como sendo o período em que “os céus e a terra” foram criado e estruturado?
Essas implicações são compatíveis com as leis de Deus (leis físicas e morais já
conhecidas)? A propósito, viola Deus as Suas leis de vez em quando? Será que não
houve violação das leis físicas na semana da criação?
Poderíamos levantar muitas outras questões como estas, cujas
discussões e respostas encheriam muitos livros. No mínimo, precisaríamos de uma
série de artigos para poder
tratar destes problemas sem ficar presos a superficialidades.
Embora estudar tudo isto pareça uma tarefa gigantesca, estas
são questões importantes que exigem esclarecimentos, visto como tantos se têm
aventurado nesta área sem conhecimento de causa, divulgando ideias que não
favorecem o Criacionismo, ainda que, à primeira vista, pareça estar em
conformidade com a Bíblia.
Com tudo isto em mente, temos a intenção de preparar alguns artigos
nos quais comentaremos argumentos de criacionistas que se opõem ferozmente ao
modelo da grande explosão inicial. Nestas oportunidades, tentaremos esclarecer os
problemas que surgem na argumentação e o que podemos saber, de fato, sobre o
assunto.
Fique atento ao próximo post, por ora ficamos por aqui.
Resta uma pergunta: Estará a Bíblia contra o ´Big Bang´?